"Motolâncias” do Samu aumentam chances de sobrevivência

12/11/2012

Autor: Amanda Romero

Em um atendimento de emergência, cada minuto sem socorro acarreta em 10% de complicações ao estado de saúde do paciente. Por isso, a chegada rápida do Serviço de atendimento Móvel de Urgência (Samu) é fundamental para salvar vidas. Assim, quando um carro com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é acionado, uma “motolância” o acompanha.

Mistura de motocicleta com ambulância, o veículo de duas rodas é mais ágil, passa por lugares difíceis, pode cortar caminhos e chega mais rápido ao local chamado. De acordo com o coordenador do Samu, José Roberto Hansen, nos horários de pico no trânsito a “motolância” chega cerca de 3 minutos antes da viatura na vítima.

A eficácia do serviço oferecido vai além da rapidez no atendimento. As motos conseguem ter acesso a lugares em que as ambulâncias, às vezes, não chegam. “Passamos por estradas de terras, logradouros, escadarias, canteiros de obras com lama. A “motolância” chega muito próximo da vítima. Não há obstáculos que sejam difíceis de serem transpostos”, conta o técnico em enfermagem, Robson Pinheiro.

São quatro motos que são acionadas em casos como paradas cardiorrespiratórias, quedas de andaimes, fraturas expostas e, ainda, auxiliam no isolamento de áreas em que ocorreram acidentes. Dos atendimentos prestados, 87% são traumas e 13% são casos clínicos. Elas acompanham as viaturas de suporte avançado, as UTIs móveis, e saem sempre com dois profissionais. No local do chamado, um se ocupa dos primeiros atendimentos, enquanto o outro orienta a população presente e isola o local.

Adaptação

O Ministério da Saúde enviou motos e uniformes padronizados para o serviço no município, mas o equipamento foi adaptado pela equipe do Samu conforme surgiram necessidades. Foi acrescentado o desfibrilador automático, o ambu (bolsa-máscara-válvula), o kit-tala, o ked (instrumento que retira a vitima sem mudar a posição sentada de um veículo para preservar a coluna vertebral) e o perfuro cortante, instrumento desenvolvido pela equipe de Campinas a partir de tubos de PVC e que serve para armazenar agulhas.

 “Na experiência da “motolância” no Samu Campinas também percebemos que precisaríamos de EPIs – Equipamento de Proteção Individual – mais resistentes, devido à complexidade dos fluxos de trânsito, principalmente nos horários de rush de manhã e à tarde”, explica Pinheiro, ao mostrar o protetor para as mãos acrescentado ao guidão do veículo.

Treinamento

O Serviço foi implantado em 2009 e os profissionais que o realizam, além de serem enfermeiros e técnicos de enfermagem, tiveram que realizar um curso de direção defensiva e de condução de veículos de urgência e emergência, em Indaiatuba, oferecido pela Honda. O Samu pode ser acionado através do número 192.


Crédito: Fernanda Sunega

Crédito: Fernanda Sunega

Crédito: Fernanda Sunega

Volta ao índice de notícias