Equipes da
Secretaria da Saúde retomaram esta semana, de 3 a 7 de
novembro, a operação Caixa Limpa de combate à dengue
nas proximidades da Rodoviária, na área que vai das ruas
Culto à Ciência, Senador Saraiva e Visconde do Rio Branco até
a avenida Campos Salles.
Os
profissionais, dos Distritos de Saúde Leste e do Centro de
Controle de Zoonoses (CCZ), vão visitar residências,
estacionamentos e outros estabelecimentos em dezesseis
quarteirões. Na ação, eles vão olhar reservatórios de água,
quintais e dentro das casas para identificar e inviabilizar
criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus
da doença, e coletar larvas para análise.
As equipes
também vão orientar os moradores sobre sintomas da dengue e
sobre quando procurar o Centro de Saúde. A previsão é de
que as ações terminem na próxima sexta-feira, 7 de
novembro.
De acordo com
a supervisora de controle ambiental Janilce Souza, do Distrito
de Saúde Leste, o trabalho no local é difícil porque as
casas do bairro são muito antigas, a maioria com moradores
que desconhecem detalhes simples como a localização da caixa
d’água. Ainda estão sendo encontradas muitas residências
fechadas, que estavam para alugar ou sem o morador no momento
da ação.
"Assim,
em muitos endereços, as equipes não conseguem verificar se
os reservatórios de água estão devidamente lacrados. Em
algumas residências, as caixas d’água estão tão
justapostas aos telhados que os profissionais não conseguiram
colocar a tela que impede o acesso do mosquito", afirma
Janilce.
A supervisora
explicou que o mosquito da dengue se reproduz na água e como
a caixa d’água é um reservatório muito grande, em apenas
um recipiente podem ser encontradas milhares de larvas do
mosquito.
Janilce
informou ainda que, nos dois primeiros dias de ação, as
equipes encontraram grandes quantidades de larvas nos reservatórios.
A Escola Culto à Ciência é um dos locais onde se constatou
uma das maiores incidências dos insetos, de acordo com
Janilce. A proliferação do Aedes aegypti é mais um
fator de risco para a dengue. E quanto maior a quantidade de
mosquito, maior a disponibilidade de vetores.
"A situação
constatada na área da Rodoviária nos coloca em alerta. Com o
trânsito intenso, o risco de algum passageiro doente ser
picado por um mosquito e iniciar uma transmissão no local é
enorme", disse Fernanda Borges, supervisora das ações
da dengue da Prefeitura. Diariamente, 12 mil pessoas passam
pela Rodoviária de Campinas.
De acordo com
Fernanda, as caixas d´água junto com os pratos de vasos de
planta mantiveram a infestação do mosquito da dengue nos
meses de seca. "Com a chegada dos meses de calor e chuva,
a proliferação do inseto é certa e, com isso, basta uma
pessoa doente ser picada para se desencadear a transmissão
num raio de 100 a 300 metros", disse.
Números
Na primeira
etapa da operação Caixa Limpa na área da Rodoviária,
promovida entre os dias 18 de agosto e 3 de setembro, as
equipes, compostas por profissionais do CCZ e dos Distritos de
Saúde Norte, Sul e Leste e da Coordenadoria de Vigilância e
Saúde Ambiental (Covisa), visitaram 585 imóveis em mais de
40 quarteirões.
Desde
janeiro, em Campinas, foram confirmados 451 casos de dengue,
dos quais 382 são de pessoas que foram infectadas na cidade
– casos autóctones – e 69 contraíram a doença em outros
municípios – casos importados.
Os sintomas
da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza.
Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum
destes sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde.