Caps Integração amplia assistência e passa a funcionar em período integral

05/11/2004

Denize Assis

O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Integração, referência para a população da Região Noroeste de Campinas, começou nesta sexta-feira, dia 5 de novembro, a atuar em período integral (24 horas) e, com isso, ampliou a assistência aos pacientes com transtornos mentais que necessitam dos cuidados da equipe de saúde mental também à noite. A ampliação do horário foi viabilizada a partir de convênio com a Pontifícia Universidade Católica (Puc-Campinas), que possibilitou a contratação de profissionais. Atualmente, o Caps Integração atende a cerca de 210 usuários. A unidade é mantida pela Secretaria Municipal de Saúde, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Política Nacional de Saúde Mental define os Caps como o principal elemento da rede de atenção extra-hospitalar, formada também pelo Programa de Volta para Casa. Na concepção da reforma psiquiátrica, o modelo centrado na atenção hospitalar não reabilita totalmente o paciente. Quando isolado, o portador de transtornos mentais não consegue se ressocializar e perde sua individualidade.

Dentro deste contexto, os Caps foram criados como serviços de atenção diária, para substituir as internações hospitalares. O Caps é serviço público, de base territorial, o que significa estar localizado num espaço que facilita o acesso dos usuários. "O centro oferece desde cuidados clínicos até reinserção social, por meio do acesso ao trabalho e ao lazer. Também possibilita a maior participação de familiares e facilita a integração do paciente no seu meio social. Desta maneira, favorece sua recuperação", diz a terapeuta ocupacional Carla de Almeida Siqueira, coordenadora do Caps Integração.

A equipe de profissionais do Caps é multidisciplinar e conta com psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, zeladores, guardas, pessoal administrativo e motorista. O Caps Integração conta ainda com um Conselho Local de Saúde (CLS) atuante e com a parceria dos Centros de Saúde, Organizações Não Governamentais (ONGs) e outras entidades da região Noroeste entre elas Hospital Celso Pierro, Puc-Campinas, Casa de Cultura Tainã, Projeto Gente Nova (Progen), Grupo da Intersetorial Noroeste e Centro de Convivência e Cooperativa.

A assistente social Clarice Scopin Ribeiro, responsável pela saúde mental no município, diz que a área de Campinas que engloba as regiões Sudoeste e Noroeste conta hoje com dois Caps 24 horas – Integração e Novo Tempo – e um Caps 12 horas – David Capistrano. Segundo ela, nos últimos três anos e meio, o número de Caps implantados na cidade quase que dobrou. Em 2001, eram cinco. Hoje, são nove. Destas unidades, uma é voltada ao atendimento de crianças – Cevi - e outra a adolescentes usuários de drogas em situação de rua - Criad. Também há o Caps Criad, para dependentes de álcool e drogas.

"Hoje, todas as regiões de Campinas contam com Caps 24 horas, também chamados Caps III. Isto possibilita que possamos cuidar das pessoas em liberdade efetivando a diretriz do Ministério da Saúde de substituir leitos psiquiátricos hospitalares e cada vez mais prestar assistência humanizada e próxima do contexto do usuário, sem interromper o vínculo com a equipe que o trata, com a comunidade onde ele vive e com as famílias", diz Clarice.

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