Campinas registra queda de 70% nos casos de dengue

13/11/2003

No entanto, a redução não representa tranqüilidade para o próximo verão

O número de casos de dengue autóctones - com transmissão no município - confirmados pela Secretaria de Saúde de Campinas de janeiro a novembro deste ano é 70% menor que o montante registrado no mesmo período de 2002. O total de casos caiu de 1.233 para 382, segundo informou a Vigilância Epidemiológica Municipal nesta quinta-feira, 13 de novembro.

Além de reduzir o número de casos da doença, Campinas é um dos municípios que conseguiu controlar e evitar mortes por dengue. Somente em 2002, foram notificados e tratados com sucesso 9 casos de dengue hemorrágica na cidade. Em 2003 não houve registros desta forma da doença.

Em todo País, houve uma redução média de 61,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e agosto deste ano, foram notificados 292.599 casos em todo território nacional. No mesmo período de 2002, houve 768.041 casos. Com relação aos casos de febre hemorrágica da dengue, 19 estados registraram 616, o que representa 22,6% do que foi notificado em 2002. Deste total, houve 42 óbitos.

No entanto, segundo a enfermeira sanitarista Salma Rodrigues Balista, da Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental da Prefeitura, a queda não representa tranqüilidade para o próximo verão. Segundo Salma é possível manter a dengue sob controle se o poder público e a população se unirem para enfrentar a doença. A enfermeira explicou que ao poder público cabe garantir a implantação das ações e à população cabe manter a atenção aos cuidados domiciliares e às atividades profissionais (borracheiros, sucateiros etc) para combater o mosquito.

"Quanto maior a disponibilidade de criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, maior a probabilidade de surtos e epidemias. Por isso, o poder público e as comunidades precisam se unir contra a dengue", disse Salma.

A queda, de acordo com a psicóloga Fernanda Borges, coordenadora municipal das ações de combate à dengue, é resultado das ações desenvolvidas pela Prefeitura nos últimos anos. Desde janeiro de 2001, agentes comunitários, supervisores e ajudantes de controle ambiental e outros profissionais da Secretaria de Saúde estão diariamente nas ruas para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, orientar a população, verificar se há pessoas com sintomas da dengue e desenvolver outras ações específicas de combate à doença.

Ajudantes de controle ambiental foram contratados. A Prefeitura ampliou as campanhas educativas direcionadas à população, em parceria com representantes da sociedade, Universidades, Organizações Não Governamentais (ONGs), escolas entre outros. Também são desenvolvidos trabalhos em conjunto e com supervisão da Sucen (Superintendência do Controle de Endemias) e de outras instituições.

Nesta quinta-feira, 13, supervisores e ajudantes de controle ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Leste promoveram cata-bagulho na residência ocupada por um reciclador no bairro Proença. Na ação foram removidos duas caçambas de caminhão de materiais que são potenciais criadouros de mosquito. A atividade contou com parceria da Administração Regional (AR) 1 e com a colaboração da Ecocamp.

Além disso, de segunda a sexta-feira desta semana, ações para retirada de criadouros e de conscientização da população estão sendo desenvolvidas em bairros das cinco regiões da cidade. "As atividades são permanentes e diárias para que possamos estabelecer um controle ainda mais eficaz sobre a doença", disse a psicóloga Fernanda Borges.

E Fernanda reforça que só com a participação da sociedade será possível manter a doença sob controle. Ela explicou que a população deve certificar-se que as caixas d´água estão adequadamente limpas e vedadas, colocar areia nos pratinhos de vasos de planta, fechar bem os sacos plásticos utilizados para acondicionar lixo e manter a lixeira tampada, retirar a água parada das lajes, jogar no local adequado entulhos acumulados nos quintais, entre outras orientações já difundidas pela Secretaria de Saúde e Ministério da Saúde.

De acordo com Janilce Souza, supervisora de controle ambiental da Visa Leste, essas recomendações, quando executadas, garantem a eliminação dos potenciais criadouros do mosquito e previne a ocorrência de surtos nos meses de calor e chuva. Ela explicou que nas nossas ações em campo, como arrastões, cata-bagulhos e mutirões, as equipes constatam que há, por parte da população, reposição rápida de recipientes que servem como criadouros. "É necessário que as pessoas se conscientizem e não acumulem materiais", disse.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar rapidamente o Centro de Saúde.

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