Campinas alerta rede de Saúde para risco do sarampo

23/11/2006

A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou na manhã desta quinta-feira, 23 de novembro, para todos os serviços e profissionais de rede de saúde do município, informe técnico onde comunica a ocorrência de um surto de sarampo na Bahia e reforça a necessidade de intensificação das ações de vigilância epidemiológica, com a notificação imediata de todas as ocorrências suspeitas e a manutenção de alta cobertura vacinal.

O informe trata-se de recomendação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, que solicitou ampla divulgação em todos os municípios brasileiros. O surto na Bahia foi notificado ao Ministério no dia 16 de novembro, após confirmação laboratorial de dois casos em pessoas com 18 anos e 9 anos, não vacinadas, residentes no município de João Dourado, na Bahia.

A partir da investigação destes dois casos, foram identificados outros 16 casos suspeitos no município de João Dourado, entre os quais três pessoas que previamente haviam participado de uma excursão ao município de Lençóis/Bahia, local de intenso turismo, na Chapada Diamantina. Além disso, em Lençóis, foram identificadas mais três crianças com suspeita da doença. Segundo técnicos da área de Vigilância em Saúde, a rápida propagação entre os contatos é uma das características do sarampo.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, afirma que a detecção destes casos reforça que a entrada do vírus do sarampo em nosso país é ameaça constante. Brigina orienta que o informe técnico seja divulgado pelas equipes em reuniões, visitas e em todas as possibilidades de encontro com os profissionais da rede pública e, especialmente, da rede privada.

“Todos devem estar atentos aos casos suspeitos para que possamos rapidamente desencadear tudo que for necessário”, afirma. A sanitarista ressalta a importância da realização de uma boa investigação epidemiológica, juntamente com a suspeita clínica, seguindo os critérios de caso suspeito do Programa de Erradicação do Sarampo.

Segundo a sanitarista, o sarampo é a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com uma taxa de mortalidade importante – milhares de crianças morrem todos os anos - e de fácil transmissão. Portanto, devido à rotatividade de viajantes e estrangeiros, principalmente neste período de férias e festas de final de ano, o risco de reintrodução do vírus é constante.

“Sendo assim, a vigilância epidemiológica de Campinas, de cada cidade, dos Estados, do País, precisa estar sempre sensível para garantir a detecção rápida dos suspeitos e desencadear as medidas necessárias para evitar novos casos”, afirma.

A sanitarista informa que há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo – tríplice viral - está disponível na rede pública de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida e depois aos cinco anos de idade. A vacinação é uma das estratégias adotadas pela Organização Mundial de Saúde para a erradicação da doença. Em Campinas, a cobertura vacinal contra o sarampo – tríplice viral - é em torno de 100%. O último caso autóctone da doença na cidade foi notificado em 1.999. Em 1997, o Brasil teve uma epidemia de sarampo com mais de 53 mil casos e 61 mortes. O País não registra transmissão autóctone da doença desde o ano de 2000.

Saiba mais sobre o sarampo.

O sarampo, uma doença infecciosa aguda, grave, causada por um vírus do gênero Morbilivírus, da família Paramyxoviridae, é extremamente contagioso. Muito comum na infância, a presença do vírus no sangue provoca inflamação dos vasos sanguíneos e gera placas ásperas avermelhadas na pele, características da infecção. Além disso, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

A doença se transmite de pessoa a pessoa, por meio de tosse, do espirro, da fala e da respiração. Os sintomas do sarampo são febre alta (acima de 38° C), erupções cutâneas generalizadas (exantemas), tosse, coriza, conjuntivite e pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa bucal e antecedem ao exantema.

Denize Assis

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