CCZ de Campinas inicia hoje programa de microchipagem em 1.200 cães e gatos

05/10/2010

Autor: Marco Aurélio Capitão

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas inicia às 9h desta quarta-feira, dia 6 de outubro, a identificação por dispositivo eletrônico (Microchip) de 1.200 cães e gatos que foram incluídos no programa de castração do PAC/Viracopos. A iniciativa conta com o apoio da CCR AutoBAn, que fez a doação dos microchips e de duas leitoras para identificação. Também integra o projeto a ONG CãoChorro, de Americana, especializada em programas de educação para a guarda responsável de animais, que inclui a identificação e registro da população animal e seus proprietários.

Douglas Presotto, coordenador técnico do CCZ de Campinas, explica que os microchips doados pela AutoBan são de última geração e revestidos de substância biocompatível antimigratória para uso em animais. “Trata-se de um dispositivo inerte, isto é, que permanece inativo e é ativado apenas quando recebe um sinal enviado pela leitora. Uma vez instalado sob a pele, na nuca do animal, esse chip fornece um número exclusivo toda vez que passa pela leitora”, explica Douglas.

O coordenador técnico afirma que o benefício da microchipagem começa com os proprietários, que terão mais chance de resgatar seu animal em caso de roubo e extravio. Ele complementa que, com a mesma precisão, beneficia clínicas veterinárias, petshops e, ainda, criadores de animais que podem ter mais controle sobre suas ninhadas.

As prefeituras e os centros de zoonoses, conforme ressalta Douglas Presotto, terão seu trabalho facilitado com essa tecnologia. “A partir do instante em que esse sistema estiver implantado em larga escala, com cobertura em todo o município, teremos o controle total da população de cães e gatos, o que facilitará também as campanhas de vacinação e outros projetos de castração”, afirma o coordenador técnico.

Ao ter seu animal microchipado, a partir desta quarta-feira, o proprietário beneficiado pelo PAC/Viracopos vai receber, também, um “Guia do Proprietário Responsável”, uma espécie de cartilha com informações sobre cuidados básicos, datas de vacinação, alimentação, esterilização, socialização e outras dicas que podem melhorar a convivência entre as pessoas e seus animais de estimação.

Segundo Douglas Presotto, a intenção da Prefeitura é estender esse programa de microchipagem para cães e gatos de todo o município de Campinas. “Essa providência logo será uma obrigatoriedade por lei, conforme constará no Estatuto dos Animais de Campinas, que já está tramitando nas comissões da Câmara”.

Douglas lembra que, uma vez com o projeto implantado, as instituições públicas e privadas, como delegacias, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Centros de Controle de Zoonoses, Petshops, Clínicas Veterinárias e ONGs de proteção animal deverão estar equipados com leitoras de microchips, uma vez que esse procedimento vai facilitar a identificação de animais soltos ou perdidos em qualquer ponto da cidade.

A cerimônia de inauguração do programa de microchipagem vai contar com a presença do Secretário Municipal de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, da diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, Maria Filomena Gouveia Vilela, do coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Campinas, Douglas Presotto, da coordenadora do CCZ, Adriana Carla Monteiro Beraldo, do médico veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, responsável técnico pelo Projeto de Castração do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da delegada Rosana Vescovi Mortari, responsável pela Sessão de Proteção Animal e Meio Ambiente do 4º Distrito de Polícia de Campinas.

Recursos do PAC - O projeto de castração de 1.200 cães e gatos na região do entorno do Aeroporto Internacional de Viracopos foi iniciado em setembro. Com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PC), do Governo Federal, as castrações são feitas nas dependências do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) por uma empresa contratada em licitação pela Prefeitura de Campinas. Os procedimentos, sempre supervisionados pelo corpo técnico do CCZ, ocorrem duas vezes por semana para que o centro cirúrgico mantenha as atividades de rotina. A campanha inclui os bairros Monte Cristo, Parque Oziel, Campo Belo, Jardim Mariza, Gleba B (Carvalho de Moura), São Domingos e Vida Nova.

Além da campanha subsidiada pelos recursos do PAC, na região de Viracopos, a Secretaria Municipal de Saúde também iniciou, juntamente com o CMPDA, um processo de seleção de clínicas para a castração de cerca de 2 mil cães e gatos. Essa campanha já conta com verba de R$ 140 mil proposta em 2008, no Plano de Ação e Metas (PAM) da Vigilância Sanitária, para subsidiar castrações no período 2009/2010.

De acordo com dados colhidos na última campanha de vacinação contra a raiva, Campinas conta hoje com cerca de 130 mil cães. “Os números de animais que serão contemplados nessas campanhas do PAC e do PAM são pequenos se comparados com nossa população de animais na cidade. No entanto – ressalta a diretora – é o primeiro passo para o estabelecimento em Campinas de uma política de saúde pública que inclua, entre outras ferramentas de defesa e proteção de animais, a castração”.

Nas estradas - Fausto Cabral, Gestor de Tráfego da CCR AutoBAn, em nota divulgada ontem por sua assessoria de imprensa, colocou que, além do rastreamento e identificação dos animais, a microchipagem vai permitir uma maior conscientização em relação à posse responsável. “Iremos minimizar os impactos do grande número de cães recolhidos nas rodovias, que acabam chegando às pistas em função da superpopulação e abandono. Além disso – afirma Cabral - a parceria com os CCZs municipais vai facilitar o encaminhamento dos animais vivos, feridos ou sadios, para locais adequados”.

Segundo dados da AutoBan, em 2009, do total de ocorrências (125) envolvendo animais no Sistema Anhanguera-Bandeirantes, cerca de 70% foram com cães. No ano passado, a concessionária resgatou 289 cães vivos nas rodovias e recolheu 1.782 mortos. Este ano, no 1º semestre, do total de ocorrências (78) envolvendo animais registrados no Sistema Anhanguera-Bandeirantes, aproximadamente 80% foram com cães. De janeiro a junho, a AutoBAn resgatou 133 cães vivos nas rodovias e recolheu 787 mortos.

Volta ao índice de notícias