Centro de Saúde do Jardim São Vicente faz nesta quarta-feira, 24 de outubro de 2007, mutirão para testes de HIV, sífilis, hepatites e CO

23/10/2007

Autor: Eli Fernandes

Diagnóstico precoce para doenças sexualmente transmissíveis é o objetivo da campanha Fique Sabendo com apoio do Programa DST/Aids de Campinas

O Centro de Saúde (CS) do Jardim São Vicente, localizado à região Sul de Campinas, realiza nesta quarta-feira, dia 24 de outubro de 2007, um mutirão para coleta de exames de HIV (vírus que causa a aids), sífilis, hepatites virais (B e C) e de câncer no colo do útero, a citologia oncótica (CO). A ação tem apoio do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Campinas.

O mutirão será realizado das 8h às 16h e contará com apoio da equipe do Centro de Referência do PMDST/Aids e de alunos do segundo ano do curso de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Todos os testes são gratuitos e sigilosos, pois somente quem faz os exames fica sabendo os resultados, entregues em aproximadamente uma semana após a coleta de material.

Além do incentivo ao teste, o Centro de Saúde do Jardim São Vicente também adere ao "Vista-se, use sempre camisinha", campanha nacional de incentivo ao uso de preservativos em todas as relações sexuais. Os Centros de Saúde também incentivam as práticas de redução de danos para prevenção ao HIV, à aids e às doenças sexualmente transmissíveis (não compartilhar seringas e agulhas, no caso de usuários de drogas injetáveis, por exemplo).

Fique Sabendo

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem no Brasil cerca de 600 mil pessoas vivendo com o HIV. Dessas, estima-se que aproximadamente 400 mil não sabem de sua condição sorológica. Portanto, o diagnóstico é fundamental para o controle da epidemia de aids.

O diagnóstico precoce é muito importante para a realização de um tratamento que garanta a qualidade de vida da pessoa com HIV/aids. O diagnóstico também pode fazer a diferença na gravidez. Mães que vivem com HIV/aids podem aumentar suas chances de terem filhos sem o HIV, se orientadas corretamente e se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e puerpério.

O teste e o tratamento são gratuitos. Além disso, quem realiza o teste deve contar com apoio e orientação psicológica antes e depois do resultado. Em Campinas, além dos Centros de Saúde, o teste pode ser feito no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Centro de Referência do PMDST/Aids.

Para saber mais sobre o teste no CTA, a população deve ir ao Centro de Referência DST/Aids, à rua Regente Feijó, 637, Centro, de segunda a sexta, das 7h às 20h, ou informar-se pelo telefone (19) 3236 – 3711. O teste, além de gratuito, é sigiloso. Só a pessoa que faz o exame fica sabendo o resultado.

Vista-se, use sempre camisinha

Além do incentivo ao teste gratuito de HIV e sífilis, e outras DSTs, que fazem parte da campanha nacional "Fique Sabendo" de promoção do diagnóstico precoce, o Programa Municipal de DST/Aids incentiva o uso de camisinhas em todas as relações sexuais.

A campanha nacional "Vista-se, use sempre camisinha" utiliza uma marca, um "selo", que assina peças de promoção ao uso do preservativo produzidas pelo Ministério da Saúde e seus parceiros. Organizações Não Governamentais (ONGs), empresas da iniciativa privada e outras instituições governamentais podem aplicar a marca em seus materiais de prevenção.

Segundo o Ministério, a maioria das pessoas concorda que é importante o uso freqüente da camisinha, mas não sabe o que fazer a respeito. O símbolo do "Vista-se" possibilita que essas pessoas expressem essa idéia (use camisinha) de forma ordenada e, portanto, mais eficiente.

O preservativo masculino é o produto mais comum no mercado, é o foco de distribuição gratuita das ações do Ministério e o homem ainda é o maior consumidor de preservativos no País. Para o homem, a frase "Vista-se" é entendida como um comando, para a mulher, a mesma frase é traduzida como discurso - uma mulher com a camiseta do Vista-se transmite uma mensagem para os homens e mostra que sabe a importância do uso do preservativo.

