Samu dá dicas na Emdec para salvar vidas nas emergências e acidentes

24/10/2013

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Nesta quinta-feira, dia 24 de outubro, funcionários da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) participaram no período da manhã de uma palestra sobre primeiros-socorros ministrada por duas socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que deram dicas indispensáveis para salvar vidas em emergências. Foi o quarto dia da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat).

Duas profissionais que atuam em Campinas, Carmen Verônica Dias e Gisele Ávila, mostraram aos 70 agentes da Mobilidade Urbana e funcionários participantes quais são as ações indispensáveis nos primeiros minutos de atendimento às vítimas de acidentes, quedas, queimaduras e diversas ocorrências que exigem ações de emergência.

Carmen disse que as informações básicas sobre o que fazer e o que não fazer nas situações de acidente são fundamentais para as vítimas de acidentes nos atendimentos iniciais. “São conceitos e técnicas fáceis de aprender e aplicar que, unidos à vontade e à decisão de ajudar, podem impedir que um acidente tenha maiores consequências. Estas ações aumentam bastante as chances de uma melhor recuperação das vítimas”, afirmou.

Segundo a socorista, as providências imediatas tomadas no local do acidente podem salvar vidas até a chegada de um socorro profissional, afinal as viaturas do Samu ou do Resgate do Corpo de Bombeiros levam de 10 a 20 minutos a chegar até uma ocorrência, dependendo da distância e da disponibilidade de profissionais e de viaturas, além do trânsito carregado que ocorre em determinados pontos e horários na cidade.

Veja abaixo o que as pessoas que atendem as vitimas nos primeiros minutos devem fazer:

Fazer uma rápida avaliação da vítima;

Aliviar as condições que ameacem a vida ou que possam agravar o quadro da vítima;

Acionar corretamente o SAMU pelo 192, identificando-se corretamente e dando o endereço correto, com pontos de referência;

Manter o telefone de contato livre para possível retorno do Samu e liberar o local para a equipe poder estacionar próximo da vítima.

A equipe do Samu deve receber também informações sobre a característica do acidente e sobre a situação da vítima. Cada acidente é diferente do outro e, por isso, só se pode falar na melhor forma de socorro quando se sabe quais são as suas características. Um veículo que está se incendiando, um local perigoso (uma curva, por exemplo), vítimas presas nas ferragens, a presença de cargas tóxicas, tudo isso interfere na forma do socorro.

Até a chegada do Samu, suas ações também vão ser diferentes caso haja outras pessoas iniciando os socorros, ou mesmo se você estiver ferido. Porém, a sequência das ações a serem realizadas será sempre a mesma:

1. Manter a calma;

2. Garantir a segurança;

3. Pedir socorro corretamente;

4. Controlar a situação;

5. Verificar a situação das vítimas;

6. Realizar ações de socorro as vítimas.

Quanto mais cedo chegar um socorro profissional, melhor para as vítimas de um acidente, por isso, acione-o o mais rápido possível. Escolha sempre uma pessoa para fazer a ligação ao 192, pois ganha-se tempo com isto.

Primeiros-socorros

Depois de garantir o básico em segurança e fazer a solicitação do socorro, deve-se iniciar contato com a vítima. Faça perguntas simples e diretas, tais como: “Você está bem? Qual é seu nome? O que aconteceu? Você sabe onde está?”.

O objetivo dessas perguntas é apenas identificar a consciência da vítima. Ela pode responder bem e naturalmente a suas perguntas, e isso é um bom sinal, mas pode estar confusa ou mesmo nada responder. Se ela não der nenhuma resposta, demonstrando estar inconsciente ou desmaiada, mesmo depois de chamá-la em voz alta, ligue novamente para o serviço de socorro, complemente as informações e siga as orientações que receber.

Além disso, indague entre as pessoas que estão no local se há alguém treinado e preparado para atuar nessa situação. Em um acidente, a movimentação de vítima inconsciente e mesmo a identificação de uma parada respiratória ou cardíaca exigem treinamento prático específico.

Controlando uma hemorragia externa

São diversas as técnicas para conter uma hemorragia externa. Algumas são simples e outras complexas, e estas só devem ser aplicadas por profissionais. As mais simples, que qualquer pessoa pode realizar, é a compressão do ferimento, diretamente sobre ele, com gaze ou pano limpo.

