CCZ põe chip nos animais castrados no programa do PAC/Viracopos

06/10/2010

Autor: Marco Aurélio Capitão

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, da Concessionária CCR AutoBAn e da ONG Cãochorro participaram na manhã desta quarta-feira, no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas, do início do programa de identificação por dispositivo eletrônico (Microchip) de 1.200 cães e gatos que foram incluídos no programa de castração do PAC/Viracopos.

Na presença de jornalistas, o secretário municipal de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, recebeu das mãos do presidente da ONG Cãochorro, José Carlos Padovani, uma seringa contendo o microchip e uma scanner (leitor), como forma de simbolizar a doação feita pela CCR AutoBAn ao CCZ de todos os equipamentos.

A partir de agora, todos os cães e gatos incluídos no programa de castração do PAC/Viracopos saem do CCZ castrados e microchipados. Uma vez instalado sob a pele, na nuca do animal, o microchip fornece um número exclusivo sempre que passa pela leitora. Ao ser detectado, esse dígito, único e inalterável, vai para o cadastro do CCZ e para o banco de dados da Associação Brasileira do Microchip Animal (Abrachip).

A cerimônia de entrega dos dispositivos eletrônicos, ontem, no CCZ, contou com a presença do Secretário Municipal de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, da diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, Maria Filomena Gouveia Vilela, do coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Campinas, Douglas Presotto, do médico veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, responsável técnico pelo Projeto de Castração do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da delegada Rosana Vescovi Mortari, responsável pela Sessão de Proteção Animal e Meio Ambiente do 4º Distrito de Polícia de Campinas, do coordenador de Tráfego da AutoBan, Pedro Santos, do presidente da Cãochorro, José Carlos Padovani e do coordenador da Visa Sul, Luiz Henrique Martinelli Barros.

“Essa nova ferramenta, que não causa nenhum mal à saúde do animal, trará muitos benefícios à população proprietária de cães e gatos, às entidades protetoras de animais, aos centros de controle de zoonosese e à AutoBan. Trata-se de um programa que trará ótimos resultados na medida em que for ampliado para toda o município. É uma iniciativa que incentiva o exercício da cidadania”, afirmou o secretário de Saúde.

Pedro Santos, coordenador de Tráfego da AutoBan, explicou que o programa de identificação por dispositivo eletrônico (Microchip) é uma alternativa para incentivar a posse responsável e o vínculo entre o animal e seu proprietário. “É uma forma de facilitar, tanto para a AutoBan quanto para as entidades protetoras, a devolução dos animais aos seus proprietários. É uma ação de cidadania que pode minimizar os impactos do grande número de cães recolhidos nas rodovias, que acabam chegando às pistas em função do abandono desses animais”.

O coordenador de Tráfego informou que neste ano de 2010, até setembro, nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, foram registrados 103 acidentes com quinze pessoas feridas, provocados por animais na pista. Ele complementa que desses 103 acidentes, 80% foram provocados por cães. Ainda segundo dados da AutoBan, nas duas rodovias, ate setembro, foram registrados 787 ocorrências de atropelamento com o recolhimento de animais vivos e mortos.

José Carlos Padovani, da ONG Cãochorro, destacou a importância do registro do animal, pelo microchip, no cadastro do banco de dados unificado da Abrachip. “Estes primeiros 1.200 chips doados pela AutoBan é só o começo, logo teremos centenas de milhares de animais identificados por dispositivo eletrônico, com o apoio de clínicas veterinárias, ONGs, poder público, iniciativa privada e a sociedade”, afirmou Padovani.

Douglas Presotto, coordenador técnico do CCZ de Campinas, reforça a fala de Padovani e complementa que a intenção da Prefeitura é estender esse programa para cães e gatos de todo o município de Campinas. Ele lembra que a identificação por dispositivo eletrônico em pouco tempo será uma obrigatoriedade por lei, conforme constará no Estatuto dos Animais de Campinas, que já está tramitando nas comissões do Legislativo Municipal.

Douglas lembra que, uma vez com o projeto implantado, as instituições públicas e privadas, como delegacias, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Centros de Controle de Zoonoses, Petshops, Clínicas Veterinárias e ONGs de proteção animal deverão estar equipados com leitoras de microchips, uma vez que esse procedimento vai facilitar a identificação de animais soltos ou perdidos em qualquer ponto da cidade.

Recursos do PAC - O projeto de castração de 1.200 cães e gatos na região do entorno do Aeroporto Internacional de Viracopos foi iniciado em setembro. Com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PC), do Governo Federal, as castrações são feitas nas dependências do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) pela empresa contratada em licitação pela Prefeitura de Campinas.

Segundo o veterinário Ricardo de Almeida Souza, responsável pela empresa contratada, sua equipe está capacitada para esterilizar 150 animais num único dia, com uma técnica minimamente invasiva em que o corte é fechado com um único ponto. Os procedimentos, sempre supervisionados pelo corpo técnico do CCZ, ocorrem duas vezes por semana para que o centro cirúrgico mantenha as atividades de rotina. A campanha inclui os bairros Monte Cristo, Parque Oziel, Campo Belo, Jardim Mariza, Gleba B (Carvalho de Moura), São Domingos e Vida Nova.

Além da campanha subsidiada pelos recursos do PAC, na região de Viracopos, a Secretaria Municipal de Saúde também iniciou, juntamente com o CMPDA, um processo de seleção de clínicas para a castração de cerca de 2 mil cães e gatos. Essa campanha já conta com verba de R$ 140 mil proposta em 2008, no Plano de Ação e Metas (PAM) da Vigilância Sanitária, para subsidiar castrações no período 2009/2010.

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