Grupo Expresso 4.11 adere à campanha "Vista-se, use sempre camisinha" e lança novo disco de afro-rock, "Caminho do Portal"

22/10/2007

Autor: Eli Fernandes

Lançamento é dia 28 de outubro, a partir das 16h, na Estação Cultura e conta com outros três grupos que atuam com música e cultura popular.

Quatrocentos e onze já foi o número de identificação da linha de ônibus urbano que ligava o Centro da cidade ao Jardim Ipaussurama na região Noroeste de Campinas. Nesta cidade, com mais de um milhão de habitantes, muita coisa mudou desde 1996 quando os integrantes da banda se juntaram e começaram a tocar o som que denominam hoje de afro-rock.

Apresentando seu novo CD, "Caminho do Portal", com influências que vão do rock, reggae, rap e funk até os ritmos tradicionais afro-brasileiros como maracatu, afoxé, samba, jongo, vamunha e ritmos africanos de djembe, a banda Expresso 4.11 prepara uma festa de lançamento que acontece dia 28 de outubro de 2007, um domingo, a partir de 16h, na Estação Cultura, com entrada franca.

E o Expresso 4.11 não vem só. Eles trazem ao Plataforma Cultural, da Secretaria Municipal de Cultura de Campinas, três grandes grupos de música e cultura popular de tradição em Campinas: Nação Congo (Jardim São Bernardo), Tambores de Aço da Casa de Cultura Tainã (Vila Castelo Branco) e Comunidade Jongo Dito Ribeiro (do Jardim Roseiras).

A Banda Expresso 4.11 pretende apresentar ao público as músicas do disco novo que contou com a participação especial de gente como TC, da Casa de Cultura Tainã, Jahça (mestre de capoeira), Alessandra Ribeiro do Jongo Dito Ribeiro e Aureluce Santos, dama do samba de Campinas.

Além de fazer músicas com letras engajadas, o grupo defende causas objetivas. O Expresso 4.11 aderiu ao "Vista-se, use sempre camisinha" uma campanha nacional de incentivo ao uso da camisinha. O grupo construiu parceria com Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Campinas para promover a distribuição da camisinha durante o show.

"A Campanha se divulgará por meio da feirinha cultural que será montada no dia do evento. Os expositores, que aderiram à idéia, disponibilizarão em suas barraquinhas, cestas com camisinhas e folders explicativos, além de estarem vestindo a camiseta com o emblema Vista-se . Acreditamos que com isso faremos as pessoas pensarem sobre o assunto e reforçaremos a questão da prevenção, promovendo um marketing social", disse Deco 4.11, baterista da banda.

O uso da camisinha e a sua correta utilização estão intimamente ligados às relações de poder presentes na sociedade, à auto-estima e o pleno acesso à cidadania, o que inclui os direitos sexuais: liberdade para viver sua sexualidade de acordo com o desejo, orientação, opção e identidade.

"Mesmo sabendo do risco de contaminação do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis e até mesmo de uma gravidez não planejada muitas pessoas ainda não utilizam o preservativo. São diversos os motivos que fazem as pessoas não usarem. Não é por falta de camisinha. Elas são baratas e vendidas em qualquer supermercado e farmácia, além de distribuídas gratuitamente nos Centros de Saúde. É preciso identificar esses motivos para fortalecer as campanhas de prevenção.", afirma Deco

"Nós jovens que nascemos entre os anos 80 e a virada de século fazemos parte de uma geração em que os casos de aids e doenças sexualmente transmissíveis atingiram números alarmantes vitimando inclusive artistas de renomes na grande mídia. Com isso passou-se a falar mais sobre o assunto e a se buscar formas de as pessoas se conscientizarem da necessidade de prevenção", analisa o músico.

"Ao mesmo tempo esta é a geração da internet, do fast food e dos prazeres imediatos. A geração que só pensa no agora e que muitas vezes não mede as conseqüências das atitudes impensadas. Para isso é preciso uma conscientização cada vez maior sobre os desafios que nos cercam e os caminhos que escolhemos, olhar o passado, caminhar no presente buscando um futuro melhor, pois o que fizermos hoje atingirá toda a geração que esta por vir. Portanto jovem, seja consciente, pratique sexo seguro e use sempre camisinha", afirmou.

Vista-se, use sempre camisinha

Além do incentivo ao teste gratuito de HIV e sífilis, e outras DSTs, que fazem parte da campanha nacional "Fique Sabendo" de promoção do diagnóstico precoce, o Programa Municipal de DST/Aids incentiva o uso de camisinhas em todas as relações sexuais gratuitamente as camisinhas que devem ser utilizadas em todas as relações sexuais para prevenir a transmissão do HIV e outras DSTs.

A campanha nacional "Vista-se" utiliza uma marca, um "selo", que assina peças de promoção ao uso do preservativo produzidas pelo Ministério da Saúde e seus parceiros. Organizações Não Governamentais (ONGs), empresas da iniciativa privada e outras instituições governamentais podem aplicar a marca em seus materiais de prevenção.

