Autor: Denize Assis
A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio do Departamento de Saúde, lançou nesta quinta-feira, dia 2 de outubro, o Manual de Diretrizes Básicas de Saúde da Mulher. O documento, construído de acordo com a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, enfoca ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em todas as fases e situações da vida.
O evento de lançamento, ocorrido no Monreale Hotel, reuniu mais de 250 profissionais da Secretaria de Saúde que atuam com Saúde da Mulher. Alguns temas, como pré-natal e puerpério, prevenção do câncer ginecológico, planejamento familiar, Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, violência sexual, climatério e ações de enfermagem em Saúde da Mulher foram debatidos na ocasião.
“Estamos aqui apresentando um material muito importante, relevante, que diz respeito à maturidade da coordenação municipal da Saúde da Mulher e que norteia as equipes da rede pública municipal de Saúde e fornece informações técnicas valiosas não somente aos ginecologistas, mas aos generalistas e às equipes de enfermagem”, disse o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, durante a abertura do evento.
O secretário ressaltou a “pujança e o avanço” que Campinas tem na área da Saúde da Mulher. Ele citou a questão do câncer de colo de útero, com índices comparados aos dos países mais desenvolvidos, como Canadá, por volta de 3 por 100 mil, em relação à mortalidade, enquanto no Brasil os índices são três a quatro vezes maiores.
“Isso não se deu por acaso, é um processo histórico, de continuidade. E a mulher conta atualmente com ginecologista na atenção básica. Ela tem a oportunidade de fazer precocemente seus diagnósticos e conta com assistência integral desde a atenção básica, passando pela intermediária, integrada com a universidade, avançando até ao atendimento terciário e quaternário, em casos especiais. É neste contexto que está sendo lançado o novo Manual de Diretrizes”, disse.
José Francisco Saraiva informou que para 2009, um dos projetos, já aprovados pela Secretaria de Saúde e pelo Conselho Municipal de Saúde, é a criação de um centro intersetorial de atenção à mulher, que possa não somente atuar integrado com a atenção básica à saúde, mas que tenha um caráter mais amplo de atenção, assistindo a mulher também como cidadã, olhando seus direitos de inclusão social, de exercício de cidadania, assistência legal e assim por diante.
“Este lançamento constitui-se num momento de continuidade de um trabalho muito grande e que deve desaguar em grandes avanços para que a mulher campineira tenha cada vez mais uma boa saúde, com dignidade e, acima de tudo, com cidadania”, finalizou o secretário.
Também estavam presentes na mesa de abertura do lançamento, a diretora municipal de Saúde, Lígia Aparecida Neaime de Almeida; o coordenador da área técnica de Saúde da Mulher, Fernando Brandão; a coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Berenice Rosa Francisco; e a coordenadora do Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde, Alóide Ladeia Guimarães.
O Manual foi construído de forma democrática, com participação dos servidores da Saúde envolvidos ou interessados no assunto, e levando em consideração o perfil populacional das mulheres de Campinas e na perspectiva de fortalecimento da atenção básica. O primeiro Manual foi lançado em 1999. Esta nova versão é a primeira revisão desde então. Depois de concluídos os trabalhos, o novo conteúdo foi disponibilizado na internet pelo período de 1 ano para que mais uma vez pudesse ser submetido a sugestões e ajustes.
“Acrescentamos as novas orientações que a prática do atendimento mostrou serem pertinentes e de acordo com as novas evidências científicas, mudando assim conceitos de diagnósticos e tratamentos. Nosso objetivo principal é qualificar e ampliar a assistência à saúde da mulher em Campinas”, disse o coordenador da área técnica de Saúde da Mulher, Fernando Brandão.
Do total de mais de 1 milhão de habitantes de Campinas, 51,87% são mulheres. Entre os trabalhadores da Secretaria de Saúde – mais de 6 mil -, 82% são mulheres.