Saúde prossegue com ação contra a dengue na área da Rodoviária

05/11/2003

Equipes da Secretaria da Saúde retomaram esta semana, de 3 a 7 de novembro, a operação Caixa Limpa de combate à dengue nas proximidades da Rodoviária, na área que vai das ruas Culto à Ciência, Senador Saraiva e Visconde do Rio Branco até a avenida Campos Salles.

Os profissionais, dos Distritos de Saúde Leste e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vão visitar residências, estacionamentos e outros estabelecimentos em dezesseis quarteirões. Na ação, eles vão olhar reservatórios de água, quintais e dentro das casas para identificar e inviabilizar criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da doença, e coletar larvas para análise.

As equipes também vão orientar os moradores sobre sintomas da dengue e sobre quando procurar o Centro de Saúde. A previsão é de que as ações terminem na próxima sexta-feira, 7 de novembro.

De acordo com a supervisora de controle ambiental Janilce Souza, do Distrito de Saúde Leste, o trabalho no local é difícil porque as casas do bairro são muito antigas, a maioria com moradores que desconhecem detalhes simples como a localização da caixa d’água. Ainda estão sendo encontradas muitas residências fechadas, que estavam para alugar ou sem o morador no momento da ação.

"Assim, em muitos endereços, as equipes não conseguem verificar se os reservatórios de água estão devidamente lacrados. Em algumas residências, as caixas d’água estão tão justapostas aos telhados que os profissionais não conseguiram colocar a tela que impede o acesso do mosquito", afirma Janilce.

A supervisora explicou que o mosquito da dengue se reproduz na água e como a caixa d’água é um reservatório muito grande, em apenas um recipiente podem ser encontradas milhares de larvas do mosquito.

Janilce informou ainda que, nos dois primeiros dias de ação, as equipes encontraram grandes quantidades de larvas nos reservatórios. A Escola Culto à Ciência é um dos locais onde se constatou uma das maiores incidências dos insetos, de acordo com Janilce. A proliferação do Aedes aegypti é mais um fator de risco para a dengue. E quanto maior a quantidade de mosquito, maior a disponibilidade de vetores.

"A situação constatada na área da Rodoviária nos coloca em alerta. Com o trânsito intenso, o risco de algum passageiro doente ser picado por um mosquito e iniciar uma transmissão no local é enorme", disse Fernanda Borges, supervisora das ações da dengue da Prefeitura. Diariamente, 12 mil pessoas passam pela Rodoviária de Campinas.

De acordo com Fernanda, as caixas d´água junto com os pratos de vasos de planta mantiveram a infestação do mosquito da dengue nos meses de seca. "Com a chegada dos meses de calor e chuva, a proliferação do inseto é certa e, com isso, basta uma pessoa doente ser picada para se desencadear a transmissão num raio de 100 a 300 metros", disse.

Números

Na primeira etapa da operação Caixa Limpa na área da Rodoviária, promovida entre os dias 18 de agosto e 3 de setembro, as equipes, compostas por profissionais do CCZ e dos Distritos de Saúde Norte, Sul e Leste e da Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental (Covisa), visitaram 585 imóveis em mais de 40 quarteirões.

Desde janeiro, em Campinas, foram confirmados 451 casos de dengue, dos quais 382 são de pessoas que foram infectadas na cidade – casos autóctones – e 69 contraíram a doença em outros municípios – casos importados.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde.

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