Escolha um local seguro para a vítima

Muitas das pessoas envolvidas no acidente se levantam sozinhas, verifique se estão desorientadas e traumatizadas com o acontecido. É importante que se localize um local sem riscos e junte essas pessoas nele. Isso irá facilitar muito o atendimento e o controle da situação, quando chegar a equipe de socorro.

Proteção contra frio, sol e chuva

Você já deve ter ouvido que aquecer uma vitima é um procedimento que impede o agravamento de seu estado. É verdade, mas aquecer uma vítima não é elevar sua temperatura, mas, sim, protegê-la, para que ela não perca o calor de seu próprio corpo. Ela também não pode ficar exposta ao Sol. Por isso, proteja-a do Sol, da chuva e do frio, utilizando qualquer peça de vestimenta disponível.

Não movimente a vítima

A movimentação da vítima pode causar piora de uma lesão na coluna ou em uma fratura de braço ou perna. A movimentação da cabeça ou do tronco da vítima que sofreu um acidente com impacto, uma queda de moto, ou um atropelamento, pode agravar muito uma lesão de coluna.

Num acidente pode haver uma fratura ou deslocamento de uma vértebra da coluna, por onde passa a medula espinhal. É ela que transporta todo o comando nervoso do corpo, que sai do cérebro e atinge o tronco, os braços e as pernas. Movimentando a vítima nessa situação, você pode deslocar ainda mais a vértebra lesada e danificar a medula, causando paralisia dos membros ou ainda da respiração, o que com certeza vai provocar danos muito maiores, talvez irreversíveis.

No caso dos membros fraturados, a movimentação pode causar agravamento das lesões internas no ponto de fratura, provocando o rompimento de vasos sanguíneos ou lesões nos nervos, levando a graves complicações e até ao óbito.

Assim, a movimentação de uma vítima só deve ser realizada antes da chegada de uma equipe de socorro se houver perigos imediatos, não havendo risco imediato, não movimente a vítima.

Não tire o capacete de um motociclista

Retirar o capacete de um motociclista que se acidenta é uma ação de alto risco. A atitude será de maior risco ainda se ele estiver inconsciente. A simples retirada do capacete pode movimentar intensamente a cabeça e agravar lesões existentes no pescoço ou no crânio. Apenas levante a viseira e aguarde a equipe de socorro ou pessoas habilitadas para que elas realizem essa ação.

Não aplique torniquetes

O torniquete não deve ser realizado para estancar hemorragias externas. Atualmente esse procedimento é feito só por profissionais treinados e, mesmo assim, em caráter de exceção, quase nunca é aconselhado.

Não dê nada para a vítima ingerir

Nada deve ser dado para ingerir a uma vítima de acidente que possa ter lesões internas ou fraturas e que, certamente, será transportada para um hospital. Nem mesmo água, principalmente nos casos de intoxicação. Se o socorro já foi chamado, aguarde os profissionais, que vão decidir sobre a conveniência ou não.

O motivo é que a ingestão de qualquer substância pode interferir de forma negativa nos procedimentos hospitalares. Por exemplo, se a vítima for submetida a cirurgia, o estômago com água ou alimentos é fator que aumenta o risco no atendimento hospitalar.

Como exceção, há os casos de pessoas cardíacas que fazem uso de alguns medicamentos em situações de emergência, geralmente aplicados embaixo da língua. Não os impeça de fazer uso desses medicamentos, se for rotina para eles.

Treinamentos

Atuar em Primeiros Socorros requer o domínio de habilidades que só podem ser adquiridas em treinamentos práticos, como a compressão toráxica externa, conhecida como massagem cardíaca.

Outras técnicas de socorro são diferentes para casos de trauma e emergências sem trauma, como, por exemplo, a abertura das vias aéreas para que a vítima respire, ou ainda a necessidade e a forma de se movimentar uma vítima. Essas diferenças implicam procedimentos distintos, e as técnicas devem ser adquiridas em treinamento sob supervisão de um instrutor qualificado.

Outras habilidades a serem desenvolvidas em treinamento são as maneiras de se utilizar os materiais (tais como talas e bandagens), como atuar em áreas com material contaminado, quando e quais materiais podem ser utilizados para imobilizar a coluna cervical (pescoço). São muitas as situações que podem ser aprendidas em um curso prático.

Mesmo assim, nenhum treinamento em primeiros-socorros dá a qualquer pessoa a condição de substituir completamente um sistema profissional de socorro.


Crédito: Divulgação/Emdec
Socorrista usa boneca em simulação


Crédito: Divulgação/Emdec
Funcionários acompanham atividades atentos

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