Campinas confirma dois casos de febre maculosa

10/11/2006

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou nesta sexta-feira, 10 de novembro, após receber resultados de exames do Instituto Adolfo Lutz, dois casos de febre maculosa em Campinas. As duas ocorrências, que já estavam notificadas como casos suspeitos desta doença para a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), não têm vínculo epidemiológico ou seja não estão relacionadas.

Uma delas refere-se a homem de 48 anos que morreu no dia 4 de outubro. Ele morava no bairro Alto da Cidade Universitária, em Barão Geraldo, região norte, local onde provavelmente foi infectado. Outra trata-se de um homem de 54 anos, morador da Vila Santana, e que teve como local provável de infecção uma área em Sousas, região leste. Este último adoeceu no final agosto, quando foi tratado e curado.

Com isto, são dez os casos de febre maculosa confirmados desde janeiro de 2006 em Campinas. Deste total, cinco pessoas morreram. Em 2004, foram confirmados nove casos e, em 2005, sete. Não houve óbitos em 2004 e 2005.

Em relação aos dois casos confirmados nesta sexta-feira, a Secretaria de Saúde informa que todas as medidas preconizadas para o controle e prevenção da doença nos respectivos locais prováveis de infecção das vítimas foram desencadeadas imediatamente após as notificações, quando os casos foram registrados como suspeitos.

As atividades incluíram trabalhos de vigilância epidemiológica; pesquisa acarológica  – sobre a infestação e espécie dos carrapatos - e combate ao vetor – carrapato-estrela (Amblyomma cajennense); levantamento de animais hospedeiros – cavalo e capivara – no local; ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social com a comunidade; além de outras ações ambientais de acordo com a especificidade de cada caso.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as novas confirmações não alteram o programa de controle global da febre maculosa em Campinas, já que estão dentro da ocorrência esperada para a doença no município.

A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa febril aguda, provocada por uma bactéria (Rickttsia rickettssii) transmitida ao homem pelo carrapato-estrela. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa.

Endêmica na região de Campinas, a febre maculosa no estágio inicial produz sintomas inespecíficos como febre, dor de cabeça, dores no corpo, mal-estar generalizado, náuseas e vômitos. Entre o segundo e o sexto dia da doença, podem surgir manchas vermelhas na pele. Apesar destas manchas (mácula=mancha) darem nome à doença, elas nem sempre estão presentes, o que podem dificultar ou retardar o diagnóstico.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Covisa, a época de seca se constitui no período de sazonalidade da doença, que incide com maior freqüência nos meses de agosto, setembro e outubro. Brigina afirma que os profissionais de saúde devem estar atentos para suspeitar de febre maculosa, observar sinais da doença e perguntar se o paciente freqüentou área de risco - com infestação de carrapatos, presença de animais e com vegetação -, fazer notificação rápida para a Secretaria de Saúde de Campinas, tratar e acompanhar os pacientes.

Para a comunidade, a orientação é evitar as áreas infestadas por carrapatos e não deixar seus animais adentrá-las. No caso de freqüentar áreas de risco, sempre que possível, devem ser usadas calças e camisas de mangas compridas e roupas claras para facilitar a visualização dos carrapatos. Ao apresentar sintomas, se tiver freqüentado local de risco, a pessoa deve imediatamente procurar um serviço de saúde e relatar que teve contato com carrapatos.

Denize Assis

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