Autor: Eli Fernandes
A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento
Materno, comemora na próxima segunda-feira, 1° de outubro, o Dia Nacional de Doação de Leite
Humano com um café da manhã em homenagem a todas mães que doam ou doaram leite para o Centro
de Lactação - Banco de Leite Humano de Campinas.
O evento ocorre às 9h no Anfiteatro da Maternidade de Campinas. Na ocasião, as mulheres podem
comparecer com seus bebês e terão a oportunidade de conhecer o Banco de Leite e o trabalho
realizado na unidade e saber para onde vai o leite coletado e processado.
O Dia Nacional de Doação de Leite Humano foi criado em 2003 pela Portaria GM 1893. Este ano, o
slogan da data é Para você é leite, para a criança é vida. Doe leite, a vida agradece.
“Trata-se de um dia especial, uma ocasião importante para promover o conhecimento e a
sensibilização da comunidade sobre a importância e necessidade da doação de leite humano aos
bancos de leite e de celebrar o trabalho da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RedeBLH)
como uma ação estratégica do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.
Também consiste numa oportunidade para homenagear as mulheres que praticam este ato de amor
com seu próprio filho e com outras crianças”, afirma a médica pediatra Cláudia Maria Monteiro
Sampaio, coordenadora do Centro de Lactação - Banco de Leite Humano de Campinas.
Cláudia informa que o leite humano doado é pasteurizado e distribuído aos recém-nascidos
prematuros e outros lactentes clinicamente impossibilitados temporariamente de serem
amamentados ao seio materno. “Devido às propriedades nutricionais e imunológicas do leite
materno, a recuperação e o desenvolvimento desses recém-nascidos ocorre mais rápido. O leite
humano salva vidas”, afirma.
Cláudia informa que podem ser doadoras todas as mulheres sadias que produzem leite superior às
exigências de seus filhos e que se dispõem a doar o excedente por livre e espontânea vontade.
A médica ressalta os fatores de superioridade do leite humano, sua melhor digestão, composição
química balanceada, a ausência de fenômenos alergênicos e a proteção que confere contra
infecções.
A médica pediatra Maria Fernanda Costa Haddad, coordenadora da Área Técnica da Saúde da Criança
e Aleitamento Materno, diz que tradicionalmente as campanhas do Dia Nacional de Doação de Leite
Humano combatem o desmame precoce e os baixos índices de aleitamento, reforçando assim a
Política Nacional de Aleitamento Materno. “As estratégias de promoção proteção e apoio ao
aleitamento materno e alimentação saudável são prioridades do Ministério da Saúde e da
Secretaria de Saúde de Campinas”, diz.
Maria Fernanda informa que a garantia à amamentação é o primeiro direito da criança após o
nascimento. Segundo ela, a promoção, a proteção e o incentivo ao aleitamento materno são
considerados ações prioritárias para a qualidade de vida das crianças. “O aleitamento materno é
a estratégia isolada de maior impacto e menor custo na redução da mortalidade infantil”, afirma.
Leite materno. O Ministério da Saúde recomenda que o leite materno seja o único alimento
ingerido pelo bebê nos primeiros seis meses de vida - nem mesmo água ou chás devem ser
oferecidos às crianças neste período.
Amamentar no peito significa proteger a saúde do bebê contra doenças como diarréias, distúrbios
respiratórios, otites e infecções urinárias, pois no leite materno há nutrientes, substâncias e
células maternas que funcionam como anticorpos contra infecções. O alimento é capaz de reduzir
em até um quinto os índices de mortalidade infantil em países em desenvolvimento, como o Brasil.
Mas os números da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida ainda estão longe do
ideal no Brasil e em Campinas. Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que 97% das
crianças brasileiras iniciam a amamentação no peito logo nas primeiras horas de vida, mas
permanecem mamando por um período curto. Segundo o órgão, a média de aleitamento materno da
população brasileira é de 29 dias.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria mostram que, em média, bebês de seis a oito meses
obtêm 70% de suas necessidades energéticas no leite materno. Os que possuem de nove a 11 meses
têm 55% e os com 12 a 23 meses detêm 40% das necessidades nutricionais com o leite materno. A
partir desses dados, deve-se aliar o leite materno com alimentos complementares na dieta de
crianças que já passaram dos seis meses de idade.
Bancos de Leite. Os bancos de leite humano ajudam mulheres a amamentar, coletar, processar e
distribuir leite humano. O Brasil possui a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano
do mundo, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, a rede é composta por
mais de 220 unidades.
Uma destas unidades é o Centro de Lactação - Banco de Leite Humano de Campinas, da Secretaria
Municipal de Saúde. A mulher deve entrar em contato com a unidade se desejar doar o leite,
necessitar de orientações sobre amamentação e estiver com problemas nas mamas no período da
amamentação. O Banco de Leite de Campinas fica na avenida Orosimbo Maia, 165, no 5o andar da
Maternidade de Campinas. O telefone é 19 3731-6039.