Campinas participa do “Fique Sabendo”, campanha que coloca a Aids em destaque

12/11/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (SMS), por meio do seu Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, inicia na próxima terça-feira, 16 de novembro a Campanha “Fique Sabendo”. Organizada pela Secretaria Estadual de Saúde, a iniciativa se estende até 1º de dezembro e propõe um mutirão de testes gratuitos de HIV, além de uma mobilização para conscientizar a população sobre a importância da realização do exame.

A data 1º de dezembro, quando se encerra a campanha, foi instituída como Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em todo o mundo. Foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da (ONU) Organização das Nações Unidas (leia abaixo, a participação de Campinas no Dia Mundial de Luta Contra a Aids).

Campinas, para o “Fique Sabendo”, contará com onze pontos de testagem rápida para HIV. Integram a campanha, ainda, o CTA Centro que funciona no Centro de Referência do Programa DST/Aids, na Rua Regente Feijó, no centro da cidade e no CTA do Complexo Hospitalar Ouro Verde, além de todos os Centros de Saúde da Rede SUS Campinas.

Os pontos de testagem rápida funcionarão no Centro comunitário, ao lado do Centro de Saúde (CS) Santa Lúcia, no Salão Comunitário, ao lado do CS Vista Alegre, na Praça Carlos Gomes (Praça do Sucão), no estacionamento do CS Pedro de Aquino (Balão do Laranja), na Praça da Concórdia, no Campo Grande, no Casi, próximo ao CS Campo Belo, na Praça Rui Barbosa, atrás da Catedral, no Mercado Municipal, no Parque das Águas, no Parque Jambeiro, no Enxuto, na Avenida John Boyd Dunlop e ao lado do Terminal da Vila Padre Anchieta.

A médica infectologista Cláudia Barros Bernardi, coordenadora do Programa DST/Aids de Campinas, lembra que tanto o CTA Centro como o Hospital Ouro Verde continuarão fazendo o teste de HIV gratuito e sigiloso durante o ano inteiro. Conforme explica “o objetivo dessa campanha é intensificar a testagem e mostrar a importância do diagnóstico precoce que evita que a pessoa fique doente. Uma coisa é você ser portador do HIV, outra é você ter Aids, isto é, estar doente”.

Cláudia enfatiza a importância da conscientização para o trabalho de desmistificar o estigma de morte associado à Aids. “A realidade, hoje, é que a Aids é uma patologia que ainda não tem cura, mas que tem tratamento fornecido pelo SUS. Isso faz dela uma doença crônica em que o cidadão trata, mantém a qualidade de vida e segue no seu dia-a-dia”.

Além de oferecer exames à população mais vulnerável ao HIV, como homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas, travestis e transexuais, a campanha também pretende incentivar pessoas que nunca realizaram o teste a conhecerem o seu status sorológico verdadeiro, independentemente de sua sexualidade.

“É fundamental que as pessoas com vida sexual ativa façam o teste. Pode acontecer –adverte a médica – de alguém ser portador do HIV, não ter sintoma da doença e continuar a transmitir. Daí a importância do exame, pois uma vez ciente da sua sorologia esse cidadão ou cidadã vai adotar medidas de prevenção e não transmitirá a doença”.

Dia Mundial

O Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids e a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas (SMS) iniciam as preparações para participar do Dia Mundial de Luta Contra a Aidas em 1º de Dezembro. Para essa ocasião, O Programa vai reeditar o Projeto Nomes, que consiste na confecção de uma grande colcha de retalhos onde serão pintados nomes de pessoas e temas relacionados à Aids.

Cláudia Barros Bernardi informa que a colcha será feita com vários retalhos que serão costurados em diversas oficinas no Centro de Referência, no Centro da cidade, no Centro Corsini, na Casa de Cultura Andorinhas (Bosquinho do DIC I), no Centro de Saúde (CS) Campo Belo e no CS Itatinga. Conforme adianta, a colcha inteira com os retalhos cosidos será aberta numa solenidade programada para acontecer na Praça Rui Barbosa, onde serão instaladas tendas para exames e atividades desenvolvidas por entidades parceiras

“É uma ótima oportunidade para colocar esse assunto em pauta e aproveitar para reforçar conceitos de solidariedade e estratégias para erradicar o estigma e a discriminação”, diz Cláudia. Ela destaca que o Centro de Referência vai trabalhar em parceria com a RNP (Rede Nacional de Pessoas Vivendo co DST/Aids).

O Dia Mundial de Luta contra a Aids em 1º de dezembro é celebrado desde 1987 e, no Brasil, a data passou a ser comemorada a partir de 1988, por decisão do Ministério da Saúde. O dia foi instituído como forma de despertar a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a pandemia e promover análises da sociedade e órgãos públicos sobre a doença.

Laço de fita

As campanhas, tanto de conscientização ou prevenção da Aids, adotam o laço vermelho como símbolo de solidariedade e de comprometimento. O projeto do laço foi criado em 1991 pela Visual Aids, grupo de profissionais de arte, de New York, que queriam homenagear amigos e colegas que haviam morrido ou estavam morrendo de Aids.

O Visual Aids tem como objetivos conscientizar as pessoas para a transmissão do HIV/Aids, divulgar as necessidades dos que vivem com HIV/Aides e angariar fundos para promover a prestação de serviços e pesquisas. O laço vermelho foi escolhido por causa de sua ligação ao sangue e à idéia de paixão, afirma Frank Moore, do grupo Visual Aids.

Hoje em dia o espírito da solidariedade está se espalhando e vem criando mais significados para o uso do laço. Inspirado no laço vermelho, o laço rosa se tornou símbolo da luta contra o câncer de mama. O amarelo é usado na conscientização dos direitos humanos dos refugiados de guerra e nos movimentos de igualdade. O verde é utilizado por ativistas do meio ambiente preocupados com o emprego da madeira tropical para a construção de sets na indústria cinematográfica. O lilás significa a luta contra as vítimas da violência urbana; o azul promove a conscientização dos direitos das vítimas de crimes e, mais recentemente, o azul vem sendo adotado pela campanha contra a censura na internet.

Além da versão oficial, existem quatro versões sobre sua origem. Uma delas diz que os ativistas americanos passaram a usar o laço com o “V” de Vitória invertido, na esperança de que um dia, com o surgimento da cura, ele poderia voltar para a posição correta. Outra versão tem origem na Irlanda. Segundo ela, as mulheres dos marinheiros daquele país colocavam laços vermelhos na frente das casas quando os maridos morriam em combate. Com todas essas variações, o mais importante é perceber que todas essas causas são igualmente importantes para a humanidade.

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