Estudo pretende identificar o quanto a população do Campo Belo 2 está informada sobre dengue

25/10/2005

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, em parceria com a Superintendência do Controle de Endemias (Sucen), da Secretaria de Estado da Saúde, iniciou nesta terça-feira, 25 de outubro, no Jardim Campo Belo 2, Região Sul da cidade, diagnóstico sobre conhecimento e comportamento da população em relação à dengue.

Com o trabalho, inédito no município, as autoridades sanitárias pretendem identificar o grau de informação da população sobre a dengue e avaliar como a comunidade se apropria deste saber para se prevenir contra a doença. "O objetivo é avaliar qual a melhor linguagem para atingir o público e, assim, aprimorar atividades de educação em saúde e comunicação e mobilização social", diz a bióloga Heloísa Girardi Malavasi, da Visa Sul.

Ao todo, vão ser pesquisados 300 imóveis em 123 quarteirões e o trabalho será realizado por oito profissionais, sendo quatro da Sucen e quatro da Visa Sul, que receberam capacitação para aplicar os questionários. A expectativa é que as atividades em campo estejam concluídas em uma semana e imediatamente será iniciada compilação dos dados.

Segundo Heloísa, a comunidade do Campo Belo 2 foi escolhida por ser área de risco para a dengue. "O local reúne um conjunto de fatores favoráveis para a doença, entre eles o principal é a condição de infra-estrutura do local que tem deficiências de abastecimento de água e conta com fluxo grande de pessoas. Além disso, a área localiza-se próxima a grandes rodovias e possui muitos depósitos de ferros-velhos", diz.

Também foi considerado o histórico epidemiológico da área que enfrenta picos epidêmicos de dengue há vários anos consecutivos, tendo, em 2002, registrado mais de 500 casos, inclusive casos de dengue hemorrágica e de formas graves. Segundo Heloísa as ações de controle da dengue na área são ininterruptas.

Dados do município. Em 2005, foram notificados 115 casos de dengue em Campinas, sendo 94 autóctones – quando a pessoa é infectada onde mora – de acordo com dados da Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde. O município registra transmissão do vírus da dengue há nove anos consecutivos, com picos epidêmicos em 1998, 2001, 2002 e 2003, sendo que o maior número de casos – 1,4 mil casos - foi registrado em 2002. Em 2003, houve 450 confirmações e, no ano passado, 24.

Os exames laboratoriais mostraram a circulação do vírus da dengue dos tipos 1, 2 e 3 nestes anos de epidemia, sendo que em 2000 houve um óbito de dengue hemorrágico no São Fernando, na epidemia de 2002 ocorreram 9 casos de dengue hemorrágico, sem óbitos, e, em 2003, três casos de dengue hemorrágico, um deles importado.

Denize Assis

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