Programa DST/Aids participa de 6 horas de rock, música de raiz, dança e feira no lançamento de "Caminho do Portal" da banda Expresso 4.11

30/10/2007

Autor: Eli Fernandes

Das 16h às 22h, vários grupos de cultura popular de Campinas participaram do evento simultâneo à feira Afro Mix, durante o projeto Plataforma Cultural

Às 13h a antiga plataforma de embarque da Estação Ferroviária Central de Campinas já estava agitada com a montagem das barracas para a feira Afro Mix. Palco e iluminação já estavam em seus devidos lugares. Logo mais começariam as conversas sobre prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e ao HIV (vírus que causa a aids).

Quando a entrada principal da atual Estação Cultura foi aberta, às 16h de domingo, dia 28 de outubro de 2007, jovens, adultos e as crianças (que eles trouxeram) já falavam com técnicos do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas. As conversas, em um dos auditórios da Estação, eram atualizações sobre DSTs, HIV, aids; como estes podem ser transmitidos de uma pessoa para outra e, principalmente, como a transmissão pode ser evitada.

O incentivo ao uso da camisinha, que usada corretamente e em todas as relações sexuais, impede a transmissão do HIV e das DSTs, já era visível nas camisetas da campanha nacional "Vista-se, use sempre camisinha" e nas cestas, com material educativo e informativo distribuídas pelas barracas da feira Afro Mix. A tarde de domingo teve cara de festa e auto-estima, com alegria e educação em saúde.

O evento marcou o lançamento do novo disco da banda "Caminho do Portal". Durante a tarde e noite apresentaram-se quatro grupos de música e dança [Jongo Dito Ribeiro (Jardim Roseira), Orquestra de Tambores de Aço da Casa de Cultura Tainã (Vilas Padre Manoel da Nóbrega/Castelo Branco), Semente de Esperança (Jardim São Fernando), Nação Congo (São Bernardo)], o DJ Dumbo e o discotecário Riva Rock, também de Campinas.

Vista-se, use sempre camisinha

O Programa Municipal de DST/Aids incentiva o uso de camisinhas em todas as relações sexuais. A campanha nacional "Vista-se, use sempre camisinha" utiliza uma marca, um "selo", que assina peças de promoção ao uso do preservativo produzidas pelo Ministério da Saúde e seus parceiros. Organizações Não Governamentais (ONGs), empresas da iniciativa privada e outras instituições governamentais podem aplicar a marca em seus materiais de prevenção.

Segundo o Ministério, a maioria das pessoas concorda que é importante o uso freqüente da camisinha, mas não sabe o que fazer a respeito. O símbolo do "Vista-se" possibilita que essas pessoas expressem essa idéia (o uso da camisinha) de forma ordenada e, portanto, mais eficiente.

O preservativo masculino é o produto mais comum no mercado, é o foco de distribuição gratuita das ações do Ministério e o homem ainda é o maior consumidor de preservativos no País. Para o homem, a frase "Vista-se" é entendida como um comando, para a mulher, a mesma frase é traduzida como discurso - uma mulher com a camiseta do Vista-se transmite uma mensagem para os homens e mostra que sabe a importância do uso do preservativo.

Segundo o Ministério da Saúde, pesquisa recente (confira no site www.aids.gov.br ) revela que 52% dos brasileiros de 15 a 54 já receberam ou pegaram preservativo de graça – a maioria em postos de saúde e durante o carnaval –e 96% sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a transmissão do HIV nas relações sexuais. A mesma pesquisa, de acordo com o Ministério, indica que 25% usam o preservativo regularmente, em qualquer parceria e que 67% afirmam ter usado o preservativo em sua última relação eventual.

Segundo o Ministério 45,8% dos brasileiros não usam o preservativo porque a última relação foi com o cônjuge, 11,5% porque confiam no parceiro, 11,4% porque têm parceria fixa, 8,8% porque não gosta ou o parceiro(a) não gosta, 6,3% - porque não tinha na hora da relação, 4,3% porque acha que "não precisa" e 3,6% porque não quis.

Fique Sabendo

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem no Brasil cerca de 600 mil pessoas vivendo com o HIV. Dessas, estima-se que aproximadamente 400 mil não sabem de sua condição sorológica. Portanto, o diagnóstico é fundamental para o controle da epidemia de aids.

O diagnóstico precoce é muito importante para a realização de um tratamento que garanta a qualidade de vida da pessoa com HIV/aids. O diagnóstico também pode fazer a diferença na gravidez. Mães que vivem com HIV/aids podem aumentar suas chances de terem filhos sem o HIV, se orientadas corretamente e se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e puerpério.

O teste e o tratamento são gratuitos. Além disso, quem realiza o teste deve contar com apoio e orientação psicológica antes e depois do resultado. Em Campinas, além dos Centros de Saúde, o teste pode ser feito no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Centro de Referência do PMDST/Aids.

Para saber mais sobre o teste no CTA, a população deve ir ao Centro de Referência DST/Aids, à rua Regente Feijó, 637, Centro, de segunda a sexta, das 7h às 20h, ou informar-se pelo telefone (19) 3236 – 3711. O teste, além de gratuito, é sigiloso. Só a pessoa que faz o exame fica sabendo o resultado.

Transmissão do HIV e outras DSTs

A coordenadora do PMDST/Aids de Campinas afirma que a principal forma de transmissão do HIV está nas relações sexuais desprotegidas: "Ou seja, quando as pessoas mantém relações sexuais sem camisinha". Ela também destaca a necessidade de práticas de redução de danos para usuários de drogas prevenirem-se ao HIV/aids.

"Se for usar drogas, e se for usar drogas injetáveis, use seringas individuais e descartáveis e tenha preservativos à mão! Procure o Programa de Redução de Danos do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas", disse Cristina. "Aprenda sobre seus direitos no SUS, exercite sua cidadania, controle o seu uso de drogas lícitas ou ilícitas e reduza danos a sua saúde, não sendo controlado por elas." O PRD fica dentro do Centro de Referência do PMDST/Aids, à rua Regente Feijó, 637, Centro. Os telefones são: (19) 3236 – 3711 e 3234 – 5000.

Situação epidemiológica

De acordo com dados divulgados no dia 30 de novembro de 2006 pelo PMDST/Aids, Campinas tem 4.763 casos de aids notificados no município desde a década de 80. A epidemia se apresenta estável no município, com declínio para algumas categorias - como usuários de drogas injetáveis. A letalidade é reduzida e está atualmente em 7%.

Dentro desta estabilidade existem movimentações importantes, como o crescimento persistente entre as mulheres –feminização da epidemia–,em que a principal categoria de exposição –forma de transmissão do HIV­– é a sexual, ou seja através de relações sexuais desprotegidas.

Em relação à distribuição por sexo, no início da epidemia havia predominância de casos de aids entre pessoas do sexo masculino sobre as do sexo feminino. Em 1987, para cada 11 homens com aids havia uma mulher (11/1). Atualmente, a razão é de praticamente 1/1. "Isto mostra o quanto a epidemia aumentou entre mulheres", disse Cristina.

Segundo a sanitarista, a análise dos dados é fundamental no sentido de incrementar as ações educativas e de prevenção. "A aids, como toda doença, tem uma epidemiologia dinâmica em função das mudanças tecnológicas, culturais, demográficas, entre outras. É importante estarmos atentos para estas mudanças para que possamos ser mais efetivos nas estratégias de enfrentamento a aids, priorizando ações voltadas aos grupamentos e/ou segmentos da sociedade sob maior vulnerabilidade", afirma Maria Cristina.

Centro de Referência do PMDST/Aids

A aids é uma síndrome que pode ser tratada e controlada através do SUS em serviços especializados, como o Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas. O Centro de Referência fica na rua Regente Feijó, 637, Centro, e está aberto de segunda a sexta-feira (exceto aos feriados) das 7h às 20h. O telefone, para mais informações sobre este serviço é (19) 3234 – 5000.

A estimativa, com base em dados do Ministério da Saúde, é que cerca de 2.000 pessoas têm o vírus HIV em Campinas e não sabem. O teste é oferecido gratuitamente através do SUS e deve ser feito em qualquer Centro de Saúde (CS) de Campinas ou no Centro de Referência do PMDST/Aids. A melhor forma de prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis é o uso de camisinha em todas as relações sexuais. As camisinhas também são distribuídas gratuitamente nos Centros de Saúde.

Para saber mais sobre o teste de HIV e sífilis, em Campinas, a população deve informar-se no Centro de Saúde mais próximo ou através do telefone (19) 3236 – 3711, do Centro de Referência. O teste é gratuito, pode ser anônimo e só a pessoa que faz o exame fica sabendo o resultado. Para saber mais sobre aids a população pode acessar o site http://www.aids.gov.br ou ligar para o Disk-Saúde: 0800 61 1997 (do Ministério da Saúde) ou para o Disk-DST/Aids: 0800 16 2550 (do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo).

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