Autor: Amanda Romero
Em um atendimento de emergência, cada minuto sem socorro
acarreta em 10% de complicações ao estado de saúde do
paciente. Por isso, a chegada rápida do Serviço de
atendimento Móvel de Urgência (Samu) é fundamental para
salvar vidas. Assim, quando um carro com Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) é acionado, uma “motolância” o acompanha.
Mistura de motocicleta com ambulância, o veículo de duas
rodas é mais ágil, passa por lugares difíceis, pode cortar
caminhos e chega mais rápido ao local chamado. De acordo com
o coordenador do Samu, José Roberto Hansen, nos horários de
pico no trânsito a “motolância” chega cerca de 3 minutos
antes da viatura na vítima.
A eficácia do serviço oferecido vai além da rapidez no
atendimento. As motos conseguem ter acesso a lugares em que
as ambulâncias, às vezes, não chegam. “Passamos por estradas
de terras, logradouros, escadarias, canteiros de obras com
lama. A “motolância” chega muito próximo da vítima. Não há
obstáculos que sejam difíceis de serem transpostos”, conta o
técnico em enfermagem, Robson Pinheiro.
São quatro motos que são acionadas em casos como paradas
cardiorrespiratórias, quedas de andaimes, fraturas expostas
e, ainda, auxiliam no isolamento de áreas em que ocorreram
acidentes. Dos atendimentos prestados, 87% são traumas e 13%
são casos clínicos. Elas acompanham as viaturas de suporte
avançado, as UTIs móveis, e saem sempre com dois
profissionais. No local do chamado, um se ocupa dos
primeiros atendimentos, enquanto o outro orienta a população
presente e isola o local.
Adaptação
O Ministério da Saúde enviou motos e uniformes padronizados
para o serviço no município, mas o equipamento foi adaptado
pela equipe do Samu conforme surgiram necessidades. Foi
acrescentado o desfibrilador automático, o ambu
(bolsa-máscara-válvula), o kit-tala, o ked (instrumento que
retira a vitima sem mudar a posição sentada de um veículo
para preservar a coluna vertebral) e o perfuro cortante,
instrumento desenvolvido pela equipe de Campinas a partir de
tubos de PVC e que serve para armazenar agulhas.
“Na experiência da “motolância” no Samu Campinas também
percebemos que precisaríamos de EPIs – Equipamento de
Proteção Individual – mais resistentes, devido à
complexidade dos fluxos de trânsito, principalmente nos
horários de rush de manhã e à tarde”, explica Pinheiro, ao
mostrar o protetor para as mãos acrescentado ao guidão do
veículo.
Treinamento
O Serviço foi implantado em 2009 e os profissionais que o
realizam, além de serem enfermeiros e técnicos de
enfermagem, tiveram que realizar um curso de direção
defensiva e de condução de veículos de urgência e
emergência, em Indaiatuba, oferecido pela Honda. O Samu pode
ser acionado através do número 192.