Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas começou a investigar nesta sexta-feira,
14 de novembro, se a menina Y.M.S, de dois anos, morreu de
varicela (catapora). O óbito ocorreu na quinta-feira, 13, no
Hospital Municipal Mário Gatti, uma hora e meia após a criança
ter chegado ao pronto-socorro (PS) infantil.
Y. morava em
Hortolândia e recebeu a primeira assistência médica no PS
do Padre Anchieta no dia 10. A equipe que atendeu a criança
constatou, pelo quadro clínico, que a criança estava com
catapora. Ela foi medicada e a família orientada quanto aos
cuidados a serem adotados. Dois dias depois, como o quadro
apresentou piora, Y foi levada ao Mário Gatti. Para concluir
se Y. morreu em conseqüência da catapora, a Vigilância
epidemiológica aguarda resultados de exames que devem estar
prontos na próxima semana.
Ocorrências
em 2003.
Neste ano, Campinas notificou 567 casos de catapora, com maior
incidência desde agosto. Os registros referem-se a 65 surtos
ocorridos em escolas da Prefeitura e outras instituições
municipais. Não houve mortes entre moradores de Campinas. O
último óbito de morador da cidade foi registrado em 96.
Desde
janeiro, em todo Estado, foram registrados pelo menos 24 mil
casos e 22 óbitos. O número de mortes está bem abaixo da média
de 38 registrada em anos anteriores e muito aquém do pico de
67 mortes ocorrido em 99. Desde outubro, segundo informou
ontem a Secretaria Municipal de Saúde, o número de notificações
vem diminuindo.
"A situação
demonstra um controle epidemiológico efetivo da catapora em
Campinas e no Estado, com adoção de medidas de prevenção
recomendadas e, este ano, implementadas com a vacinação de
bloqueio em creches", afirmou a enfermeira sanitarista
Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância Epidemiológica
Municipal.
Carmo
Ferreira informou que a catapora é uma doença contagiosa,
causada pelo vírus varicela-zoster, que atinge
principalmente menores de 15 anos. A maior parte dos surtos em
creches e escolas ocorre entre o final do inverno e início da
primavera. A principal forma de manifestação da doença,
segundo explicou a enfermeira, é o surgimento de pequenas
bolhas pelo corpo, que evoluem para crostas e cicatrizam em
aproximadamente cinco dias. O quadro também pode apresentar
febre e indisposição.
"Na
imensa maioria dos casos, a varicela é benigna. No entanto,
pacientes com desnutrição ou quadro de baixa imunidade
tendem a apresentar formas mais graves da doença, como
pneumonia e complicações hemorrágicas, o que pode causar óbitos",
explicou a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância
Epidemiológica Municipal.
Nos Estado
Unidos, anualmente, a catapora acomete, em média, cerca de
quatro milhões de pessoas, levando aproximadamente 100 à
morte.
Em Campinas,
segundo Brigina, as ações de controle e vigilância
epidemiológica estão sendo realizadas de forma criteriosa e
correta. A orientação dos profissionais da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, conforme normas do Ministério da
Saúde e da Organização Mundial de Saúde, é que as crianças
com suspeita de varicela sejam levadas aos Centros de Saúde
e, confirmado o diagnóstico, afastadas da creche ou escola até
o sétimo dia após o aparecimento das lesões ou até que
todas as crostas tenham caído.
Também é
importante manter cuidados com a higiene, como unhas bem
aparadas. O banho diário também é fundamental. "Estas
medidas simples podem evitar a infecção das vesículas por
bactérias, que podem agravar o quadro", disse Brigina
Kemp.