Secretaria de Saúde recebe novas doses de anticoncepcional injetável

06/11/2002

Medicamento foi adquirido em compra emergencial que custou R$ 33 mil.
Valor será ressarcido pelo Laboratório Organon à Prefeitura

A Secretaria de Saúde de Campinas recebe nesta quinta-feira, 7 de novembro, cinco mil doses do anticoncepcional injetável Depoprovera – acetato de medroxiprogesterona – produzido pela Pharmacia do Brasil.

O medicamento possui o mesmo princípio ativo do Tricilon, fabricado na Holanda e distribuído no Brasil pelo Akzo Nobel Ltda - Divisão Organon. As doses foram adquiridas em compra emergencial para substituir o Tricilon, suspenso na rede pública de saúde do município em 22 de outubro, após apresentar problemas. A quantidade é suficiente para abastecer a rede de saúde por dois meses.

A compra de emergência custou R$ 33 mil para a Secretaria de Saúde. O valor será ressarcido aos cofres da Prefeitura pelo Laboratório Organon, por meio de crédito gerado junto à distribuidora de medicamentos Interlab, que forneceu o Tricilon para a Secretaria.

O laboratório Organon propôs à Secretaria de Saúde repor todos prejuízos financeiros ocasionados pela suspensão do anticoncepcional. Além de ressarcir os valores da compra emergencial, a empresa também vai repor as 20 mil doses do anticoncepcional que a Prefeitura de Campinas ainda tinha em estoque no dia da interdição. Metade deste total - 10 mil doses – será substituída pela empresa por um anticoncepcional injetável, com mesmo princípio ativo, de outra marca. As outras 10 mil serão repostas com um crédito junto à distribuidora Interlab.

O Laboratório Organon apresentou a proposta de arcar com os prejuízos sofridos pela Prefeitura de Campinas em reunião com representantes da Secretaria de Saúde no último dia 31. Os termos do ressarcimento foram oficializados no final da tarde desta terça-feira, 5 de novembro.

Entenda o caso

Em 22 de outubro, a Secretaria de Saúde de Campinas interditou a utilização do lote A 32720 do Tricilon em toda cidade. O medicamento era distribuído gratuitamente nos Centros de Saúde. Farmácias particulares também vendiam o medicamento. Como medida cautelar, a Vigilância Sanitária Municipal também suspendeu a utilização de todos os outros lotes na rede pública de saúde.

A decisão foi adotada depois que exames do Instituto Adolfo Lutz comprovaram problemas na solução do anticoncepcional. Os exames foram requisitados ao Lutz pela Vigilância Sanitária de Campinas após relatos de profissionais de saúde sobre dificuldades na solubilidade do produto. Associada a esta queixa, também havia relatos de três mulheres que utilizaram a medicação nos Centros de Saúde e mesmo assim ficaram grávidas.

Após a decisão de Campinas, a Secretaria de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde também suspenderam o uso do medicamento em todo País.

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