Segundo o Ministério da Saúde, pesquisa revela 52% dos brasileiro de 15 a 54 já receberam ou pegaram preservativo de graça - a maioria em postos de saúde e durante o carnaval, 96% sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a transmissão do HIV nas relações sexuais. A mesma pesquisa, de acordo com o Ministério, indica que 25% usam o preservativo regularmente, em qualquer parceria e que 67% afirmam ter usado o preservativo em sua última relação eventual.

A mesma pesquisa indica que 45,8% dos brasileiros não usam o preservativo porque a última relação foi com o cônjuge, 11,5% porque confiam no parceiro, 11,4% porque têm parceria fixa, 8,8% porque não gosta ou o parceiro(a) não gosta, 6,3% - porque não tinha na hora da relação, 4,3% porque acha que "não precisa" e 3,6% porque não quis.

Transmissão do HIV e outras DSTs

A enfermeira sanitarista Maria Cristina Feijó Januzzi Ilário, coordenadora do PMDST/Aids de Campinas, afirma que a principal forma de transmissão do HIV está nas relações sexuais desprotegidas: "Ou seja, quando as pessoas mantém relações sexuais sem camisinha". Ela também destaca a necessidade de práticas de redução de danos para usuários de drogas prevenirem-se ao HIV/aids.

"Se for usar drogas, e se for usar drogas injetáveis, que use seringas individuais e descartáveis. E que procure o Programa de Redução de Danos do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas", disse Cristina. O PRD fica dentro do Centro de Referência do PMDST/Aids, à rua Regente Feijó, 637, Centro. Os telefones são: (19) 3236 – 3711 e 3234 – 5000.

Situação epidemiológica

De acordo com dados divulgados no dia 30 de novembro de 2006 pelo PMDST/Aids, Campinas tem 4.763 casos de aids notificados no município desde a década de 80. A epidemia se apresenta estável no município, com declínio para algumas categorias - como usuários de drogas injetáveis. A letalidade é reduzida e está atualmente em 7%.

Dentro desta estabilidade existem movimentações importantes, como o crescimento persistente entre as mulheres – feminização da epidemia –, sexo em que a principal categoria de exposição – forma de transmissão - é por relações heterossexuais. Esta tendência também é verificada no Brasil.

Em relação à distribuição por sexo, no início da epidemia havia uma predominância grande de casos no sexo masculino sobre os casos no sexo feminino. Em 1987, para cada 11 homens com aids havia uma mulher (11/1). Atualmente, a razão é de 1,5/1. "Isto mostra o quanto a epidemia aumenta mais rapidamente entre mulheres", disse Cristina.

Segundo a sanitarista, a análise dos dados é fundamental no sentido de incrementar as ações educativas e de prevenção. "A aids, como toda doença, tem uma epidemiologia dinâmica em função das mudanças tecnológicas, culturais, demográficas entre outras. É importante estarmos atentos para estas mudanças para que possamos ser mais efetivos nas medidas de controle que incluem também e principalmente orientação à população e priorização de grupos para enfocar medidas de prevenção", afirma Maria Cristina.

Centro de Referência do PMDST/Aids

A aids é uma síndrome que pode ser tratada através do SUS. O tratamento é complexo e realizado em serviços especializados, como o Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas. O Centro de Referência fica na rua Regente Feijó, 637, Centro, e está aberto de segunda a sexta-feira (exceto aos feriados) das 7h às 20h. O telefone, para mais informações sobre este serviço é (19) 3234 – 5000.

A estimativa, com base em dados do Ministério da Saúde, é que cerca de 2.000 pessoas têm o vírus HIV em Campinas e não sabem. O teste é oferecido gratuitamente através do SUS e deve ser feito em qualquer Centro de Saúde (CS) de Campinas ou no Centro de Referência do PMDST/Aids. A melhor forma de prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis é o uso de camisinha em todas as relações sexuais. As camisinhas também são distribuídas gratuitamente nos Centros de Saúde através do SUS.

Para saber mais sobre o teste de HIV e sífilis, em Campinas, a população deve informar-se no Centro de Saúde mais próximo ou através do telefone (19) 3236 – 3711, do Centro de Referência. O teste é gratuito e só a pessoa que faz o exame deve ficar sabendo o resultado. Para saber mais sobre aids a população pode acessar o site http://www.aids.gov.br ou ligar para o Disk-Saúde: 0800 61 1997 (do Ministério da Saúde) ou para o Disk-DST/Aids: 0800 16 2550 (do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo).

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