Mutirão contra a dengue atingiu mais de 15 mil residências na região sul de Campinas

25/11/2010

Autor: Denize Assis

Mais de 15 mil endereços de bairros na região sul de Campinas foram visitados pelas equipes de combate à dengue desde o último dia 9 de novembro quando agentes e supervisores de controle ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Sul iniciaram um mutirão contra a doença.

Os técnicos já percorreram comunidades na abrangência dos Centros de Saúde (CSs) Faria Lima (dia 9 de novembro), Oziel (dia 11), Monte Cristo (11), Vila Ipê (12), Parque da Figueira (17), São José (18), São Domingos (19), São Vicente (22), Orosimbo Maia (23), Carvalho de Moura (24) e Esmeraldina (25).

Nesta sexta-feira, dia 26 de novembro, as ações ocorrem na área do CS Santa Odila. Também haverá arrastão para eliminar criadouros na abrangência do CS São José e recolhimento de pneus velhos em borracharias a partir do CS São Domingos. A meta é atingir todos os bairros da região sul.

O mutirão inclui eliminação de criadouros do Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue; busca ativa de pessoas com sintomas suspeitos; atuação em pontos de risco - imóveis que pela natureza da sua atividade oferecem maior risco para a dengue como borracharias, ferros-velhos etc - e em imóveis especiais - aqueles em que há grande concentração e circulação de pessoas como escolas, hospitais etc; e ações de informação, educação e mobilização social entre outras atividades. Mais de 50 pessoas divididas em 7 equipes atuam na operação.

Segundo o supervisor de dengue Daniel Dela Libera Rodrigues, da Visa Sul, mais de 5 mil endereços residenciais visitados não puderam ser trabalhados porque os moradores ou não estavam em casa ou se recusaram a receber as equipes.

“De um modo geral, o trabalho foi bom, mas a pendência - casas que não podem ser trabalhadas – ainda é grande. A população tem que se conscientizar e abrir as portas para as equipes, além de adotar medidas diárias para o controle do mosquito, como não deixar água acumulada em pneus e outros objetos”, disse.

Daniel orienta que os moradores se programem para estar em casa durante a ação ou, na impossibilidade, deixem a chave com o vizinho ou com outro responsável, para facilitar o acesso dos profissionais. “A comunidade precisa ser parceira na luta contra a dengue”, afirmou.

Situação epidemiológica. Em 2010, Campinas enfrentou a segunda maior epidemia de dengue das últimas décadas, com 2.563 casos e duas mortes. A primeira em número de casos ocorreu em 2007, com mais de 10 mil casos.

Além disso, neste ano, a cidade registrou, proporcionalmente, mais casos graves, sendo 56 casos de Dengue com Complicações (DCC) e 26 casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD). Este fenômeno epidemiológico - de maior gravidade - se explica pelo fato do município ter enfrentado sucessivas epidemias por diferentes sorotipos da dengue e ocorre em todas as regiões onde a dengue se torna endêmica. O esperado é de 3% a 4% de casos de dengue grave para as regiões endêmicas.

Este ano, foram isolados dois sorotipos em Campinas, o DEN 1 e o DEN 2, sendo que este último há mais de uma década não circulava no município. Em anos anteriores, já foi registrada a circulação do DEN 3.

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