Autor: Eli Fernandes
Ação teve apoio do Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Secretaria de Saúde de Campinas
O 1º Encontro de Mulheres do Centro de Saúde da Vila Perseu Leite de Barros, localizado à
região do Distrito Noroeste de Saúde de Campinas, teve participação de 78 moradoras da região,
segundo a enfermeira sanitarista Miriam De Crescenzo, coordenadora da unidade.
De acordo com ela, deste total, 38 mulheres realizaram coleta de sangue para realização dos
testes de HIV (vírus que causa a aids), sífilis e hepatites B e C. O encontro foi realizado
das 14h às 17h no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora de Fátima, que fica na Vila Perseu.
O evento contou com participação da equipe do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal
de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria de Saúde da Prefeitura
de Campinas e do secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.
A estratégia de incentivo ao diagnóstico precoce do HIV/aids e outras DSTs está no Plano de
Ações e Metas (PAM) vigente do PMDST/Aids de Campinas. Moradores da região atendida pelo Centro
de Saúde da Vila Perseu podem fazer o teste de HIV e sífilis gratuitamente.
Todas as segundas e quintas-feiras (exceto feriados e pontos facultativos), sempre às 7h, a
equipe do Centro de Saúde Perseu Leite de Barros realiza coleta para teste de HIV e sífilis,
informou a coordenadora da unidade. Segundo ela, não é necessário agendamento para coleta para
os exames.
Todas as unidades de saúde do Distrito Noroeste realizam ações de incentivo ao diagnóstico
precoce e do uso de camisinhas em todas as relações sexuais para evitar a transmissão do
HIV/aids e outras DSTs. Trata-se do projeto "Norô PositHIVa", Distrito de Saúde Noroeste e as
Mulheres Juntos na Prevenção à Aids.
Durante a semana também foram realizados eventos pontuais, voltados ao público feminino, na
região do Distrito Noroeste. As ações foram desenvolvidas no Centro de Saúde Integração,
localizado à Vila Castelo Branco (terça-feira) e no Centro de Saúde do Jardim Ipaussurama
(segunda-feira).
Camisinha
Além do incentivo ao teste gratuito de HIV e sífilis, e outras DSTs, que fazem parte da
campanha nacional "Fique Sabendo" de promoção do diagnóstico precoce, os Centros de Saúde
também oferecem gratuitamente as camisinhas que devem ser utilizadas em todas as relações
sexuais para prevenir a transmissão do HIV e outras DSTs.
A campanha nacional Vista-se utiliza uma marca, um "selo", que assina peças de promoção ao
uso do preservativo produzidas pelo Ministério da Saúde e seus parceiros. Organizações Não
Governamentais (ONGs), empresas da iniciativa privada e outras instituições governamentais
podem aplicar a marca em seus materiais de prevenção.
Segundo o Ministério, a maioria das pessoas concorda que é importante o uso freqüente da
camisinha, mas não sabe o que fazer a respeito. O símbolo do Vista-se possibilita que essas
pessoas expressem essa idéia (use camisinha) de forma ordenada e, portanto, mais eficiente.
O preservativo masculino é o produto mais comum no mercado, é o foco de distribuição gratuita
das ações do Ministério e o homem ainda é o maior consumidor de preservativos no País. Para o
homem, a frase Vista-se é entendida como um comando, para a mulher, a mesma frase é traduzida
como discurso - uma mulher com a camiseta do Vista-se transmite uma mensagem para os homens e
mostra que sabe a importância do uso do preservativo.
Segundo o Ministério da Saúde, pesquisa revela 52% dos brasileiro de 15 a 54 já receberam ou
pegaram preservativo de graça - a maioria em postos de saúde e durante o carnaval, 96% sabem
que o preservativo é a melhor maneira de evitar a transmissão do HIV nas relações sexuais. A
mesma pesquisa, de acordo com o Ministério, indica que 25% usam o preservativo regularmente,
em qualquer parceria e que 67% afirmam ter usado o preservativo em sua última relação eventual.
A mesma pesquisa indica que 45,8% dos brasileiros não usam o preservativo porque a última
relação foi com o cônjuge, 11,5% porque confiam no parceiro, 11,4% porque têm parceria fixa,
8,8% porque não gosta ou o parceiro(a) não gosta, 6,3% - porque não tinha na hora da relação,
4,3% porque acha que "não precisa" e 3,6% porque não quis.
Transmissão do HIV e outras DSTs
A enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilário, coordenadora do PMDST/Aids de
Campinas afirma que a principal forma de transmissão do HIV está nas relações sexuais
desprotegidas: "Ou seja, quando as pessoas mantém relações sexuais sem camisinha". Ela também
destaca a necessidade de práticas de redução de danos para usuários de drogas prevenirem-se ao
HIV/aids.
