Campinas inicia novo estudo Sobre Violências e Acidentes

02/10/2009

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde, iniciou nesta quinta-feira, dia 1º de outubro, mais um levantamento sobre acidentes e violências, chamados causas externas, em serviços de urgência e emergência e prontos-atendimentos do município. Trata-se do VIVA 2009.

O trabalho, desenvolvido em Campinas e em outras 39 cidades brasileiras que participam de um seleto grupo de municípios sentinelas, integra estudo do Ministério da Saúde para traçar o perfil de acidentes e violências no Brasil. Este é o terceiro VIVA no município.

Neste novo levantamento, diferente dos anteriores e diferente do restante do País, Campinas vai integrar um estudo piloto que abrange não só unidades sentinela, mas todos os hospitais públicos, privados e filantrópicos na cidade – São 15 ao todo. Além de Campinas, Teresina, no Piauí, também integrará o piloto. O trabalho vai durar 30 dias ou até que o município cumpra 750 amostras.

A pesquisa, que teve início em Campinas nesta quinta-feira, dia 1º, no Hospital de Clínicas da Unicamp, trás subsídios para o setor saúde, em articulação com os demais setores governamentais e pretende implementar políticas públicas de prevenção de violências e de promoção da saúde, além de uma cultura de paz.

Serão considerados neste levantamento todos os tipos de violências e acidentes, inclusive as situações em que a notificação é compulsória, como nos casos de violências contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos (as).

O VIVA, por meio de incentivo financeiro da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), conforme publicação da Portaria Ministerial 1.356/2006, propiciará um maior conhecimento da magnitude e gravidade do problema, além da obtenção do perfil da vítima, do provável autor(a) de agressão e da ocorrência do evento.

Além disso, o VIVA coleta dados precisos de violências contra crianças, adolescentes, mulheres, homens e idosos(as) vítimas de violência doméstica, sexual e outras formas de agressão por intermédio da notificação contínua e compulsória.

Em Campinas, este trabalho de notificação se dá por meio do Programa Iluminar, da Prefeitura de Campinas, que inclui, além dos cuidados com as vítimas de violência doméstica e sexual, uma rede de prevenção.

O VIVA 2009 é coordenado, em Campinas, pela Vigilância em Saúde e viabilizado em parceria com o Comitê Gestor de Urgência e Emergência, com apoio do Departamento de Cirurgia do Trauma do HC da Unicamp, Hospital Municipal Mário Gatti, Complexo Ouro Verde, Hospital Celso Pierro e hospitais privados e filantrópicos envolvidos.

Importância comprovada. Nos dois primeiros estudos, realizados em 2006 e 2007, o VIVA mostrou que os homens, de faixa etária de 20 a 29 anos, de cor parda e de baixa escolaridade são as principais vítimas de violência e acidentes. Em relação aos maus tratos e à violência doméstica, as mulheres, de todas as idades, foram as principais vítimas. Entre as crianças de 0 a 9 anos atendidas, a maior parte foi vítima de maus-tratos praticados por autores de agressão da própria família. Uma estimativa chamou a atenção dos técnicos nos dois estudos e serviu como base para adoção de medidas pertinentes: o excessivo número de motociclistas acidentados.

Ações. No âmbito municipal, os dois primeiros levantamentos VIVA resultaram em estratégias traçadas pela Secretaria de Saúde para vigilância em acidentes e violências, além da implementação de ações preventivas – no sentido de impedir a sua ocorrência – e de assistência – visando tratamento e reabilitação das vítimas.

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