Pesquisa da Secretaria de Saúde aponta áreas que podem ser de maior risco para a dengue

05/11/2002

Os dados vão nortear as ações desencadeadas pela
Secretaria para enfrentar a doença no próximo período

Pesquisa da Secretaria de Saúde de Campinas, promovida entre 7 e 24 de outubro, aponta as áreas de abrangência dos Centros de Saúde Anchieta, na região Norte, e São José, na região Sul, como as de maior infestação do mosquito transmissor da dengue – Aedes aegypti. No Anchieta, a cada 100 residências, foram encontradas larvas do mosquito em 2,8 casas. No São José, o índice é de 2,7 por 100.

O terceiro maior índice é o da área do CS Taquaral – 2,1 -, região Leste, seguido das áreas do CS Esmeraldina – 1,5 -, região Sul, Vila Rica – 1,5 -, região Sul -, e do CS Centro – 1,4 -, região Leste.

Esta pesquisa é chamada, tecnicamente, de índice de breteau - que aponta a quantidade de recipientes infestados pelas larvas do mosquito a cada 100 residências. O levantamento do breteau é um dos indicadores que norteia as ações de combate à dengue.

Além do breteau, para enfrentar a dengue, também precisam ser considerados outros indicativos tais como áreas com casos confirmados da doença, áreas com casos suspeitos e quantidades e tipos de criadouros encontrados em cada região. Em Campinas, além da pesquisa de infestação larvária, entre os dias 7 e 24 de outubro, equipes da Secretaria de Saúde também realizaram levantamento de criadouros.

A pesquisa de criadouros aponta que a maior parte deles está dentro da casa das pessoas, nos pratos de vasos de plantas e nas garrafas. Nas regiões com condições mais precárias, os tambores utilizados para armazenar água e caixas d’água sem tampa também foram apontados como criadouros potenciais. Durante o levantamento, as equipes já foram inviabilizando os criadouros removíveis, que são garrafas, pratos de vasos, pneus, latas, tambores entre outros. O levantamento também vai nortear ações de intervenção nos recipientes não removíveis.

A Secretaria de Saúde ressalta que é preciso considerar que a pesquisa foi realizada num período de seca. Portanto, os índices podem ser maiores na época da chuva. Está prevista uma nova pesquisa de breteau para dezembro.

Os trabalhos realizados no último período fazem parte da megaoperação desencadeada pela Prefeitura de Campinas para enfrentar a dengue e reduzir ao máximo o número de casos no próximo verão. O município já investigou mais de 11 mil casos suspeitos da doença, desde o início de 2002. Deste total, foram confirmados 1.429, sendo 1.225 de pessoas que contraíram dengue em Campinas – chamados casos autóctones. Também foram confirmados, este ano, 9 casos de dengue hemorrágica, uma forma mais grave da doença. Não houve mortes.

Ações diárias - A Secretaria de Saúde de Campinas tem feito arrastões diariamente na cidade, em áreas apontadas como prioritárias para limpeza. Na segunda-feira, 4, as ações ocorreram na área da Vila Nogueira. Nesta terça, 5, estão sendo promovidas na área do Balão do Laranja. Amanhã, 6 de novembro, será na área do CS Barão Geraldo. Na quinta-feira, 7, o arrastão é na área do CS Dic 1 e, na sexta-feira, 8, no CS Carvalho de Moura. As ações são realizadas pelos agentes de saúde, em conjunto com os profissionais dos Centros de Saúde e dos Distritos de Saúde. Também há colaboração da Secretaria de Serviços Públicos.

A Secretaria de Saúde também desenvolve ações educativas, nas escolas e junto com população. Ainda foram estabelecidas parcerias com vários seguimentos da sociedade, incluindo ONGs, Universidades, Associações e Sindicatos para enfrentar a doença na cidade.

Flores sem dengue – A parceria mais recente está sendo firmada com a Cooperativa Veiling, que reúne produtores de plantas de Holambra. O trabalho dá o pontapé inicial para diversas ações relacionadas à maneira correta de cultivar flores para que eles não se tornem criadouros. Uma das propostas é a confecção de "bulas" que serão fixadas em cada vaso de flor. A "bula" vai conter informações sobre cuidados necessários com a planta e cuidados necessários para evitar que o vaso se torne criadouro.

Outra proposta é a intermediação com os produtores de plantas. Eles receberão informações sobre a doença e cuidados para evitá-la. As informações serão repassadas para floristas, que se transformarão em multiplicadores de conhecimentos sobre a dengue. A parceria também prevê confecção de material educativo, como folders e cartazes e um selo que será fixado nos pratos de vasos de plantas.

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