Saúde alerta sobre o risco do AVC

01/11/2012

Autor: Diego Geraldo

Uma a cada seis pessoas no mundo terá um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que hoje já é a maior causa de óbitos e sequelas no Brasil. Em Campinas, é a segunda causa do óbito, com 470 mortes em 2011, contra 512 em 2010.

Por isso, a secretaria de Saúde e o Complexo Municipal Ouro Verde organizaram uma série de atividades para a Semana Nacional de Combate ao AVC.

“Os problemas cardiovasculares – que incluem o AVC e o infarto – são as principais causas de morte e temos que ter um olhar especial para essas doenças. Quanto mais informação, melhor, já que com isso a população saberá como agir e menores serão as sequelas”, explicou André Freitas, coordenador do projeto de Vigilância de Doenças Crônicas não Transmissíveis da secretaria.

Palestra

O Ouro Verde abriu em julho deste ano 20 novos leitos e inaugurou a sua Unidade de Referência Vascular Aguda (URVA), voltada a tratar pacientes com que tiveram problemas vasculares nas primeiras 48 horas do tratamento, as mais críticas. Até 15 de outubro, foram 86 pacientes internados, com somente um óbito.

Para marcar a semana, a coordenadora da URVA, a neurologista Cynthia Herrera fez uma palestra aberta ao público na quarta-feira, dia 31 de outubro, com o tema: “Vamos Falar de AVC?”, em que foram passadas orientações sobre prevenção e como reconhecer e proceder no caso de sofrer um AVC.

“Não fomentar os fatores de risco e ter uma boa qualidade de vida reduz em 80% as chances de se ter um AVC. Entretanto, isso não quer dizer que a pessoa vá ficar livre do AVC, uma vez que depois dos 50 anos, cada década contribui para dobrar as chances de um ataque. Mas com prevenção, é possível eliminar ou adiar este risco”, explicou Cynthia.

Cynthia lembra que depois de salvar o paciente, uma etapa importante é a recuperação das possíveis sequelas. Os pacientes com ACV precisam de cuidados apropriados e interdisciplinares que envolvem médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Em Campinas, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece este tratamento no Ouro Verde e em outras unidades.

Reabilitação

Outro local que atende pacientes vítimas de AVC no SUS de Campinas é o Centro de Referência em Reabilitação (CRR), localizado no distrito de Sousas.

Na terça-feira, dia 30 de outubro, foi feita a distribuição de material educativo, a exibição de vídeos sobre prevenção e uma apresentação do coral “Da Boca para Fora”, formado dentro do CRR como forma de tratamento para pacientes vítimas de AVC. Uma palestra com a nutricionista da unidade alertou sobre os cuidados com a alimentação, principalmente sobre a quantidade de sal nos alimentos industrializados.

O evento foi coordenado pela neurologista Silvana Barreto Mory, do programa de tratamento de AVC da unidade.

Além de realizar o tratamento, o CRR distribui, se necessário, próteses e cadeiras de rodas para os pacientes.

AVC

O AVC é uma perda rápida da função neurológica decorrente do entupimento (isquemia) ou rompimento (hemorragia) de vasos sanguíneos do cérebro.

Os principais fatores de risco são hipertensão arterial, doenças cardíacas, colesterol alto, tabagismo, consumo excessivo de álcool, diabetes, idade e obesidade.

A prevenção da doença está ligada a boa qualidade de vida com exercícios e alimentação adequada. O tratamento correto das doenças crônicas pode evitar o AVC.

Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento na primeira hora dá 50% de chances de recuperação total; em até uma hora e meia, cai para 25%; se o atendimento for em até três horas, uma a cada sete pessoas tem total recuperação; se for em mais de quatro horas, a chances são de uma em quatorze.

No caso da suspeita de um AVC, a medida imediata a ser tomada é chamar o serviço de emergência (Samu 192).

Os principais sintomas são:

  • Dificuldade de mover o rosto (não consegue sorrir);
  • Dificuldade em movimentar os braços adequadamente (principalmente em um dos lados);
  • Dificuldade de falar e se expressar;
  • Fraqueza nas pernas;
  • Problemas de visão.

Fotos de Carlos Bassan

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