Ministério da Saúde elogia atuação De Campinas no combate a dengue

13/10/2008

Autor: Denize Assis

A coordenação do Programa Nacional de Combate a Dengue, do Ministério da Saúde, elogiou a atuação da Secretaria de Saúde de Campinas no controle da doença. O reconhecimento ocorreu durante a Oficina para Elaboração do Plano de Contingência do Estado ocorrida em São Paulo, capital, na última semana.

Na ocasião, dois municípios paulistas, Campinas e Santos, pela relevância epidemiológica, tiveram seus trabalhos de controle da dengue avaliados pelo Ministério e pela Secretaria de Estado da Saúde, com objetivo de garantir o próximo verão com menor número de casos.

Este ano, Campinas registrou 219 casos de dengue e está com um dos menores coeficientes de incidência da doença no Estado. Em 2007, durante todo ano, foram 9,1 mil casos confirmados laboratorialmente. A redução de mais de 97% é resultado da mudança implementada no Programa Municipal de Combate a Dengue (leia abaixo).

Durante a oficina em São Paulo, o Ministério convidou Campinas para participar de dois projetos-piloto sobre novas tecnologias para o controle da dengue: construção de uma ficha de avaliação de óbitos suspeitos de dengue e avaliação de uma metodologia para medir a infestação do mosquito adulto.

Ações

Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa), entre as mudanças que mais impactaram a redução de casos de dengue no município consta a oficina realizada em outubro de 2007 onde, em conjunto com todos os servidores municipais da saúde envolvidos no combate à doença, foi definida uma mudança no jeito de trabalhar com a meta de tolerância zero para qualquer caso da doença.

Na prática, isto resultou em ações mais rápidas envolvendo, ao mesmo tempo, todas as medidas de controle e maior agilidade no bloqueio de casos. Houve também uma maior agilidade no diagnóstico laboratorial, contratação de pessoal para atuação específica no controle da dengue, compra de equipamentos específicos e o município passou a trabalhar com georeferenciamento por satélite no controle dos casos.

Também houve mudança na gestão do programa e, atualmente, a Covisa tem de fato a coordenação geral e cada Visa Distrital – são cinco -, por sua vez, trabalha com coordenador e supervisores gerais e de campo de dengue. O sistema de informação também sofreu melhorias.

Além disso, também em outubro, foi lançada a campanha de mobilização social, com envolvimento de todos os setores da comunidade no combate à doença. A Prefeitura também criou a Comissão de Endemias e Epidemias e o Gabinete do Prefeito publicou uma ordem de serviço para que todos os setores municipais cuidem de seus espaços de forma criteriosa com o objetivo de inviabilizar criadouros e agilizar todas ações de controle.

Outra estratégia relacionada à dengue foi a parceria com entidades ligadas às áreas da medicina, como com o Conselho Regional de Medicina (CRM), Sindicato dos Médicos e Sociedade de Medicina e Cirurgia (SMCC) para divulgação de informações aos médicos do município. Inicialmente o secretário enviou uma carta destacando a importância do engajamento dos médicos na campanha de combate à dengue.

Os 580 agentes de saúde também foram convocados pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos e pelo secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, para o empenho no combate à dengue. Eles foram sensibilizados durante duas reuniões, oportunidades nas quais o secretário e o prefeito ressaltaram a importância da atuação dos agentes na mobilização da sociedade para o combate ao mosquito transmissor da doença.

Segundo o secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, a redução no número de casos de dengue em Campinas em 2008 é bastante significativa e revela o resultado de esforços de toda equipe de saúde e do governo municipal que se anteciparam ao período de maior transmissão da dengue – que são os meses de calor e chuvas –, com reforço nas estratégias de controle; nas ações de comunicação, informação e mobilização social; na mobilização de todos os setores da Prefeitura; na capacitação das equipes de saúde e na avaliação e acompanhamento dos trabalhos.

Por outro lado, segundo o secretário, a redução indica a importância de se manter a vigilância permanente contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Há muito que a dengue deixou de ser preocupação de verão, quando o mosquito tem proliferação favorecida pelo clima úmido e quente. A continuidade das medidas de combate ao vetor no município durante todo ano e a participação da população são essenciais”, diz José Francisco Saraiva.

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