Vigilância em Saúde promove capacitação sobre Hanseníase

15/10/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde, promove na manhã desta sexta-feira, dia 15 de outubro, na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), na avenida Brasil, 2.340, das 8h30 às 12h e à tarde, das 13h30 às 17h, capacitação sobre hanseníase.

Voltada para médicos, enfermeiros e técnicos de Vigilância em Saúde (Visa), principalmente os que ingressaram recentemente na rede pública municipal de Saúde, a capacitação vai enfocar a situação epidemiológica em Campinas, vigilância, importância do diagnóstico precoce, prevenção de incapacidades e direitos dos pacientes. As inscrições podem ser feitas no momento do evento.

A capacitação é etapa preparatória para a Campanha contra a Hanseníase que ocorre em Campinas de 18 a 22 de outubro em todos os centros de saúde com o objetivo de mobilizar a comunidade na luta pela eliminação da doença.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria Alice Satto, da Vigilância em Saúde Municipal, Campinas tem baixas prevalência e incidência da hanseníase, menos de um caso para cada grupo de 10 mil habitantes. Em 2005, o município foi certificado por ter alcançado a meta de eliminação da doença enquanto problema de saúde pública.

“Temos notificado em torno de 44 casos novos por ano. No entanto, ainda temos o grande desafio de identificar os pacientes mais precocemente. Nos últimos anos, apesar da redução da detecção e prevalência, parte dos diagnósticos tem sido realizada quando a pessoa já tem alguma incapacidade instalada, o que significa que o paciente já desenvolveu ou pode desenvolver sequelas”, diz.

Segundo Maria Alice, por este motivo, a capacitação visa principalmente manter toda a rede sensibilizada para o diagnóstico precoce, tratamento, avaliação e prevenção de incapacidades. “É preciso manter vigilância constante”, diz.

Maria Alice ressalta também a importância da campanha para que a população saiba os sintomas iniciais da hanseníase e faça adesão ao tratamento. Em Campinas não temos enfrentado problema de abandono. Também é fundamental que os familiares dos portadores da doença sejam avaliados, principalmente aqueles que conviveram no mesmo domicílio do paciente nos últimos cinco anos”, afirma a sanitarista.

Situação da doença

O número anual de casos novos da doença vem caindo desde 2003 no Brasil. Naquele ano, foram 51.941 registros. Em 2009, foram 37.610 notificações. Campinas também acompanha esta tendência com redução ano a ano.

É importante que todas as pessoas com manchas brancas ou vermelhas ou áreas dormentes no corpo procurem o serviço de saúde. A doença é infecciosa e atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos. A doença pode causar deformidades físicas, evitadas com o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, disponíveis no SUS.

Em Campinas, o tratamento é descentralizado e está disponível em todos os centros de saúde e nos hospitais Celso Pierro, da PUC e HC, da Unicamp. O município também oferece calçados próprios aos pacientes pelo Centro de Referência em Reabilitação. Os pacientes em tratamento podem conviver normalmente com sua família, seus colegas de trabalho e amigos, enfim permanecerem na sociedade sem nenhuma restrição.

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