Agentes de saúde retiram 6 toneladas de entulho de residência no Jardim Amália

13/10/2011

Autor: Marco Aurélio Capitão

Sete cômodos tomados por toneladas de resíduos, objetos inservíveis, material orgânico e toda sorte de recicláveis foi o que a Coordenadoria do Programa de Dengue da Região

Sudoeste encontrou, na manhã desta quinta-feira, ao visitar a residência da dona de casa E.A.F., no Jardim Amália.

A infiltração de água, a pouca ventilação e a falta de energia elétrica contribuem para a proliferação de baratas, ratos, escorpiões, calangos e toda a sorte de insetos e animais peçonhentos no interior da moradia. O cheiro saturado de bolor e de matéria orgânica em decomposição deixa o ambiente ainda mais inóspito.

Até o início da tarde desta quinta-feira cinco caminhões do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) haviam retirado 6 toneladas de entulhos da residência de E.A.F., que mora ali com o marido e mais dois filhos adultos. O coordenador do Programa de Dengue do Distrito Sudoeste, José Cossermelli, acredita que ainda serão necessários mais três caminhões para retirar todo o resíduo que ainda resta na moradia, tarefa esta agendada para a próxima quinta-feira, dia 20.

José Cossermelli explica que a Coordenadoria da Dengue chegou ao local alertada pela própria comunidade do Jardim Amália, que procurou a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social. “Estivemos no local com a Assistência Social e o Conselho Tutelar. Agora será a vez da Coordenadoria de Saúde Mental fazer a sua parte, pois muitas vezes o cidadão pode estar precisando de apoio médico”, informa.

Esta ação do Jardim Amália contou com a participação de cerca de trinta pessoas entre servidores da Vigilância Ambiental, Conselho Tutelar, Assistência Social e motoristas do DLU e da Administração Regional 7. Clotilde Cirene Pitondo Freiria, supervisora de Dengue do Distrito Sudoeste, adverte que tão importante como a retirada do resíduo de dentro da residência é a atuação da Coordenadoria de Saúde Mental para que a pessoa seja acolhida e tratada.

“Já estivemos aqui no ano passado e retiramos muito material inservível deste mesmo local. Agora voltamos e encontramos a mesma quantidade de lixo, alguma coisa precisa ser feita para que a situação não se repita”, adverte. Segundo Clotilde, o problema só será resolvido com um trabalho intersetorial e com a colaboração da comunidade. ”O apoio da família é muito importante, pois os agentes de saúde precisam ter acesso à residência, conhecer o dia-a-dia das pessoas e integrá-los, principalmente, à Unidade Básica de referência naquele bairro”.

A supervisora complementa que casos como esse do Jardim Amália podem indicar que a pessoa está acometida da Síndrome de Diógenes, que é como os profissionais da área médica definem o hábito de acumular coisas inservíveis dentro de casa, como forma de camuflar situações de extrema pobreza ou outro tipo de carência.

A síndrome recebeu esse nome em homenagem a Diógenes de Sínope, filósofo grego que morava em um barril. Seus únicos bens eram uma túnica, um cajado e uma tigela, símbolo do desapego e da autossuficiência perante o mundo. Diógenes perambulava pelas ruas de Atenas com uma lanterna e dizia que estava à procura do homem honesto.

Distrito Sul

Nesta sexta-feira, dia 14 de outubro, a Vigilância Sul estará promovendo arrastões nas regiões de abrangência dos Centros de Saúde Orosimbo Maia, Carvalho de Moura e parte do Centro de Saúde do Campo Belo. As ações objetivam a retirada de eventuais criadouros do mosquito da dengue.

A Secretaria Municipal de Saúde iniciou diversas ações em todas as escolas municipais para eliminação de criadouros do mosquito da dengue, além de trabalhos com alunos, professores e demais funcionários da escola. A partir de agora começam a aumentar os casos da doença. Para combater a doença no município, a Secretaria Municipal de Saúde já programou diversas ações intersetoriais, que envolvem, principalmente, o DLU, Serviços Públicos, Meio Ambiente, Assistência Social e Educação. Em 2011, Campinas registrou 3010 casos de dengue até agora.

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