Denize Assis
Uma palestra
sobre Saúde da mama e prevenção ao câncer de mama
abre oficialmente a 2a Semana Municipal de Saúde da Mama
de Campinas na terça-feira, dia 16, às 14h30, no Salão
Vermelho da Prefeitura. Os palestrantes são os médicos
mastologistas Fernando Brandão e Orlando de Almeida, responsáveis
pelo Ambulatório de Saúde da Mama da Secretaria Municipal de
Saúde. A palestra, gratuita, é aberta a toda comunidade. A
programação da semana inclui ainda atividades educativas sobre
o tema em todos os Centros de Saúde.
A semana
municipal da mama está prevista em lei municipal e o objetivo
é conscientizar as mulheres sobre a prevenção da doença, a
importância do auto-exame das mamas e orientá-las a buscar
informações sobre sua saúde nos Centros de Saúde. Neste ano,
a campanha vai enfatizar a realização do exame clínico das
mamas anualmente e o uso da mamografia que, conforme meta do
Ministério da Saúde, deve ser realizada com intervalo máximo
de dois anos nas mulheres com idade entre 50 e 69 anos.
O evento é
promovido pela Secretaria Municipal de Saúde com apoio da
Sociedade Brasileira de Mastologia e de várias outras instituições
campineiras que trabalham na prevenção e assistência às doenças
da mama. A garota propaganda da campanha 2004 é a atriz Maitê
Proença.
O câncer de
mama representa hoje a principal causa de morte por câncer
entre as mulheres campineiras. De acordo com dados da Secretaria
Municipal de Saúde, 86 mulheres morreram em 2003 pela doença
na cidade.
Estatísticas. Anualmente,
cerca de um milhão de mulheres em todo o mundo descobre que está
com câncer de mama, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
No Brasil, a cada ano são diagnosticados, em média, 42 mil
novos casos da doença e 9 mil mortes, de acordo com o Instituto
Nacional do Câncer (Inca).
De acordo com
os dados da Fundação Oncocentro, Campinas é a cidade no
Estado de São Paulo que mais faz diagnóstico precoce do câncer
de mama pelo sistema público. Quanto ao Brasil, não existem
dados disponíveis para comparação com outras cidades. Todo mês,
1,7 mil cidadãs campineiras são submetidas à mamografia na
rede municipal de saúde. São 20 mil exames por ano realizados
num aparelho de última geração e com um mastologista – médico
especialista em mama - que faz a leitura dos exames. Até 98,
eram feitos apenas 150 mamografias por mês na rede municipal de
saúde.
O mastologista
Fernando Brandão afirma que, graças ao aprimoramento dos diagnósticos
e aos demais avanços implementados pela Secretaria Municipal de
Saúde, atualmente 12% dos diagnósticos da rede pública de saúde
de Campinas são feitos no chamado estágio in situ,
quando a cura beira os 100%. No Estado, a média é de apenas
4,5%.
O mastologista
reforça que quando o sistema investe em diagnóstico precoce, a
redução da mortalidade chega a 30%. "É com esta diretriz
que conseguimos estacionar a curva de mortalidade por câncer de
mama em Campinas ", afirma. Segundo Brandão, para realizar
a mamografia na rede municipal de saúde de Campinas, a mulher
precisa consultar seu médico ginecologista ou clínico no
Centro de Saúde para se orientar sobre quando deve começar os
seus controles mamográficos.
Avanços no
tratamento estacionaram
mortalidade
A médica
sanitarista e ginecologistaVerônica Gomes Alencar, coordenadora
municipal da saúde da mulher, aponta o aprimoramento do diagnóstico
e os avanços no tratamento implementados em Campinas,
principalmente nos últimos três anos e meio, como fundamentais
para estacionar a mortalidade por câncer de mama em Campinas.
Há dez anos, a
mortalidade por câncer de mama era a primeira causa de morte de
mulheres na cidade, hoje é terceira causa geral de morte e a
primeira entre os cânceres que atingem a população feminina.
Verônica diz que a instituição das campanhas educativas
anuais é mais uma etapa no enfrentamento desta patologia.
A coordenadora
afirma que o estilo de vida desempenha um papel importante na
prevenção do câncer de mama. Segundo ela, a mulher deve
privilegiar uma dieta rica em verduras, legumes e cereais
integrais, consumir pouca gordura animal (carnes, leite e
queijo), praticar atividades físicas e não fumar nem consumir
bebidas alcoólicas em excesso.
Também é
importante, segundo Verônica, amamentar os filhos e somente
fazer uso de hormônios (pílula, terapia de reposição
hormonal na menopausa, anticoncepcional injetável) com prescrição
e acompanhamento médico. "Procurar melhorar a qualidade
das relações afetivas e lidar melhor com o estresse também
ajudam", diz.
Saiba mais
sobre o câncer de
mama
A cura do câncer
de mama é possível, mas é preciso conhecer a doença, os
sintomas e quando procurar o médico. Saiba aqui mais sobre o
tipo mais freqüente de câncer na mulher.
O que é o câncer
de mama?
O câncer de
mama é uma doença que tem cura, se detectado no início quando
o índice de sucesso com o tratamento é superior a 90%. Nesta
doença, ocorre um desenvolvimento anormal das células da mama.
Elas multiplicam-se repetidamente até formarem um tumor
maligno.
Como a mulher
pode perceber a doença?
O sintoma do câncer
de mama mais fácil de ser sentido pela mulher é um caroço no
seio, acompanhado ou não de dor. Podem aparecer pequenos caroços
embaixo do braço, mas nem todo caroço é um câncer de mama.
Por isso é importante consultar um médico.
Como descobrir
a doença mais cedo?
Toda mulher
moradora de Campinas com 40 anos ou mais deve procurar,
anualmente, um Centro de Saúde da Prefeitura para realizar o
exame clínico das mamas. Além disso, toda mulher entre 50 e 69
anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. O
auto-exame deve ser feito todo mês. As mulheres que menstruam
deve fazer o exame de preferência na semana seguinte à
menstruação.