Comemoração no Salão Vermelho marca 10 anos do Caps Toninho

11/10/2011

Autor: Marco Aurélio Capitão

Na manhã desta terça-feira, 11 de outubro, no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas, a Coordenadoria de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas comemorou os 10 anos do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Antônio da Costa Santos, que recebeu este nome em homenagem ao ex-prefeito Toninho, do PT. O evento, intitulado “Refletindo Sobre Nossa História”, contou com a participação da psicóloga e mestre em psicologia clínica, Patrícia Badari e do médico sanitarista, professor Emerson Merhy.

A cerimônia de abertura teve, ainda, a presença do secretário municipal de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, da coordenadora do Programa de Saúde Mental da SMS, Carla Machado, do diretor de Saúde da SMS, Adilson Rocha Campos e da coordenadora do CAPS Toninho, Rosana Romanelli, além de outros trabalhadores, gestores, usuários do Caps e seus familiares.

O secretário de Saúde, José Francisco Saraiva, ao abrir o evento, lembrou que o CAPS Toninho é um exemplo de “resistência à corrente que vai contra a desospitalização como um dos pilares da política de saúde mental no Brasil”. Saraiva aproveitou para enaltecer o papel do Serviço de Saúde Cândido Ferreira na aplicação do modelo que defende o tratamento em liberdade. “Sem o Cândido, jamais teríamos chegado a este patamar que, hoje, serve de referência para os municípios da região e do País”.

As considerações do secretário foram reforçadas pela coordenadora Carla Machado. “Os resultados conseguidos nestes dez anos apontam que estamos no caminho certo. O CAPS Toninho está integrado ao território, muitos estigmas foram deixados de lado e esses avanços nos dão força para continuarmos investindo nessa rede substitutiva”.

Da mesma forma, o diretor de Saúde da SMS, Adilson Rocha Campos, destacou o papel imprescindível do Serviço de Saúde Cândido Ferreira na construção de um novo modelo de tratar a saúde mental. “Essa parceria, sem dúvida, fez o diferencial para o SUS Campinas alcançar este patamar. O Cândido é um exemplo de construção contra-hegemônica que se inclui dentro de uma corrente que se formou para transformar a ordem vigente e instaurar uma nova forma de tratar, isto, é, de tratar em liberdade”, disse o diretor.

Histórico.

A Política Nacional de Saúde Mental, lançada em 2003, define os CAPS como o principal elemento da rede de atenção extra-hospitalar, formada também pelas residências terapêuticas, centros de convivência e pelo programa De Volta para Casa. Na concepção da reforma psiquiátrica, o modelo centrado na atenção hospitalar não reabilita o paciente.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas dispõe de uma rede de cuidados comunitários de saúde mental constituída por dez Caps, sendo seis Caps III com oito leitos cada (48 leitos), dois Caps-i voltado para o atendimento de crianças e adolescentes e outros dois voltados para o atendimento de pessoas que sofrem com transtornos causados pelo uso prejudicial de álcool e outras drogas (Caps-AD). Um terceiro Caps-AD já está sendo planejado. A meta é que Campinas tenha cinco Caps AD, um em cada região.

Também integram esta rede, onze Centros de Convivência, que são espaços onde as pessoas desenvolvem oficinas de dança, música, ginástica, ioga e outros momentos de convívio. O município ainda disponibiliza mais 38 residências terapêuticas com aproximadamente 202 pacientes ex-moradores de hospitais psiquiátricos, várias oficinas de profissionalização e mais de 300 postos de geração de renda para os usuários.

Além disso, Campinas integra o De Volta para Casa – um programa Ministério da Saúde que destina um benefício mensal em dinheiro para ajudar no processo de ressocialização de portadores de transtornos mentais que tenham passado pelo menos dois anos internados em hospitais e clínicas psiquiátricas.

O Caps Antonio da Costa Santos fica na Avenida São José dos Campos, S/N, Parque Prado, na Região Sul de Campinas. Atualmente, na unidade, são atendidos cerca de 200 pessoas. Tem funcionamento 24 horas com oferta de oito leitos para acolhimento de crise (hospitalidade noturna).

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