Inverno quente e novo subtipo alertam para maior cuidado contra dengue

15/10/2012

Autor: Diego Geraldo

O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas alerta a população para a necessidade de maior cuidado em relação à dengue na cidade. As razões para a preocupação são o inverno quente, propicio à reprodução do mosquito transmissor, e a introdução de um novo sorotipo do vírus na cidade em 2012.

Para evitar os problemas, o Devisa pede à população que tome cuidados para evitar a proliferação da doença. Os principais são não deixar água parada e receber as equipes de controle que fazem os trabalhos por toda a cidade.

A população deve certificar-se rotineiramente de que as caixas d´água estão adequadamente vedadas, fechar bem os sacos plásticos utilizados para acondicionar lixo e manter a lixeira tampada, retirar a água parada das lajes, não deixar materiais expostos nos quintais que permitam acúmulo de água, não deixar a água acumulada nos pratinhos de vasos de planta,jogar no local adequado entulho e pneus acumulados nos quintais, entre outras orientações já difundidas pela Secretaria de Saúde e Ministério da Saúde.

“As atividades de combate à dengue precisam ser permanentes e diárias para que se possa estabelecer um controle da doença na cidade. Isso só é possível com a participação da sociedade. A população deve receber e seguir as orientações dos profissionais que fazem as visitas”, destacou a coordenadora do programa de combate à dengue, Tessa Roesler.

Durante todo o ano, as equipes de combate à dengue trabalham visitando casas; eliminado criadouros; fazendo busca ativas de suspeitos, vistorias em locais como ferros velhos, ou em locais com grandes aglomerações de pessoas. Além disso, existe também o trabalho educativo, desenvolvido em especial nas escolas.

Novo subtipo

Em julho de 2012 o Devisa identificou que o vírus tipo 4 da dengue (DENV 4) está em circulação na cidade. Esta é a primeira vez que este vírus circula em Campinas desde a reintrodução do Aedes aegypti na década de 1990. O diagnóstico foi na região Sudoeste.

O subtipo não é mais grave que os outros três. Quando a pessoa contrai um tipo de dengue fica protegida a ele depois de curada, mas tem maior risco de doença grave caso venha a ter dengue causada por outro sorotipo. Como Campinas teve epidemias pelos vírus DENV 1, 2 e 3, muitas pessoas já adquiriram imunidade natural a estes sorotipos. Com um novo vírus circulando, uma pessoa que já teve outro sorotipo de vírus pode contrair novamente a doença e com um risco maior de ter as formas graves da doença.

“Ou seja, com a introdução de um novo sorotipo existem dois problemas: existe um potencial maior de disseminação da doença, pois toda população é suscetível; e pode haver um aumento na proporção de casos graves, pois o risco de reinfecção aumenta”, explicou a coordenadora.

Após 28 anos sem ocorrências do sorotipo, essa variedade do vírus voltou a circular no Brasil em 2010. Ele está em circulação no estado de São Paulo desde 2011 e, na região, foi identificado em maio, em Sumaré e Rio Claro.

Redução

No período entre janeiro e agosto de 2012 foram registrados 930 casos de dengue na cidade. No mesmo período de 2011 foram 3.119. Comparando um período ao outro, a redução foi de 70,18%. No ano passado inteiro foram 3.178 casos.

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