Prefeitura lança Criadouro Zero

19/11/2002

Objetivo é eliminar criadouros do mosquito da dengue nas dependências das empresas antes da chegada do verão

Na semana que marca o Dia D Nacional Contra a Dengue, a Prefeitura de Campinas intensifica ainda mais o combate à doença no município. A cidade enfrenta o quinto ano consecutivo de epidemia de dengue e já registrou, somente este ano, 1.430 casos da enfermidade. No ano passado, foram confirmados 732.

Preocupada com esta realidade, a Secretaria de Saúde lança, na próxima sexta-feira, 22 de novembro, o Projeto Criadouro Zero. O projeto é direcionado a funcionários ligados às Cipas (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e Sesmt (Serviço de Engenharia e Segurança de Medicina do Trabalho), sindicalistas e profissionais dos ambulatórios das indústrias.

A idéia é que eles sejam conscientizados sobre a realidade da doença em Campinas e passem a atuar no seu ambiente de trabalho como multiplicadores, divulgando os meios de combater o mosquito. O Criadouro Zero será lançado às 9h desta sexta-feira, no salão Vermelho da Prefeitura.

Pneus – Na quinta-feira, 21, profissionais da Secretaria de Saúde discutem a destinação ambientalmente adequada dos pneus no município. Os pneus são potenciais criadouros do mosquito da dengue. A discussão será na Cati, das 9h às13h, no Seminário sobre Balanço da implantação da resolução Conama 258. O Condema (Conselho de Meio Ambiente), Dir XII (Direção Regional de Saúde), Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e a Associação Nacional da Indústria participam do evento.

Arrastão – Também na quinta-feira, haverá operação para eliminar criadouros do mosquito da dengue, Aedes aegypti, na área do Centro de Saúde Dic 1, na região Sudoeste da cidade onde, somente este ano, já foram confirmados 149 casos da doença. A operação tem início na rua 17, próximo ao Supermercado Ferreira.

Na mesma quinta, agentes comunitários de saúde e outros profissionais do Distrito de Saúde Norte iniciam colocação de telas em recipientes de água no Shalon, na região do Centro de Saúde Santa Bárbara. O local tem perto de 400 residências e a ação deve durar, pelo menos, dois dias. A região Norte confirmou, neste 2002, 191 casos de dengue.

Prédios abandonados – A Secretaria de Saúde também está preocupada com as dezenas de construções abandonadas inacabadas em Campinas. A água da chuva escorre pelas escadas, empoça nas lajes e se acumula nos buracos onde funcionariam os elevadores. Com isso, estes prédios transformam-se em ambientes propícios para a proliferação do Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Por isso, a Prefeitura está promovendo a limpeza destas áreas. A maioria, porém, está fechada, o que impede o acesso dos técnicos da Saúde. Somente nas áreas centrais de Campinas, existem 38 construções abandonadas, 10 pertencentes à falida Encol. Nestes casos é necessário descobrir quem são os proprietários ou recorrer a outros meios para poder entrar nos locais.

A primeira ação de limpeza foi numa construção abandonada na rua José Inocenso de Campo, 66, no Centro. A Secretaria de Saúde retirou 4 toneladas de material do local, utilizado por moradores de rua para guardar entulhos e material para reciclagem.

Dificuldades – Uma das maiores dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde no combate à dengue em Campinas ainda é a falta de acesso às residências. Em bairros como Jardim Aurélia, Chapadão ou na Cidade Universitária, na região Norte da cidade, pelo menos 30% das residências não são vistoriadas porque os moradores não permitem, não estão em casa ou porque o imóvel está abandonado. E uma casa infestada com o mosquito da dengue oferece risco para toda vizinhança. Além disso, a megaoperação promovida pela Secretaria de Saúde recentemente apontou que a maior parte dos criadouros está dentro das casas, nos pratos de vasos de planta e nas garrafas.

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