Saúde orienta profissionais para aconselhamento e ações de prevenção à Aids

10/12/2002

Profissionais do Distrito de Saúde Leste participam nesta quarta-feira, 11 de dezembro, de uma oficina sobre aconselhamento para teste de HIV. O evento, que ocorre das 8h30 às 12h30 no CRA (Centro de referência para a aids), é direcionado às pessoas que atuam nos NSC (Núcleos de Saúde Coletiva) e aos coordenadores dos Centros de Saúde da região Leste. O trabalho faz parte do processo de qualificação e capacitação dos profissionais da Secretaria de Saúde para o aconselhamento e ações de prevenção em DST/AIDS.

A idéia é sensibilizar estes profissionais para que eles incluam na rotina de trabalho dos Centros de Saúde o aconselhamento para o teste HIV. Isto significa que, ao receber a pessoa que quer fazer o teste, o profissional vai primeiro acolhê-la, conversar sobre o assunto, prepará-la para receber o resultado e só então encaminhar o processo. Os integrantes dos Núcleos e coordenadores irão disseminar as informações aos trabalhadores dos oito Centros de Saúde da região Leste, referência para 220 mil cidadãos de Campinas. O CRA fica na rua Regente Feijó, 637.

Política de prevenção - A oficina é parte da política da Secretaria de Saúde para a área de DST/AIDS em Campinas. A cidade, reconhecida no Brasil como modelo na assistência e tratamento da Aids, quer agora se tornar referência também na área de prevenção a infecção pelo HIV e outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Para atingir este objetivo, o Programa Municipal de DST//AIDS já colocou em prática vários projetos que priorizam a abordagem às pessoas mais vulneráveis à doença e às populações expostas ao risco de infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Incidência - Campinas tem notificados 3.407 casos de Aids de 82 até novembro de 2002. Deste total, 60% já foram a óbito (2.044). De todos os casos notificados, 2.559 são homens e 845 são mulheres, proporção de aproximadamente três casos em homens para cada caso em mulheres. Na década de 80, início da epidemia, esta proporção era em média de 50 homens para cada mulher.

A faixa etária de maior concentração é de pessoas com idades entre 15 anos e 49 anos, com maior número entre 25 e 39 anos. Com os dados atualmente disponíveis, a principal via de transmissão da Aids em Campinas é por meio da relação heterossexual – de homem com mulher -, seguida imediatamente pelas transmissões entre usuários de drogas injetáveis.

Em Campinas, a capacidade de diagnosticar a Aids foi sensivelmente melhorada por meio do diagnóstico laboratorial, que mede a quantidade de células CD4/CD8 ( medidoras da situação do sistema de defesa do organismo) e da quantificação da carga viral (números de vírus HIV presentes no sangue). Até meados de 2001, a grande maioria dos casos de Aids era notificada por critérios clínicos (aparecimento de doenças oportunistas que só estão presentes quando o sistema de defesa do corpo está muito fraco).

O Amda (Ambulatório Municipal de DST/AIDS), serviço de referência do município, numa pesquisa recente do Ministério da Saúde, foi classificado como um serviço de excelência recebendo a nota máxima na avaliação. A maioria das notificações de casos de Campinas, 70%, são feitas pelo Amda. O serviço atende o dia todo, com uma equipe multiprofissional., e 90% das pessoas acometidas pela Aids em Campinas recebem assistência no Amda.

Volta ao índice de notícias