Ação integrada entre Secretaria de Saúde, CRF e Dise resulta na interdição de duas drogarias

10/10/2007

Autor: Denize Assis

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste com apoio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), interditou nesta terça-feira, dia 9 de outubro, na região sudoeste de Campinas, duas drogarias que vendiam psicotrópicos e outros medicamentos sob controle especial sem autorização.

Psicotrópicos são medicamentos que só podem ser vendidos com retenção de receitas como Dualid, Rivotril, Diazepan, as anfetaminas (reguladores de apetite), os anticonvulsivantes e outros. Estes produtos devem ser consumidos estritamente com indicação médica porque o uso incorreto destas substâncias pode causar dependência física e psíquica e outros danos à saúde.

A ação foi realizada em conjunto com o Conselho Regional de Farmácia (CRF) e com a Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes (Dise) e é a primeira de uma série a ser desencadeada em todas as regiões da cidade.

O primeiro estabelecimento a ser interditado, na rua Pastor João Pralaveira, 465, Parque Vista Alegre, era reincidente – já havia sido interditado em 2004 por vender medicação de uso controlado sem atender aos procedimentos obrigatórios - e foi lacrado definitivamente.

Também foi encontrado nesta drogaria uma embalagem vazia de derivado de testosterona, substância que pode ser utilizada para tratamento de doenças como o câncer ou como anabolizante.

O proprietário do estabelecimento também não apresentou nota fiscal de procedência do produto. Neste caso, será feito rastreamento dos itens para verificar se são oriundos de carga roubada.

O segundo estabelecimento lacrado, na rua Plácido Soave, 250, no Hortoshopping, Jardim Cristina, estava com a licença vencida, não possuía farmacêutico responsável e foi interditado de forma cautelar.

Em nenhum dos dois locais foram encontrados entorpecentes (morfina e derivados), que quando comercializados sem autorização constituem tráfico de drogas.

Segundo a farmacêutica Cléria Maria Moreno Giraldelo, da Covisa, além da ação dos órgãos públicos, a população deve fazer sua parte e não comprar medicamentos sem prescrição médica. “Além de induzir ao comércio ilegal, ao adquirir um produto assim, a pessoa pode estar colocando sua saúde em risco”, disse.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela, diretora interina da Covisa, os proprietários e farmacêuticos devem exercer suas atividades com responsabilidade, pois drogarias não são simples comércio e constituem-se em estabelecimentos de interesse à saúde.

Ela informou que a população deve exercer a cidadania e denunciar situações irregulares. “É importante que as pessoas não comprem e não utilizem medicamentos sem prescrição médica e que sejam provenientes de estabelecimentos clandestinos, pois podem colocar em risco sua própria saúde”, reforçou.

Filomena informou, também, que estabelecimentos regularizados devem fixar em local visível ao público as devidas licenças de funcionamento da Saúde e do Departamento de Uso e Ocupação do Solo (Duos). As denúncias de irregularidades podem ser feitas aos Centros de Saúde (CSs), Vigilâncias em Saúde (Visas), Procon e pelo telefone 156 da Prefeitura.

A diretora informou ainda que estudo recente do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) apontou que o Brasil é campeão mundial no uso de drogas que causam dependência, sendo que entre os principais usuários estão mulheres que querem emagrecer e fazem uso de medicação para inibir o apetite.

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