Secretaria de Saúde inicia mais uma pesquisa do índice de breteau

08/11/2004

Talita El Kadri

A Secretaria de Saúde de Campinas inicia esta semana com mais uma pesquisa para identificar o índice breteau - que aponta a porcentagem do número de criadouros com larvas do mosquito por residência. Durante os trabalhos, as equipes de saúde ainda removem materiais que podem acumular água, orientam a população e colhem amostras de larvas de mosquitos encontrados para verificar se trata-se do Aedes aegypti - mosquito da dengue.

De acordo com a supervisora de controle ambiental do Distrito Sul, Margarete Isaque, os resultados obtidos são tomados como base para direcionar as ações de controle e prevenção da doença. "O breteau aponta criadouros disponíveis, localização das larvas e a densidade. O resultado indica onde os trabalhos devem ser intensificados", diz. A pesquisa deve estar concluída em três semanas.

Paralelamente à pesquisa, hoje, dia 8, a Visa Leste promoveu arrastão e limpeza para remoção de criadouros, das 9h às 11h45, num prédio da Encol abandonado ainda em construção na rua Antônio de Souza Campos, próximo à Diogo Prado.

Segundo a supervisora de controle ambiental do Distrito Leste, Kika Mader, foi retirado, de um grande buraco no fundo da construção, material suficiente para encher um caminhão, principalmente, pedaços de madeira e pneus - que podem servir de abrigo para o mosquito da dengue. Kika informa, ainda, que a equipe vai voltar à área no dia 22 deste mês para remover mais, pelo menos, dois caminhões com entulho.

Durante a visita, os profissionais da Vigilância em Saúde (Visa) também orientaram pessoas que utilizam o local para estocar e vender papéis e material para reciclagem. "Conversamos sobre os principais cuidados que devem ser tomados para que o material recolhido não fique acumulado de maneira inadequada, agravando ainda mais a situação no local", diz a supervisora.

Amanhã, dia 9, também em paralelo à pesquisa de breteau, ações de prevenção à dengue acontecem no Distrito Noroeste. No Distrito Norte os trabalhos ocorrem na quarta-feira, dia 10, e, na sexta-feira, dia 12, é a vez do Distrito Sul, promover atividades contra a doença.

Arrastão na escola. No último sábado, dia 6, durante arrastão no Colégio Aníbal de Freitas, na rua 1° de Março, na Região Leste da cidade, foram recolhidos três amostras de larvas de mosquitos - que podem ser do mosquito da dengue - de potes e vasos sanitários desativados, e ainda, foram retirados potenciais criadouros do mosquito transmissor da doença.

A ação foi promovida em conjunto com pais e alunos do colégio a partir de um acordo entre o Distrito de Saúde Leste e a escola. "O colégio, agora, está em boas condições. Mas é preciso continuar o trabalho para garantir a saúde de todos, portanto é dever dos funcionários, professores, pais e alunos da escola manter o local limpo e livre de criadouros", afirma a supervisora de controle ambiental da Vigilância em Saúde Leste, Janilce Souza.
Segundo ela, as amostras de larvas encontradas no colégio foram enviadas para testagem no Centro de Controle de Zoonozes (CCZ). E, atendendo a um pedido do próprio colégio, o CCZ vai ao local para vistoria e avaliação da infestação de morcegos e pombos.

Operação Finados. A Vigilância em Saúde Sul, deve iniciar na terça-feira, dia 16, a segunda etapa da Operação Finados, de combate à dengue no Cemitério da Saudade. A previsão é mobilizar cerca de 15 profissionais do Distrito de Saúde Sul. Eles vão trabalhar para inviabilizar todos os criadouros do Aedes aegypti situados dentro do Cemitério, por meio da remoção de resíduos dos vasos e floreiras e, se necessário, perfuração destes recipientes.

O engenheiro ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, Márcio Lobo, destaca a importância da participação da população para manter o local livre de criadouros porque os trabalhos visam diretamente a saúde da comunidade. Márcio pede, também, a compreensão e entendimento de todos já que as ações, muitas vezes sujam os túmulos.

O supervisor de controle ambiental afirma que o cemitério recebe pessoas de todas as regiões da cidade e, caso alguém seja infectado pela doença no local, também existe o risco de disseminar a dengue para outros locais. Segundo ele, em Campinas, nos anos de 2001 e 2002, a Prefeitura perfurou aproximadamente 100 mil vasos para impedir o acúmulo de água. "Mas, anualmente, é preciso fazer um trabalho de manutenção", diz.

Volta ao índice de notícias