Mario Gatti apresenta experiência sobre cuidados paliativos em congresso

05/10/2012

Autor: Juliana Perrenoud

A delicada experiência de cuidar de pacientes considerados terminais no setor de Oncologia do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti fez nascer a ideia de compartilhar a experiência com médicos do mundo todo. Por meio do projeto “Cuidado ao Paciente Oncológico: Organização e Implantação de Ambulatório de Cuidados Paliativos na Área de Oncologia do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, Campinas, SP, Brasil”, a Dra. Silvia Benvenuti de Oliveira irá apresentar os resultados um Congresso Internacional em Portugal. A palestra será no dia 11 de outubro, durante o VI Congresso Nacional de Cuidados Paliativos e I Congresso Lusófono de Cuidados Paliativos, na cidade do Porto, em Portugal .

“Vejo como uma excelente oportunidade de trocar experiências com especialistas em cuidados paliativos de outros países, bem como uma forma de levar o nome do Hospital Mário Gatti como referência brasileira para o mundo todo”, comenta a médica.

A implantação do serviço de cuidados paliativos no hospital ocorreu em janeiro de 2012 e, desde então, a equipe percebeu uma melhora na autoestima e qualidade de vida das pessoas em tratamento. “Pacientes que recebem cuidados paliativos são aqueles que não têm mais cura, são considerados pacientes terminais, mas precisam receber cuidados e atenção para que a qualidade desses meses finais de vida seja a melhor possível. Então, se ele tem vômitos, tratamos esse sintoma, se ele tem dor, medicamos para cessar a dor”, explica.

Para isso, é necessário o envolvimento de multiprofissionais: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. “Tratamos esse paciente como um todo, de forma humanizada, visando garantir uma melhor finitude, perto da família, com apoio psicológico, espiritual e com controle impecável dos sintomas que apresentar”, resume Dra. Silvia.

São em média 400 pacientes por mês que chegam à Oncologia do Hospital Mário Gatti, cerca de 20 a 30 são pacientes terminas, que necessitam de cuidados paliativos, e não curativos. A expectativa de vida é de seis meses e, durante esse período, eles são atendidos semanalmente no Hospital. “As consultas são detalhadas e demoram cerca de uma hora, muito mais que de um doente normal. Precisamos tratar vários aspectos da saúde da pessoa: física e mental”, conta.

A médica conta que enfrentou vários desafios para implementar o serviço no Hospital. “O principal deles foi montar a equipe multidisciplinar, pois queríamos profissionais que já atuavam no Mário Gatti, que conheciam a Oncologia e seu funcionamento. Baseamo-nos em várias referências bibliográficas e no Hospital das Clínicas de São Paulo, que havia constituído o serviço há algum tempo. Além da melhora dos pacientes, o fluxo proporcionou um melhor atendimento e não há fila de espera para esses casos”, conclui.

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