Talita El Kadri
A Secretaria de Saúde de Campinas inicia esta semana com mais
uma pesquisa para identificar o índice breteau - que aponta a
porcentagem do número de criadouros com larvas do mosquito por
residência. Durante os trabalhos, as equipes de saúde ainda
removem materiais que podem acumular água, orientam a população
e colhem amostras de larvas de mosquitos encontrados para
verificar se trata-se do Aedes aegypti - mosquito da
dengue.
De acordo com a
supervisora de controle ambiental do Distrito Sul, Margarete
Isaque, os resultados obtidos são tomados como base para
direcionar as ações de controle e prevenção da doença.
"O breteau aponta criadouros disponíveis, localização
das larvas e a densidade. O resultado indica onde os trabalhos
devem ser intensificados", diz. A pesquisa deve estar
concluída em três semanas.
Paralelamente
à pesquisa, hoje, dia 8, a Visa Leste promoveu arrastão e
limpeza para remoção de criadouros, das 9h às 11h45, num prédio
da Encol abandonado ainda em construção na rua Antônio de
Souza Campos, próximo à Diogo Prado.
Segundo a
supervisora de controle ambiental do Distrito Leste, Kika Mader,
foi retirado, de um grande buraco no fundo da construção,
material suficiente para encher um caminhão, principalmente,
pedaços de madeira e pneus - que podem servir de abrigo para o
mosquito da dengue. Kika informa, ainda, que a equipe vai voltar
à área no dia 22 deste mês para remover mais, pelo menos,
dois caminhões com entulho.
Durante a visita, os profissionais da Vigilância em Saúde
(Visa) também orientaram pessoas que utilizam o local para
estocar e vender papéis e material para reciclagem.
"Conversamos sobre os principais cuidados que devem ser
tomados para que o material recolhido não fique acumulado de
maneira inadequada, agravando ainda mais a situação no
local", diz a supervisora.
Amanhã, dia 9,
também em paralelo à pesquisa de breteau, ações de prevenção
à dengue acontecem no Distrito Noroeste. No Distrito Norte os
trabalhos ocorrem na quarta-feira, dia 10, e, na sexta-feira,
dia 12, é a vez do Distrito Sul, promover atividades contra a
doença.
Arrastão na escola. No último sábado, dia 6, durante
arrastão no Colégio Aníbal de Freitas, na rua 1° de Março,
na Região Leste da cidade, foram recolhidos três amostras de
larvas de mosquitos - que podem ser do mosquito da dengue - de
potes e vasos sanitários desativados, e ainda, foram retirados
potenciais criadouros do mosquito transmissor da doença.
A ação foi promovida em conjunto com pais e alunos do colégio
a partir de um acordo entre o Distrito de Saúde Leste e a
escola. "O colégio, agora, está em boas condições. Mas
é preciso continuar o trabalho para garantir a saúde de todos,
portanto é dever dos funcionários, professores, pais e alunos
da escola manter o local limpo e livre de criadouros",
afirma a supervisora de controle ambiental da Vigilância em Saúde
Leste, Janilce Souza.
Segundo ela, as amostras de larvas encontradas no colégio foram
enviadas para testagem no Centro de Controle de Zoonozes (CCZ).
E, atendendo a um pedido do próprio colégio, o CCZ vai ao
local para vistoria e avaliação da infestação de morcegos e
pombos.
Operação Finados. A Vigilância em Saúde Sul, deve
iniciar na terça-feira, dia 16, a segunda etapa da Operação
Finados, de combate à dengue no Cemitério da Saudade. A previsão
é mobilizar cerca de 15 profissionais do Distrito de Saúde
Sul. Eles vão trabalhar para inviabilizar todos os criadouros
do Aedes aegypti situados dentro do Cemitério, por meio
da remoção de resíduos dos vasos e floreiras e, se necessário,
perfuração destes recipientes.
O engenheiro ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, Márcio
Lobo, destaca a importância da participação da população
para manter o local livre de criadouros porque os trabalhos
visam diretamente a saúde da comunidade. Márcio pede, também,
a compreensão e entendimento de todos já que as ações,
muitas vezes sujam os túmulos.
O supervisor de controle ambiental afirma que o cemitério
recebe pessoas de todas as regiões da cidade e, caso alguém
seja infectado pela doença no local, também existe o risco de
disseminar a dengue para outros locais. Segundo ele, em
Campinas, nos anos de 2001 e 2002, a Prefeitura perfurou
aproximadamente 100 mil vasos para impedir o acúmulo de água.
"Mas, anualmente, é preciso fazer um trabalho de manutenção",
diz.