Campinas promove, neste sábado, grande mobilização social para marcar Dia D contra a Dengue

18/11/2005

A Prefeitura de Campinas promove neste sábado, 19 de novembro, no Dia D de Mobilização contra a Dengue, no Planetário da Lagoa do Taquaral, Região Leste, e na Escola Vida Nova III, Sudoeste, campanhas educativas com o objetivo chamar a população para participar ativamente das ações de prevenção e controle da doença.

As atividades acontecem nos dois locais das 9h às 13h e incluem panfletagem, exposição em estandes, apresentação de vídeos, coral e dança sobre o tema. Está programada para ocorrer nas imediações do Planetário, a soltura de 6 mil balões. A Secretaria Municipal de Saúde vai aproveitar a oportunidade para divulgar maneiras de evitar outros agravos como leptospirose, febre maculosa, raiva e acidentes com animais peçonhentos.

Na Escola do Vida Nova, um grupo de usuárias do Centro de Saúde (CS) Tancredão, vai expor trabalhos de reciclagem com garrafas pet.. A Administração Municipal ainda preparou uma grande campanha publicitária, com spots de rádio que serão veiculados durante todo período de calor e chuvas.

Desde a semana passada, dentro das atividades para marcar o Dia D de Mobilização contra a Dengue, que ocorre em todo País, a Prefeitura tem agitado as cinco regiões de subdivisão do município com as mais diferentes formas de manifestação para chamar a atenção da comunidade para necessidade de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus que causa a dengue. Foram promovidos arrastões em vários locais e nos cemitérios da Saudade e Santo Antônio para remoção de criadouros.

A Secretaria de Saúde de Campinas também fez da semana que marca o Dia Nacional de Combate à Dengue uma oportunidade para avaliar o controle da dengue no município e traçar estratégias para o próximo período. Neste sentido, realizou uma oficina no último dia 11 com mais de 70 profissionais entre gestores, técnicos das vigilâncias em saúde (Visas), supervisores de controle ambiental e outros profissionais da pasta.

Para incentivar as ações de educação em saúde, na última quinta-feira, dia 17, mais de 500 agentes comunitários de saúde e supervisores e agentes de controle ambiental participaram da Mostra de Experiências de Educação, Comunicação e Mobilização Social que teve como objetivo motivar os profissionais para o enfrentamento da doença e propiciar troca de possibilidades criativas em educação ambiental. É Campinas mobilizada para impedir a entrada de uma nova epidemia.

Para o próximo período – 2006/2007 -, a Vigilância em Saúde da Prefeitura está alerta para a possibilidade de um aumento de casos. "O aumento da ocorrência em regiões localizadas verificadas em 2005 em Campinas e em outras cidades do País aponta para o risco de novos surtos epidêmicos. Por isso, a Secretaria de Saúde está se organizando para um trabalho mais intenso e ainda mais organizado, inclusive com ampliação das ações de educação em saúde e comunicação e mobilização social", afirma a coordenadora da Saúde Coletiva da Prefeitura, a enfermeira sanitarista Salma Balista.

Segundo Salma, este sábado é uma data que dá ênfase para o combate à dengue. No entanto, ela alerta aos campineiros que não é preciso esperar pelo Dia Nacional de Combate para que eles se certifiquem de que não estão criando em casa o mosquito transmissor da doença.

"É necessário tomar providências diariamente. Até pequenos objetos podem servir de criadouros. Na época de chuva, por exemplo, qualquer recipiente que acumule água pode servir como local de reprodução do mosquito", diz. E, segundo a sanitarista, basta somente um pouco de boa vontade e atenção para transformar o ambiente em um local livre de dengue. "São medidas como ajustar pratos aos vasos, manter garrafas de cabeça para baixo, pneus cobertos, lixos e cisternas tampados e a caixa d’água limpa e bem vedada", afirma.

Saiba mais. A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.

O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

Em 2005, foram notificados 115 casos de dengue em Campinas, sendo 94 autóctones – quando a pessoa é infectada onde mora – de acordo com dados da Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde. O município registra transmissão do vírus da dengue há nove anos consecutivos, com picos epidêmicos em 1998, 2001, 2002 e 2003, sendo que o maior número de casos – 1,4 mil casos - foi registrado em 2002. Em 2003, houve 450 confirmações e, no ano passado, 24.

Os exames laboratoriais mostram, no município, a circulação do vírus da dengue dos tipos 1, 2 e 3 nestes anos de epidemia, sendo que em 2000 houve um óbito de dengue hemorrágico, na epidemia de 2002 ocorreram 9 casos de dengue hemorrágico, sem óbitos, e, em 2003, três casos de dengue hemorrágico, um deles importado.

Denize Assis

Volta ao índice de notícias