Dia Nacional alerta para risco da obesidade

11/10/2011

Autor: Denize Assis

Neste 11 de outubro, Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, a Secretaria de Saúde de Campinas alerta para o tema que já se tornou um importante problema de saúde pública e consiste num dos principais fatores de riscos para o aparecimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como doenças cardiovasculares e diabetes.

De acordo com resultado de pesquisa apresentado no livro “As Dimensões da Saúde, Inquérito Populacional em Campinas”, de 2008, a incidência de sobrepeso entre moradores de Campinas é de 27,3% em mulheres e 37,2% em homens. A de obesidade é de 14,4% em mulheres e 13% em homens na faixa etária acima de 18 anos.

Na faixa etária de 12 a 19 anos, as prevalências de sobrepeso e obesidade são, respectivamente, 10,5% e 4,4% no sexo masculino e 11,9% e 2,8% no sexo feminino.

A obesidade é maior entre adolescentes de famílias em que os chefes têm menor escolaridade e com renda per capita inferior a um salário mínimo. É mais prevalente nos adolescentes que não praticam atividade física com destaque para meninas tabagistas.

Uma outra pesquisa, amostral, de 2007, apontou que entre alunos de escolas municipais de Campinas de 6 a 10 anos, 12% tinham sobrepeso e 10,7% obesidade. Na faixa de 11 a 14 anos, 12,7% apresentavam sobrepeso e 11,3% obesidade. Entre os alunos de 15 a 17 anos, 16,6% estavam acima do peso normal.

Reduzir a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes e deter o crescimento do problema em adultos são metas da Secretaria Municipal de Saúde previstas no Programa Municipal de Prevenção das Doenças Cardiovasculares, que inclui a prevenção da obesidade e do sedentarismo. O Programa atende ao Plano de Ações de Enfrentamento às DCNTs, do Ministério da Saúde.

Segundo técnicos do Departamento Municipal de Saúde, das áreas da Saúde da Criança e do Adulto e Idoso, as prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante nos últimos anos no Brasil, especialmente na população infanto-juvenil, e esta realidade se aplica a Campinas.

Atenta a esta situação, a Secretaria de Saúde de Campinas implantou há 4 anos, mesmo antes do Plano de Ações de Enfrentamento às DCNTs, do Ministério da Saúde, o Programa Municipal de Prevenção das Doenças Cardiovasculares. A iniciativa de Campinas também atende à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Este programa gerou uma outra iniciativa: o Programa Educação para uma Vida Saudável. Voltado a alunos das escolas municipais, o trabalho visa promover mudanças positivas na tendência de adoecimento e mortalidade por doenças do coração por meio de ações educativas e intervenções primárias e secundárias. Os trabalhos são multidisciplinares e envolvem as Secretarias Municipais de Saúde, Educação, Ação Social, Esportes e Ceasa.

As principais linhas de trabalho do programa são constituídas por ações educativas junto a alunos, pais e professores, inclusive, com distribuição de material didático para orientar atividades nas escolas e ações intersetoriais e multidisciplinares para tratamento da obesidade e síndrome metabólica. Outro ponto é a mudança nas refeições oferecidas nas escolas.

Relevância.

Segundo o médico pediatra Roberto Mardem Farias, coordenador da Atenção Básica, este é um dos programas mais relevantes da Secretaria de Saúde porque lida com um dos determinantes mais sérios em relação à saúde da população que é a questão dos hábitos alimentares inadequados, no sentido de qualidade e quantidade.

“Os brasileiros estão substituindo os alimentos naturais pelos processados, com excesso de gorduras. Hoje tem menos arroz e feijão, salada e frutas na alimentação do brasileiro e mais comidas gordurosas e ricas em açúcar, o que contribui para o aumento de peso. Como consequência, enfrentamos uma epidemia de obesidade”, afirma Roberto Mardem. Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 18% dos brasileiros seguem a recomendação de comer 400 gramas ao dia de frutas, legumes e verduras.

Além disso, este programa é importante porque é voltado a crianças, o que significa que atua no sentido de formar uma geração de adultos saudáveis. Outro ponto muito positivo é que trata-se de um trabalho articulado e integrado com outras secretarias. “É um programa muito completo que busca qualificar, aperfeiçoar e trabalhar de maneira mais radical as políticas de governo que envolvam toda a sociedade no enfrentamento deste grande problema de saúde pública, que é a obesidade”, diz o coordenador.

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