Autor: Denize Assis
A Secretaria
Municipal de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde (Visa)
Sudoeste com apoio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa),
interditou nesta terça-feira, dia 9 de outubro, na região
sudoeste de Campinas, duas drogarias que vendiam
psicotrópicos e outros medicamentos sob controle especial
sem autorização.
Psicotrópicos
são medicamentos que só podem ser vendidos com retenção de
receitas como Dualid, Rivotril, Diazepan, as anfetaminas
(reguladores de apetite), os anticonvulsivantes e outros.
Estes produtos devem ser consumidos estritamente com
indicação médica porque o uso incorreto destas substâncias
pode causar dependência física e psíquica e outros danos à
saúde.
A ação foi
realizada em conjunto com o Conselho Regional de Farmácia
(CRF) e com a Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes
(Dise) e é a primeira de uma série a ser desencadeada em
todas as regiões da cidade.
O primeiro
estabelecimento a ser interditado, na rua Pastor João
Pralaveira, 465, Parque Vista Alegre, era reincidente – já
havia sido interditado em 2004 por vender medicação de uso
controlado sem atender aos procedimentos obrigatórios - e
foi lacrado definitivamente.
Também foi
encontrado nesta drogaria uma embalagem vazia de derivado de
testosterona, substância que pode ser utilizada para
tratamento de doenças como o câncer ou como anabolizante.
O proprietário
do estabelecimento também não apresentou nota fiscal de
procedência do produto. Neste caso, será feito rastreamento
dos itens para verificar se são oriundos de carga roubada.
O segundo
estabelecimento lacrado, na rua Plácido Soave, 250, no
Hortoshopping, Jardim Cristina, estava com a licença
vencida, não possuía farmacêutico responsável e foi
interditado de forma cautelar.
Em nenhum dos
dois locais foram encontrados entorpecentes (morfina e
derivados), que quando comercializados sem autorização
constituem tráfico de drogas.
Segundo a
farmacêutica Cléria Maria Moreno Giraldelo, da Covisa, além
da ação dos órgãos públicos, a população deve fazer sua
parte e não comprar medicamentos sem prescrição médica.
“Além de induzir ao comércio ilegal, ao adquirir um produto
assim, a pessoa pode estar colocando sua saúde em risco”,
disse.
Segundo a
enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela,
diretora interina da Covisa, os proprietários e
farmacêuticos devem exercer suas atividades com
responsabilidade, pois drogarias não são simples comércio e
constituem-se em estabelecimentos de interesse à saúde.
Ela informou
que a população deve exercer a cidadania e denunciar
situações irregulares. “É importante que as pessoas não
comprem e não utilizem medicamentos sem prescrição médica e
que sejam provenientes de estabelecimentos clandestinos,
pois podem colocar em risco sua própria saúde”, reforçou.
Filomena
informou, também, que estabelecimentos regularizados devem
fixar em local visível ao público as devidas licenças de
funcionamento da Saúde e do Departamento de Uso e Ocupação
do Solo (Duos). As denúncias de irregularidades podem ser
feitas aos Centros de Saúde (CSs), Vigilâncias em Saúde
(Visas), Procon e pelo telefone 156 da Prefeitura.
A diretora
informou ainda que estudo recente do Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) apontou que
o Brasil é campeão mundial no uso de drogas que causam
dependência, sendo que entre os principais usuários estão
mulheres que querem emagrecer e fazem uso de medicação para
inibir o apetite.