Prefeitura promove nova pesquisa sobre infestação do mosquito da dengue

19/12/2002

A Secretaria de Saúde de Campinas iniciou na última segunda-feira, 16 de dezembro, uma nova pesquisa sobre a infestação do mosquito da dengue – Aedes aegypti – na cidade. O estudo, chamado de pesquisa de índice de breteau, aponta a quantidade de recipientes infestados pelas larvas do mosquito a cada 100 residências. O levantamento é um dos indicadores que norteia as ações de combate à dengue. O resultado deve sair em 10 dias.

O último breteau, promovido entre 7 e 24 de outubro, apontou as áreas de abrangência dos Centros de Saúde Anchieta, na região Norte, e São José, na região Sul, como as de maior infestação do mosquito da dengue. O terceiro maior índice foi verificado na área do CS Taquaral, na região Leste, seguido das áreas do CS Esmeraldina e Vila Rica, região Sul, e do CS Centro, região Leste.

Além do breteau, para enfrentar a dengue, também precisam ser considerados outros indicativos tais como áreas com casos confirmados da doença, áreas com casos suspeitos e quantidades e tipos de criadouros encontrados em cada região.

Enquanto parte das equipes da Secretaria de Saúde realiza o estudo de breteau, outros profissionais estão trabalhando em arrastões. Na segunda-feira, 16, a ação foi na área do Centro de Saúde Conceição. Na terça, na área do Centro de Saúde Costa e Silva. Os dois serviços estão localizados na região Leste. Nesta quinta, 19, as atividades ocorrem no CS Dic III, na Sudoeste, e na sexta, 20, na área do São Bernardo, região Sul.

Ainda na região Sudoeste, nas áreas de abrangência dos Centros de Saúde Dic I, Dic III e União dos Bairros, foram colocadas telas em caixas d’água em mais de 400 residências. Nesta quinta, 19, os profissionais estão mapeando a área do Jardim Rosalina para levantar em quantas casas será necessário promover a colocação de telas. Os arrastões nas ocupações localizadas na região do Centro de Saúde Dic III estão sendo feitos a cada 15 dias. Cerca de 18 mil pessoas moram em 14 ocupações nas áreas do Dic III e Dic I.

A população das cinco regiões de subdivisão da cidade também vem sendo incentivada, em atividades diárias, a tomar medidas simples para identificar e eliminar os focos do Aedes aegypti. E, em toda Campinas, cidadãos entraram nesta batalha com boa vontade e muita criatividade. As escolas, em parceria com os Centros de Saúde, incluíram o tema no dia-a-dia dos alunos e professores.

Empresas do município também estão mobilizadas para acabar com a dengue, por meio do Projeto Criadouro Zero, da Secretaria de Saúde. Representantes dos trabalhadores e profissionais da área médica da empresas estão atuando para conscientizar funcionários sobre os perigos da doença e as formas de combatê-la no ambiente de trabalho.

A Unimed, a Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas), Tetra Pak, Sindicatos, Hospital Albert Sabin, Ciesp, CPFL (Companhia de Força e Luz), Fundação DPaschoal e a Cooperativa Veiling de produtores de plantas de Holambra também se aliaram à Secretaria de Saúde no combate à doença.

Neste final de ano, aproveitando o grande fluxo de pessoas no Centro da cidade, a Secretaria de Saúde tem promovido ações educativas. Faixas estão sendo colocadas em 50 pontos diferentes da região central e do Cambuí para chamar a atenção da população.

A Secretaria de Saúde também está incrementando a atuação nos chamados pontos de risco, que são locais que, pela natureza de sua atividade, oferecem mais condições para a proliferação do mosquito como ferros-velhos, borracharias etc.

Ênfase na região Sul – A batalha desencadeada pela Prefeitura contra a dengue se espalhou por toda cidade. Mas a região Sul recebe cuidado especial porque foi lá que foram confirmados a maior parte dos doentes. Desde janeiro, foram registrados 816 casos de dengue naquela parte da cidade. Também foi lá, na área do Campo Belo, que a Vigilância Epidemiológica confirmou os nove casos da forma hemorrágica da doença.

No momento, o que mais preocupa é a Gleba B, que fica ao lado do Parque Oziel, onde foram registrados os últimos quatro casos de dengue, na semana passada. Por isso, as equipes estão dando ênfase às atividades desencadeadas naquela comunidade. Os moradores receberam, gratuitamente, caixas d’água. Foram instaladas telas para impedir o acesso do mosquito.

As limpezas e arrastões são semanais. Também tem sido promovida aplicação de BTI - larvicida biológico - em água que não é destinada ao consumo. As atividades ainda incluem peças de teatro e brincadeiras educativas. Cartilhas e panfletos com dicas sobre como eliminar o mosquito são distribuídas para toda população. Desde janeiro de 2002, Campinas confirmou 1.437 casos de dengue, dos quais 1.233 são de pessoas que contraíram a doença no município ou seja, são casos autóctones.

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