Os
dados vão nortear as ações desencadeadas pela
Secretaria para enfrentar a doença no próximo período
Pesquisa da
Secretaria de Saúde de Campinas, promovida entre 7 e 24 de
outubro, aponta as áreas de abrangência dos Centros de Saúde
Anchieta, na região Norte, e São José, na região Sul, como
as de maior infestação do mosquito transmissor da dengue – Aedes
aegypti. No Anchieta, a cada 100 residências, foram
encontradas larvas do mosquito em 2,8 casas. No São José, o índice
é de 2,7 por 100.
O terceiro
maior índice é o da área do CS Taquaral – 2,1 -, região
Leste, seguido das áreas do CS Esmeraldina – 1,5 -, região
Sul, Vila Rica – 1,5 -, região Sul -, e do CS Centro – 1,4
-, região Leste.
Esta pesquisa
é chamada, tecnicamente, de índice de breteau - que aponta a
quantidade de recipientes infestados pelas larvas do mosquito a
cada 100 residências. O levantamento do breteau é um dos
indicadores que norteia as ações de combate à dengue.
Além do
breteau, para enfrentar a dengue, também precisam ser
considerados outros indicativos tais como áreas com casos
confirmados da doença, áreas com casos suspeitos e quantidades
e tipos de criadouros encontrados em cada região. Em Campinas,
além da pesquisa de infestação larvária, entre os dias 7 e
24 de outubro, equipes da Secretaria de Saúde também
realizaram levantamento de criadouros.
A pesquisa de
criadouros aponta que a maior parte deles está dentro da casa
das pessoas, nos pratos de vasos de plantas e nas garrafas. Nas
regiões com condições mais precárias, os tambores utilizados
para armazenar água e caixas d’água sem tampa também foram
apontados como criadouros potenciais. Durante o levantamento, as
equipes já foram inviabilizando os criadouros removíveis, que
são garrafas, pratos de vasos, pneus, latas, tambores entre
outros. O levantamento também vai nortear ações de intervenção
nos recipientes não removíveis.
A Secretaria de
Saúde ressalta que é preciso considerar que a pesquisa foi
realizada num período de seca. Portanto, os índices podem ser
maiores na época da chuva. Está prevista uma nova pesquisa de
breteau para dezembro.
Os trabalhos
realizados no último período fazem parte da megaoperação
desencadeada pela Prefeitura de Campinas para enfrentar a dengue
e reduzir ao máximo o número de casos no próximo verão. O
município já investigou mais de 11 mil casos suspeitos da doença,
desde o início de 2002. Deste total, foram confirmados 1.429,
sendo 1.225 de pessoas que contraíram dengue em Campinas –
chamados casos autóctones. Também foram confirmados, este ano,
9 casos de dengue hemorrágica, uma forma mais grave da doença.
Não houve mortes.
Ações diárias
- A Secretaria de Saúde de Campinas tem feito arrastões
diariamente na cidade, em áreas apontadas como prioritárias
para limpeza. Na segunda-feira, 4, as ações ocorreram na área
da Vila Nogueira. Nesta terça, 5, estão sendo promovidas na área
do Balão do Laranja. Amanhã, 6 de novembro, será na área do
CS Barão Geraldo. Na quinta-feira, 7, o arrastão é na área
do CS Dic 1 e, na sexta-feira, 8, no CS Carvalho de Moura. As ações
são realizadas pelos agentes de saúde, em conjunto com os
profissionais dos Centros de Saúde e dos Distritos de Saúde.
Também há colaboração da Secretaria de Serviços Públicos.
A Secretaria de
Saúde também desenvolve ações educativas, nas escolas e
junto com população. Ainda foram estabelecidas parcerias com vários
seguimentos da sociedade, incluindo ONGs, Universidades, Associações
e Sindicatos para enfrentar a doença na cidade.
Flores sem
dengue
– A parceria mais recente está sendo firmada com a
Cooperativa Veiling, que reúne produtores de plantas de
Holambra. O trabalho dá o pontapé inicial para diversas ações
relacionadas à maneira correta de cultivar flores para que eles
não se tornem criadouros. Uma das propostas é a confecção de
"bulas" que serão fixadas em cada vaso de flor. A
"bula" vai conter informações sobre cuidados necessários
com a planta e cuidados necessários para evitar que o vaso se
torne criadouro.
Outra proposta
é a intermediação com os produtores de plantas. Eles receberão
informações sobre a doença e cuidados para evitá-la. As
informações serão repassadas para floristas, que se
transformarão em multiplicadores de conhecimentos sobre a
dengue. A parceria também prevê confecção de material
educativo, como folders e cartazes e um selo que será fixado
nos pratos de vasos de plantas.