Campinas promove segunda Semana de Saúde da Mama

11/11/2004

Denize Assis

Uma palestra sobre Saúde da mama e prevenção ao câncer de mama abre oficialmente a 2a Semana Municipal de Saúde da Mama de Campinas na terça-feira, dia 16, às 14h30, no Salão Vermelho da Prefeitura. Os palestrantes são os médicos mastologistas Fernando Brandão e Orlando de Almeida, responsáveis pelo Ambulatório de Saúde da Mama da Secretaria Municipal de Saúde. A palestra, gratuita, é aberta a toda comunidade. A programação da semana inclui ainda atividades educativas sobre o tema em todos os Centros de Saúde.

A semana municipal da mama está prevista em lei municipal e o objetivo é conscientizar as mulheres sobre a prevenção da doença, a importância do auto-exame das mamas e orientá-las a buscar informações sobre sua saúde nos Centros de Saúde. Neste ano, a campanha vai enfatizar a realização do exame clínico das mamas anualmente e o uso da mamografia que, conforme meta do Ministério da Saúde, deve ser realizada com intervalo máximo de dois anos nas mulheres com idade entre 50 e 69 anos.

O evento é promovido pela Secretaria Municipal de Saúde com apoio da Sociedade Brasileira de Mastologia e de várias outras instituições campineiras que trabalham na prevenção e assistência às doenças da mama. A garota propaganda da campanha 2004 é a atriz Maitê Proença.

O câncer de mama representa hoje a principal causa de morte por câncer entre as mulheres campineiras. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, 86 mulheres morreram em 2003 pela doença na cidade.

Estatísticas. Anualmente, cerca de um milhão de mulheres em todo o mundo descobre que está com câncer de mama, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a cada ano são diagnosticados, em média, 42 mil novos casos da doença e 9 mil mortes, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

De acordo com os dados da Fundação Oncocentro, Campinas é a cidade no Estado de São Paulo que mais faz diagnóstico precoce do câncer de mama pelo sistema público. Quanto ao Brasil, não existem dados disponíveis para comparação com outras cidades. Todo mês, 1,7 mil cidadãs campineiras são submetidas à mamografia na rede municipal de saúde. São 20 mil exames por ano realizados num aparelho de última geração e com um mastologista – médico especialista em mama - que faz a leitura dos exames. Até 98, eram feitos apenas 150 mamografias por mês na rede municipal de saúde.

O mastologista Fernando Brandão afirma que, graças ao aprimoramento dos diagnósticos e aos demais avanços implementados pela Secretaria Municipal de Saúde, atualmente 12% dos diagnósticos da rede pública de saúde de Campinas são feitos no chamado estágio in situ, quando a cura beira os 100%. No Estado, a média é de apenas 4,5%.

O mastologista reforça que quando o sistema investe em diagnóstico precoce, a redução da mortalidade chega a 30%. "É com esta diretriz que conseguimos estacionar a curva de mortalidade por câncer de mama em Campinas ", afirma. Segundo Brandão, para realizar a mamografia na rede municipal de saúde de Campinas, a mulher precisa consultar seu médico ginecologista ou clínico no Centro de Saúde para se orientar sobre quando deve começar os seus controles mamográficos.

Avanços no tratamento estacionaram mortalidade

A médica sanitarista e ginecologistaVerônica Gomes Alencar, coordenadora municipal da saúde da mulher, aponta o aprimoramento do diagnóstico e os avanços no tratamento implementados em Campinas, principalmente nos últimos três anos e meio, como fundamentais para estacionar a mortalidade por câncer de mama em Campinas.

Há dez anos, a mortalidade por câncer de mama era a primeira causa de morte de mulheres na cidade, hoje é terceira causa geral de morte e a primeira entre os cânceres que atingem a população feminina. Verônica diz que a instituição das campanhas educativas anuais é mais uma etapa no enfrentamento desta patologia.

A coordenadora afirma que o estilo de vida desempenha um papel importante na prevenção do câncer de mama. Segundo ela, a mulher deve privilegiar uma dieta rica em verduras, legumes e cereais integrais, consumir pouca gordura animal (carnes, leite e queijo), praticar atividades físicas e não fumar nem consumir bebidas alcoólicas em excesso.

Também é importante, segundo Verônica, amamentar os filhos e somente fazer uso de hormônios (pílula, terapia de reposição hormonal na menopausa, anticoncepcional injetável) com prescrição e acompanhamento médico. "Procurar melhorar a qualidade das relações afetivas e lidar melhor com o estresse também ajudam", diz.

Saiba mais sobre o câncer de mama

A cura do câncer de mama é possível, mas é preciso conhecer a doença, os sintomas e quando procurar o médico. Saiba aqui mais sobre o tipo mais freqüente de câncer na mulher.

O que é o câncer de mama?

O câncer de mama é uma doença que tem cura, se detectado no início quando o índice de sucesso com o tratamento é superior a 90%. Nesta doença, ocorre um desenvolvimento anormal das células da mama. Elas multiplicam-se repetidamente até formarem um tumor maligno.

Como a mulher pode perceber a doença?

O sintoma do câncer de mama mais fácil de ser sentido pela mulher é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. Podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço, mas nem todo caroço é um câncer de mama. Por isso é importante consultar um médico.

Como descobrir a doença mais cedo?

Toda mulher moradora de Campinas com 40 anos ou mais deve procurar, anualmente, um Centro de Saúde da Prefeitura para realizar o exame clínico das mamas. Além disso, toda mulher entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. O auto-exame deve ser feito todo mês. As mulheres que menstruam deve fazer o exame de preferência na semana seguinte à menstruação.

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