Segundo o Ministério, a maioria das pessoas concorda que é importante o uso freqüente da camisinha, mas não sabe o que fazer a respeito. O símbolo do "Vista-se" possibilita que essas pessoas expressem essa idéia (use camisinha) de forma ordenada e, portanto, mais eficiente.

O preservativo masculino é o produto mais comum no mercado, é o foco de distribuição gratuita das ações do Ministério e o homem ainda é o maior consumidor de preservativos no País. Para o homem, a frase "Vista-se" é entendida como um comando, para a mulher, a mesma frase é traduzida como discurso - uma mulher com a camiseta do Vista-se transmite uma mensagem para os homens e mostra que sabe a importância do uso do preservativo.

Segundo o Ministério da Saúde, pesquisa revela 52% dos brasileiro de 15 a 54 já receberam ou pegaram preservativo de graça - a maioria em postos de saúde e durante o carnaval, 96% sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a transmissão do HIV nas relações sexuais. A mesma pesquisa, de acordo com o Ministério, indica que 25% usam o preservativo regularmente, em qualquer parceria e que 67% afirmam ter usado o preservativo em sua última relação eventual.

A mesma pesquisa indica que 45,8% dos brasileiros não usam o preservativo porque a última relação foi com o cônjuge, 11,5% porque confiam no parceiro, 11,4% porque têm parceria fixa, 8,8% porque não gosta ou o parceiro(a) não gosta, 6,3% - porque não tinha na hora da relação, 4,3% porque acha que "não precisa" e 3,6% porque não quis.

Fique Sabendo, tudo sobre o teste de HIV e sífilis

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 600 mil pessoas vivendo com o HIV. Dessas, 400 mil não sabem de sua condição sorológica. Portanto, do ponto de vista epidemiológico, o diagnóstico é fundamental para o controle da epidemia de aids.

O diagnóstico precoce é muito importante para a realização de um tratamento que garanta a qualidade de vida da pessoa que vive com HIV/aids. O diagnóstico também pode fazer a diferença na gravidez. Mães que vivem com HIV/aids podem aumentar suas chances de terem filhos sem o HIV, se forem orientadas corretamente e seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e puerpério.

O teste e o tratamento são gratuitos. Além disso, quem realiza o teste deve contar com apoio e orientação psicológica antes e depois do resultado. Em Campinas, além dos Centros de Saúde, o teste pode ser feito no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Centro de Referência do PMDST/Aids.

Para saber mais sobre o teste no CTA, a população deve ir ao Centro de Referência DST/Aids, à rua Regente Feijó, 637, Centro, de segunda a sexta, das 7h às 20h, ou informar-se pelo telefone (19) 3236 – 3711. O teste, além de gratuito, é sigiloso. Só a pessoa que faz o teste fica sabendo o resultado.

Transmissão do HIV e outras DSTs

A enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilário, coordenadora do PMDST/Aids de Campinas afirma que a principal forma de transmissão do HIV está nas relações sexuais desprotegidas: "Ou seja, quando as pessoas mantém relações sexuais sem camisinha". Ela também destaca a necessidade de práticas de redução de danos para usuários de drogas prevenirem-se ao HIV/aids.

"Se for usar drogas, e se for usar drogas injetáveis, que use seringas individuais e descartáveis. E que procure o Programa de Redução de Danos do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas", disse Cristina. O PRD fica dentro do Centro de Referência do PMDST/Aids, à rua Regente Feijó, 637, Centro. Os telefones são: (19) 3236 – 3711 e 3234 – 5000.

Centro de Referência do PMDST/Aids

A aids é uma síndrome que pode ser tratada através do SUS (Sistema Único de Saúde). O tratamento é complexo e realizado em serviços especializados, como o Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas. O Centro de Referência fica na rua Regente Feijó, 637, Centro, e está aberto de segunda a sexta-feira (exceto aos feriados) das 7h às 20h. O telefone, para mais informações sobre este serviço é (19) 3234 – 5000.

A estimativa, com base em dados do Ministério da Saúde, é que cerca de 2.000 pessoas têm o vírus HIV em Campinas e não sabem. O teste é oferecido gratuitamente através do SUS e deve ser feito em qualquer Centro de Saúde (CS) de Campinas ou no Centro de Referência do PMDST/Aids. A melhor forma de prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis é o uso de camisinha em todas as relações sexuais. As camisinhas também são distribuídas gratuitamente nos Centros de Saúde através do SUS.

Para saber mais sobre o teste de HIV e sífilis, em Campinas, a população deve informar-se no Centro de Saúde mais próximo ou através do telefone (19) 3236 – 3711, do Centro de Referência. O teste é gratuito e só a pessoa que faz o exame deve ficar sabendo o resultado. Para saber mais sobre aids a população pode acessar o site http://www.aids.gov.br ou ligar para o Disk-Saúde: 0800 61 1997 (do Ministério da Saúde) ou para o Disk-DST/Aids: 0800 16 2550 (do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo).

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