Denize Assis
O Centro
de Atenção Psicossocial (Caps) Integração, referência
para a população da Região Noroeste de Campinas, começou
nesta sexta-feira, dia 5 de novembro, a atuar em período
integral (24 horas) e, com isso, ampliou a assistência
aos pacientes com transtornos mentais que necessitam dos
cuidados da equipe de saúde mental também à noite. A
ampliação do horário foi viabilizada a partir de convênio
com a Pontifícia Universidade Católica (Puc-Campinas),
que possibilitou a contratação de profissionais.
Atualmente, o Caps Integração atende a cerca de 210 usuários.
A unidade é mantida pela Secretaria Municipal de Saúde,
com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
A Política
Nacional de Saúde Mental define os Caps como o principal
elemento da rede de atenção extra-hospitalar, formada
também pelo Programa de Volta para Casa. Na concepção
da reforma psiquiátrica, o modelo centrado na atenção
hospitalar não reabilita totalmente o paciente. Quando
isolado, o portador de transtornos mentais não consegue
se ressocializar e perde sua individualidade.
Dentro
deste contexto, os Caps foram criados como serviços de
atenção diária, para substituir as internações
hospitalares. O Caps é serviço público, de base
territorial, o que significa estar localizado num espaço
que facilita o acesso dos usuários. "O centro
oferece desde cuidados clínicos até reinserção social,
por meio do acesso ao trabalho e ao lazer. Também
possibilita a maior participação de familiares e
facilita a integração do paciente no seu meio social.
Desta maneira, favorece sua recuperação", diz a
terapeuta ocupacional Carla de Almeida Siqueira,
coordenadora do Caps Integração.
A equipe
de profissionais do Caps é multidisciplinar e conta com
psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais,
auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros,
zeladores, guardas, pessoal administrativo e motorista. O
Caps Integração conta ainda com um Conselho Local de Saúde
(CLS) atuante e com a parceria dos Centros de Saúde,
Organizações Não Governamentais (ONGs) e outras
entidades da região Noroeste entre elas Hospital Celso
Pierro, Puc-Campinas, Casa de Cultura Tainã, Projeto
Gente Nova (Progen), Grupo da Intersetorial Noroeste e
Centro de Convivência e Cooperativa.
A
assistente social Clarice Scopin Ribeiro, responsável
pela saúde mental no município, diz que a área de
Campinas que engloba as regiões Sudoeste e Noroeste conta
hoje com dois Caps 24 horas – Integração e Novo Tempo
– e um Caps 12 horas – David Capistrano. Segundo ela,
nos últimos três anos e meio, o número de Caps
implantados na cidade quase que dobrou. Em 2001, eram
cinco. Hoje, são nove. Destas unidades, uma é voltada ao
atendimento de crianças – Cevi - e outra a adolescentes
usuários de drogas em situação de rua - Criad. Também
há o Caps Criad, para dependentes de álcool e drogas.
"Hoje,
todas as regiões de Campinas contam com Caps 24 horas,
também chamados Caps III. Isto possibilita que possamos
cuidar das pessoas em liberdade efetivando a diretriz do
Ministério da Saúde de substituir leitos psiquiátricos
hospitalares e cada vez mais prestar assistência
humanizada e próxima do contexto do usuário, sem
interromper o vínculo com a equipe que o trata, com a
comunidade onde ele vive e com as famílias", diz
Clarice.