Denize Assis
A Secretaria de
Saúde de Campinas informou nesta sexta-feira, dia 12 de
novembro, que subiu para 43 o número de surtos de surtos de
varicela (catapora) notificados à Vigilância em Saúde (Visa) do
município desde junho. As ocorrências foram registradas
em escolas e outras instituições que atendem crianças na
cidade e somam 541 casos. No último informe divulgado pela
Visa, na última semana de outubro, havia 37 notificações que
somavam 504 casos. Em 2003, de junho a novembro, 67 surtos foram
notificados à Visa de Campinas, num total de 700 casos.
"A
varicela é sazonal e ocorre com mais freqüência no período
que vai do final do inverno ao início da primavera", diz a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância
em Saúde municipal. Segundo a sanitarista, Campinas tem adotado
ações de controle e vigilância epidemiológica em todos os
surtos informados à Vigilância. As medidas incluem bloqueio em
instituições coletivas com vacinação dos suscetíveis.
"No
entanto, as doses são liberadas mediante notificação dos
casos e disponibilizadas para os suscetíveis ou seja crianças
menores de cinco anos e adultos que ainda não adoeceram de
varicela e que tiveram contato prolongado com o caso", diz
Carmo Ferreira.
A sanitarista
lembra que a vacina que protege contra a catapora está disponível
na rotina da rede pública de saúde apenas para os surtos em
instituições que atendem crianças menores de seis anos e para
casos específicos como os de pessoas imunodeprimidas ou
comunicantes destes e profissionais de saúde. Carmo Ferreira
informa ainda que a varicela não é de notificação obrigatória.
No entanto, surtos e epidemias devem ser registrados e
acompanhados para que se conheça melhor o comportamento da doença.
Cuidados.
A orientação da Secretaria de Saúde, conforme normas do
Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS),
é que crianças com suspeita de catapora sejam encaminhadas aos
centros de saúde e, confirmado o diagnóstico, afastadas da
creche ou escola até o sétimo dia após o surgimento das lesões
ou até que todas as crostas tenham caído.
Também é
importante manter cuidados com a higiene, como aparar as unhas
da criança e manter o banho diário. "Estas medidas
simples podem evitar a infecção das vesículas por bactérias,
que podem agravar o quadro", diz a enfermeira sanitarista
Brigina Kemp, da Visa municipal. A sanitarista afirma que a
aspirina nunca deve ser utilizada para o tratamento, pois pode
causar complicação.
Saiba mais.
A catapora é uma doença contagiosa, causada pelo vírus varicela-zoster,
que atinge principalmente menores de 15 anos. A principal forma
de manifestação da doença é o surgimento de pequenas bolhas
pelo corpo, que evoluem para crostas e cicatrizam em
aproximadamente cinco dias. O quadro também pode apresentar
febre e indisposição.
"Na imensa
maioria dos casos, a varicela é benigna. No entanto, pacientes
com desnutrição ou quadro de baixa imunidade tendem a
apresentar formas mais graves da doença, como pneumonia e
complicações hemorrágicas, o que pode causar óbitos",
diz Brigina.