Mutirão em pontos de risco inicia atividades do Dia D contra a Dengue em Campinas

13/11/2006

A Prefeitura de Campinas vai mobilizar servidores da Secretaria Municipal de Saúde entre hoje e sexta-feira, 13 e 17 de novembro, para um mutirão contra a dengue em pontos de risco nas cinco regiões de abrangência da cidade – Norte, Sul, Leste, Sudoeste e Noroeste. O trabalho integra as atividades do município para marcar o Dia D de Mobilização contra a Dengue, em 18 de novembro.

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) classifica como pontos de risco estabelecimentos como borracharias, ferros-velhos e outros que, pela natureza de sua atividade, podem favorecer a proliferação do mosquito Aedes aegypti por acumularem potenciais criadouros – recipientes que armazenam água.

O estabelecimento recebe esta denominação - ponto de risco – porque o número de potenciais criadouros que acumula é imenso. São pneus, carcaças de carros, latas, tambores etc, o que representa risco de muitos mosquitos nascendo deste local, diferente de uma residência que tem sua importância, mas onde a quantidade e o tamanho dos criadouros são menores.

Na região sul da cidade, o trabalho começou às 9h desta segunda-feira, 13, na avenida Engenheiro Francisco de Paula Souza, no Jardim Santa Odila, onde quatro equipes visitaram 22 ferros-velhos, sendo que sete deles receberam advertência e um foi multado.

As equipes foram compostas por técnicos da Visa, supervisores de controle ambiental do Distrito de Saúde Sul e técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A avenida Engenheiro Francisco de Paula Souza foi escolhida por se constituir na área onde há maior concentração de pontos de risco na região sul.

“Para esta ação, foram escolhidos estabelecimentos mais críticos onde os técnicos verificaram como estão dispostos os materiais, orientaram os proprietários e, nos casos mais graves, advertiram e multaram. Os locais que foram advertidos vão ter um tempo para se adotar as providências necessárias. Caso não o façam, podem ser multados”, informa a bióloga Heloísa Girardi Malavasi, da Visa Sul. Segundo Heloísa, estes estabelecimentos são cadastrados pela Visa e recebem as equipes periodicamente.

O objetivo principal desta atividade, de acordo com a bióloga, é promover uma ação mais incisiva e atingir aqueles que ao longo do ano não atenderam às solicitações para se adequar e que têm mantido uma positividade ou seja: criadouros com larvas do mosquito.

Novamente, os proprietários foram orientados sobre como inviabilizar criadouros e como organizar os materiais de maneira que não acumulem água porque o mosquito da dengue coloca seus ovos onde tem água parada.

Segundo a enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Covisa, a luta contra a dengue exige esforços tanto das autoridades de saúde quanto da população. “Sem esse empenho, aumentam os riscos de uma epidemia da doença. Por isso, a Secretaria de Saúde de Campinas quer manter toda a sociedade atenta ao problema e promove esta semana uma série de ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social para marcar o Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue, no sábado”, diz Salma.

A sanitarista informa que atualmente, no Brasil, vários Estados enfrentam epidemia de dengue entre os quais Goiás, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo. No Estado de São Paulo, municípios como Araçatuba, Catanduva, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Hortolândia, Sumaré e Campinas, além do município de São Paulo enfrentam epidemias.

Em São José do Rio Preto já foram registrados 12.343 casos. Ribeirão tem mais de 3.700 ocorrências e Araçatuba e Catanduva, 2.354 e 2.551 respectivamente. Campinas registrou este ano 744 casos e é um dos municípios com a menor incidência (número de casos por 100 mil habitantes) da doença no interior, com 70,4/100 mil.

Denize Assis

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