A
Secretaria de Saúde de Campinas divulgou na manhã desta
quinta-feira, 23 de novembro, para todos os serviços e
profissionais de rede de saúde do município, informe
técnico onde comunica a ocorrência de um surto de
sarampo na Bahia e reforça a necessidade de
intensificação das ações de vigilância epidemiológica,
com a notificação imediata de todas as ocorrências
suspeitas e a manutenção de alta cobertura vacinal.
O informe
trata-se de recomendação da Secretaria de Vigilância em
Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, que solicitou ampla
divulgação em todos os municípios brasileiros. O surto
na Bahia foi notificado ao Ministério no dia 16 de
novembro, após confirmação laboratorial de dois casos em
pessoas com 18 anos e 9 anos, não vacinadas, residentes
no município de João Dourado, na Bahia.
A partir
da investigação destes dois casos, foram identificados
outros 16 casos suspeitos no município de João Dourado,
entre os quais três pessoas que previamente haviam
participado de uma excursão ao município de
Lençóis/Bahia, local de intenso turismo, na Chapada
Diamantina. Além disso, em Lençóis, foram identificadas
mais três crianças com suspeita da doença. Segundo
técnicos da área de Vigilância em Saúde, a rápida
propagação entre os contatos é uma das características
do sarampo.
A
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica de Campinas, afirma que a
detecção destes casos reforça que a entrada do vírus do
sarampo em nosso país é ameaça constante. Brigina
orienta que o informe técnico seja divulgado pelas
equipes em reuniões, visitas e em todas as
possibilidades de encontro com os profissionais da rede
pública e, especialmente, da rede privada.
“Todos
devem estar atentos aos casos suspeitos para que
possamos rapidamente desencadear tudo que for
necessário”, afirma. A sanitarista ressalta a
importância da realização de uma boa investigação
epidemiológica, juntamente com a suspeita clínica,
seguindo os critérios de caso suspeito do Programa de
Erradicação do Sarampo.
Segundo a
sanitarista, o sarampo é a doença febril exantemática de
maior freqüência no mundo, com uma taxa de mortalidade
importante – milhares de crianças morrem todos os anos -
e de fácil transmissão. Portanto, devido à rotatividade
de viajantes e estrangeiros, principalmente neste
período de férias e festas de final de ano, o risco de
reintrodução do vírus é constante.
“Sendo
assim, a vigilância epidemiológica de Campinas, de cada
cidade, dos Estados, do País, precisa estar sempre
sensível para garantir a detecção rápida dos suspeitos e
desencadear as medidas necessárias para evitar novos
casos”, afirma.
A
sanitarista informa que há mais de 30 anos a vacina
contra o sarampo – tríplice viral - está disponível na
rede pública de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada
quando a criança completa o primeiro ano de vida e
depois aos cinco anos de idade. A vacinação é uma das
estratégias adotadas pela Organização Mundial de Saúde
para a erradicação da doença. Em Campinas, a cobertura
vacinal contra o sarampo – tríplice viral - é em torno
de 100%. O último caso autóctone da doença na cidade foi
notificado em 1.999. Em 1997, o Brasil teve uma epidemia
de sarampo com mais de 53 mil casos e 61 mortes. O País
não registra transmissão autóctone da doença desde o ano
de 2000.
Saiba
mais sobre o sarampo.
O sarampo, uma doença
infecciosa aguda, grave, causada por um vírus do gênero Morbilivírus, da família Paramyxoviridae, é extremamente
contagioso. Muito comum na infância, a presença do vírus
no sangue provoca inflamação dos vasos sanguíneos e gera
placas ásperas avermelhadas na pele, características da
infecção. Além disso, as complicações infecciosas
contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente
em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
A doença
se transmite de pessoa a pessoa, por meio de tosse, do
espirro, da fala e da respiração. Os sintomas do sarampo
são febre alta (acima de 38° C), erupções cutâneas
generalizadas (exantemas), tosse, coriza, conjuntivite e
pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa bucal e
antecedem ao exantema.
Denize
Assis