Ambulatório de Hepatites Virais é finalista em prêmio de virologia

21/10/2013

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O Ambulatório Municipal de Hepatites Virais, localizado no Complexo Hospitalar do Ouro Verde, teve seu projeto escolhido como finalista do “Prêmio Virologia 2013”, realizado pela empresa biofarmacêutica Bristol-Myers Squibb, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Hepatologia. O trabalho, inédito, pretende estudar o impacto do abandono de seguimento no serviço de saúde entre pacientes com hepatite B ou C, analisar seus principais motivos, implementar medidas para reduzir o abandono e reinserir o paciente no serviço de saúde.

No Brasil, de acordo com levantamento epidemiológico, a prevalência estimada de hepatite B é 0,6% e de hepatite C 1,4%. Estatísticas apontam que desde 2007, mais americanos morrem em decorrência da hepatite C do que por infecção pelo HIV (vírus da Aids). Considerado um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, as hepatites virais crônicas B e C podem comprometer tanto a qualidade como a expectativa de vida dos indivíduos portadores dessas infecções.

De acordo com a médica infectologista Aline Gonzalez Vigani, uma das responsáveis pelo projeto, não existe estudo específico sobre taxa de abandono entre pacientes com hepatites virais. O Abandono de Seguimento Clínico (ASC), o qual se refere a todos os pacientes fora de cuidados da saúde, é um problema para pessoas com doença crônica porque inviabiliza o tratamento e o cuidado da saúde ao longo do tempo.

“Nossa proposta é criar um projeto que permita a identificação de pacientes com hepatite viral crônica em ASC no Ambulatório Municipal de Hepatites Virais, e que forneça informações sobre quais são os fatores de risco associados com o abandono nessa população. Propomos identificar as razões para o abandono e, a partir da identificação desses fatores, adotar medidas pró-ativas para reduzir a taxa. A partir daí, pretendemos criar metodologia que vise à reinserção dos pacientes em ASC no serviço e avaliação da eficácia dessas medidas.”

Um banco de dados com todos os pacientes que passaram pelo ambulatório desde 2009 – incluindo os novos pacientes – já começou a ser criado. Os que não compareceram em consulta por um ano serão contatados com o objetivo de identificar a razão do abandono e reinserir o paciente no serviço de saúde. “Os fatores de risco demográficos, comportamentais e clínicos associados com abandono serão identificados a partir do banco de dados criado e pela análise estatística comparando duas populações, aquela com ASC e aquela em seguimento regular no ambulatório”, explica Aline.

O vencedor do Prêmio Virologia 2013 será conhecido no dia 26 de outubro.

Estrutura

O Ambulatório Municipal de Hepatites Virais iniciou suas atividades em 2009 com o objetivo de prestar atendimento especializado para pacientes com hepatites virais procedentes do Município de Campinas (SP). Desde março de 2009 até julho de 2013 foram atendidos no total 1.444 pacientes, 1.165 com sorologia reagente para hepatite C, 263 com hepatite B reagente e 16 pacientes com sorologia reagente tanto para hepatite C como para hepatite B. O serviço, que divide os profissionais com o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), conta com cinco médicos para atendimento dos pacientes, cinco enfermeiros, uma psicóloga e uma assistente social. O Ambulatório disponibiliza 20 vagas de casos novos por semana.


Crédito: Carlos Bassan
Fachada do Ouro Verde, onde fica o Ambulatório

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