"Se for usar drogas, e se for usar drogas injetáveis, que use seringas individuais e
descartáveis. E que procure o Programa de Redução de Danos do Centro de Referência do Programa
Municipal de DST/Aids de Campinas", disse Cristina. O PRD fica dentro do Centro de Referência
do PMDST/Aids, à rua Regente Feijó, 637, Centro. Os telefones são: (19) 3236 - 3711 e
3234 - 5000.
Fique Sabendo
Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 600 mil pessoas
vivendo com o HIV. Dessas, 400 mil não sabem de sua condição sorológica. Portanto, do ponto de
vista epidemiológico, o diagnóstico é fundamental para o controle da epidemia de aids. Mas, não
é só isso:
O diagnóstico precoce é muito importante para a realização de um tratamento que garanta a
qualidade de vida da pessoa infectada. O diagnóstico também pode fazer a diferença na gravidez.
Mães que vivem com HIV/aids podem aumentar suas chances de terem filhos sem o HIV, se forem
orientadas corretamente e seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e
puerpério.
O teste e o tratamento são gratuitos. Além disso, quem realiza o teste deve contar com apoio e
orientação psicológica antes e depois do resultado. Em Campinas, além dos Centros de Saúde, o
teste pode ser feito no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Centro de Referência do
PMDST/Aids.
Para saber mais sobre o teste no CTA, a população deve ir ao Centro de Referência DST/Aids, à
rua Regente Feijó, 637, Centro, de segunda a sexta, das 7h às 20h, ou informar-se pelo telefone
(19) 3236 - 3711. O teste, além de gratuito, é sigiloso. Só a pessoa que faz o teste fica
sabendo o resultado.
Situação Epidemiológica
De acordo com dados divulgados no dia 30 de novembro de 2006 pelo PMDST/Aids, Campinas tem
4.763 casos de aids notificados no município desde a década de 80. A epidemia se apresenta
estável no município, com declínio para algumas categorias - como usuários de drogas injetáveis.
A letalidade é reduzida e está atualmente em 7%.
Dentro desta estabilidade existem movimentações importantes, como o crescimento persistente
entre as mulheres - feminização da epidemia -, sexo em que a principal categoria de exposição
- forma de transmissão - é por relações heterossexuais. Esta tendência também é verificada no
Brasil.
Em relação à distribuição por sexo, no início da epidemia havia uma predominância grande de
casos no sexo masculino sobre os casos no sexo feminino. Em 1987, para cada 11 homens com aids
havia uma mulher (11/1). Atualmente, a razão é de 1,5/1. "Isto mostra o quanto a epidemia
aumenta mais rapidamente entre mulheres", disse Cristina.
Segundo a sanitarista, a análise dos dados é fundamental no sentido de incrementar as ações
educativas e de prevenção. "A aids, como toda doença, tem uma epidemiologia dinâmica em função
das mudanças tecnológicas, culturais, demográficas entre outras. É importante estarmos atentos
para estas mudanças para que possamos ser mais efetivos nas medidas de controle que incluem
também e principalmente orientação à população e priorização de grupos para enfocar medidas de
prevenção", afirma Maria Cristina.
Centro de Referência do PMDST/Aids
A aids é uma síndrome que pode ser tratada através do SUS. O tratamento é complexo e realizado
em serviços especializados, como o Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas. O
Centro de Referência fica na rua Regente Feijó, 637, Centro, e está aberto de segunda a
sexta-feira (exceto aos feriados) das 7h às 20h. O telefone, para mais informações sobre este
serviço é (19) 3234 - 5000.
A estimativa, com base em dados do Ministério da Saúde, é que cerca de 2.000 pessoas têm o
vírus HIV em Campinas e não sabem. O teste é oferecido gratuitamente através do SUS e deve ser
feito em qualquer Centro de Saúde (CS) de Campinas ou no Centro de Referência do PMDST/Aids. A
melhor forma de prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis é o uso de camisinha
em todas as relações sexuais. As camisinhas também são distribuídas gratuitamente nos Centros
de Saúde através do SUS.
Para saber mais sobre o teste de HIV e sífilis, em Campinas, a população deve informar-se no
Centro de Saúde mais próximo ou através do telefone (19) 3236 - 3711, do Centro de Referência.
O teste é gratuito e só a pessoa que faz o exame deve ficar sabendo o resultado. Para saber
mais sobre aids a população pode acessar o site http://www.aids.gov.br ou ligar para o
Disk-Saúde: 0800 61 1997 (do Ministério da Saúde) ou para o Disk-DST/Aids: 0800 16 2550 (do
Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo).
Mais informações à Imprensa: (19) 3231 - 2244 / 9232 - 4092, com Eli Fernandes.