Na última
semana, duas cirurgias de doações de órgãos realizadas no
Hospital Municipal "Dr. Mário Gatti" puderam
beneficiar até quinze pacientes que estavam na fila à espera
por um transplante.
As cirugias
para retirada dos órgãos foram autorizadas pelas famílias do
empresário italiano Maximo Spanio e do motoboy Valter Rodrigues
dos Santos, que evoluíram a óbito na UTI do Hospital
Municipal, respectivamente nos dias 11 e 12 deste mês de
novembro.
Os órgãos
retirados de ambos os pacientes, por equipes de captação de
hospitais da região poderão beneficiar até quinze pessoas.
Coube à Unicamp entrar em contato com Central Estadual e
Nacional de Transplantes, que fez os contatos com as equipes
responsáveis pela retirada dos órgãos.
Vera Lúcia
Reche, assistente social e membro da Equipe de Referência da
Captação de Órgãos do Mário Gattia, explica que o simples
ato de doar os órgãos pode fazer a diferença entre a vida e a
morte de milhares de pessoas que aguardam por um órgão.
"O gesto humanitário dessas duas famílias é um exemplo
de cidadania e, principalmente, de amor ao próximo",
afirmou a assistente social.
Quem recebe
os órgãos
Os receptores são
escolhidos com base em testes laboratoriais que confirmam a
compatibilidade entre o doador e o receptor. Quando existe mais
de um receptor compatível, A Central Estadual e Nacional
considera critérios tais como tempo de espera e urgência do
procedimento.
Em princípio,
a família do doador não escolhe o receptor. Na escolha do
receptor, os médicos, o candidato a transplante e sua família
levam em conta aspectos fundamentais como a verificação se
todas as terapias foram consideradas ou excluídas, se o
paciente não sobreviverá sem o transplante, se o candidato a
receptor não tem outros problemas de saúde que inviabilizem o
transplante ou se o candidato tem condições para assumir um
estilo de vida que inclui o uso contínuo de medicamentos e freqüentes
exames laboratoriais/hospitalares após o transplante.
Após a
retirada dos órgãos, a mesma equipe médica cuida da recomposição
do corpo do doador que, em seguida, é levado ao Instituto Médico
Legal (IML) para necrópsia, onde é emitido o atestado de óbito.
Em seguida, o corpo é liberado para o funeral.
Consulado
italiano agradece Hospital e
mãe doa todos os órgãos do filho
Em documento
enviado à prefeita da Campinas, Izalene Tiene, o vice-consul
italiano em Campinas, Alvaro Roberto Cotomaci, agradece o
atendimento prestado pelo Mário Gatti ao empresário Máximo
Spanio, vítima de latrocínio ocorrido no último dia 5 de
novembro. O empresário não resistiu aos ferimentos e faleceu
no dia 11 do mesmo mês.
O vice-consul
agradece à eficiência do trabalho médico e humanitário
desenvolvido pelo Hospital Municipal ‘Dr. Mário Gatti’ ,
"que pôde propiciar à mãe a segurança de que todo o
processo foi bem conduzido"
O documento
ressalta, ainda, que o trabalho da equipe médica do Mário
Gatti permitiu a essa mãe "ver seu filho ainda na
UTI".
Cotomaci
acrescenta que a mãe de Máximo Spanio, sra. Gina Mellis,
"tomando belíssima atitude, doou todos os órgãos do
filho, dizendo singelamente a mim que tomava esse gesto porque,
com isso, seu filho continuaria vivo aqui no Brasil".