Carminha assume o
lugar de Gastão Wagner, que assume como Diretor Nacional de Saúde
no Ministério do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva
A médica
sanitarista Maria do Carmo Cabral Carpintéro, cidadã
campineira de 49 anos, toma posse nesta segunda-feira, 30 de
dezembro, como Secretária de Saúde de Campinas. Carminha, como
é conhecida, assume no lugar do também médico sanitarista
Gastão Wagner de Sousa Campos, 50 anos. Campos, que integra a
comissão que elabora o programa de saúde do PT desde 1989,
deixa a Prefeitura de Campinas para assumir o cargo de Secretário
Nacional de Saúde a convite do próprio presidente eleito Luís
Inácio Lula da Silva e do futuro Ministro da Saúde, Humberto
Costa.
Carminha
ressalta que a ida de Campos para o Ministério reforça ainda
mais a continuidade do Projeto de Saúde de Campinas, iniciado
em 2001. A atual equipe de Secretaria de Saúde será mantida. O
Projeto de Campinas para a Saúde é referência nacional e já
rendeu, inclusive, prêmios e elogios de autoridades
estrangeiras. Portanto, a idéia é avançar ainda mais na
consolidação do projeto e no fortalecimento do SUS.
"Quero,
nesse momento de mudança, assumir com os trabalhadores da Saúde
e com os usuários do SUS Campinas o compromisso de dar
continuidade ao que vínhamos implementando, sempre ouvindo o máximo
possível, respeitando histórias e experiências de forma
participativa, democrática e de forma plural", diz.
Carminha
enfatiza ainda que espera contar com a ajuda de todos para
mostrar que esta mudança é uma forma de contribuir para o
governo do País. "E que, em Campinas, a mudança se
concretize numa cidade mais saudável e feliz", afirma.
O perfil de
cada um
Gastão Wagner
de Sousa Campos,
50 anos, natural de Catalão, Goiás, é médico pela Faculdade
de Medicina da Universidade de Brasília e sanitarista pela
Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São
Paulo). Professor livre docente da Faculdade de Ciências Médicas
da Unicamp e ex-diretor do Departamento de Medicina Preventiva
da instituição exerce, pela segunda vez, o cargo de Secretário
Municipal de Saúde de Campinas. Na primeira, ficou no cargo de
1989 a 1990.
Tem três
livros publicados sobre saúde pública: Saúde Pública e
Defesa da Vida, Reforma da Reforma – Repensando o SUS e Um Método
para Análise e Co-Gestão de Coletivos. Também publicou os
romances Calidoscópio e Tomar a Terra de Assalto. É casado com
a médica sanitarista Rosana Onocko Campos e tem três filhos.
Gastão é
integrante histórico do PT, partido ao qual se filiou em 1983.
É amigo de Frei Chico, irmão do presidente eleito Luís Inácio
Lula da Silva. Sua atuação política teve início no movimento
estudantil quando cursava medicina. Desde 1989 integra a comissão
que elabora o programa de governo do PT para a área de saúde.
Maria do Carmo
Cabral Carpintéro,
49 anos, natural de Campinas, é médica pela Faculdade Federal
de Medicina de Pernambuco e sanitarista pela Faculdade de Saúde
Pública da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Trabalha na Secretaria de Saúde de Campinas desde 1986, tendo
atuado como pediatra e coordenadora dos Centros de Saúde Dic 3,
Jardim Eulina, Anchieta, Dic 1, Jardim Aurélia e Ipaussurama e,
atualmente, é secretária adjunta de Saúde. Também foi
professora da Faculdade de Medicina Social da Puc-Campinas.
É militante do
PT desde 1988 e integra a Executiva Municipal do partido. Foi
candidata a vereadora por Campinas nas últimas eleições
sendo, hoje, a primeira suplente. É assessora do Movimento
Popular de Saúde desde 1988. Na gestão passada, era
representante dos trabalhadores no Conselho Municipal de Saúde.
Também atuou como monitora dos cursos de participação popular
para conselheiros de saúde. Separada, é mãe de três filhos.
Saiba sobre o
Paidéia
O programa que
promove a saúde da família de Campinas
Em um ano e
meio de funcionamento, o Programa Paidéia, que é o Programa de
Saúde da Família com sotaque campineiro, já colocou em
atividade 130 equipes de Saúde da Família em todas as cinco
regiões da cidade. A meta é implantar 200 até o final de
2004.
O Paidéia
inova em relação ao Programa de Saúde da Família. As equipes
vão de casa em casa para cadastrar as famílias e prestar
assistência à saúde dos cidadãos. Elas são compostas de médicos,
dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes
comunitários de saúde. Estes são moradores da própria
comunidade. As equipes trabalham na promoção à saúde, na
prevenção e no atendimento a doentes e valorizam a educação
em saúde de todas as pessoas da família, com ênfase para
gestantes, crianças e idosos.
As pessoas são
atendidas nos Centros de Saúde e no Pronto-Socorro da sua região.
Alguns casos são atendidos em casa. Somente nos primeiros seis
meses do Paidéia, as equipes realizaram uma média mensal de
2.890 visitas domiciliares.
Melhorando a
infraestrutura
Nestes dois
anos, também foram inaugurados os Centros de Saúde União dos
Bairros e Carvalho de Moura e doze unidades de saúde da família
– Lisa, Rossin, Oziel, Itajaí, Caic Santa Lúcia, Campina
Grande, Fernanda, Satélite Iris, Village, Carlos Gomes, Rosália
e Jardim Nova América.
Além disso, a
Prefeitura colocou em funcionamento o novo Pronto-Socorro São
José, as novas dependências do Centros de Saúde São Quirino
e São Marcos e o Serviço de Ultrassonografia do Centro de Saúde
São José.
Em outubro
passado, foram inauguradas as novas instalações no Complexo
Ouro-Verde. Agora, além do Pronto-Socorro e do Ambulatório,
também estão instalados na área o Laboratório Municipal e o
Centro de Imagens. As obras do Complexo Ouro Verde consumiram
perto R$ 2 milhões de recursos do próprio município. Este foi
o maior investimento em obras da atual Administração e o
projeto foi concluído em 1 ano e meio, considerado tempo
recorde.
A Secretaria de
Saúde ainda assinou convênio com o Ministério da Saúde que
prevê repasse de recursos para construção dos Centros de Saúde
da Vila União e do Parque Oziel. A previsão é de que as obras
estejam concluídas até meados de 2003. Além disso, estão em
andamento, entre reformas e construções, 29 obras. Entre elas,
a do Centro de Saúde Itajaí, Caps (Centro de Apoio
Psicossocial) Integração e Caps Sul, o novo Centro de
Reabilitação Física e os Centros de Saúde Conceição, Valença
e Anchieta.
Também está
previsto, para o começo de 2003, o início das obras dos
Centros de Saúde Joaquim Egídeo, 31 de Março, São Cristóvão,
Aurélia, Dic 1, Jardim Eulina e do pronto-socorro Anchieta.
Todas estas unidades e serviços colocados em ação foram
definidos pela população das respectivas regiões durante as
discussões do Orçamento Participativo (OP).
A Prefeitura
também comprou quatro novas ambulâncias para o Samu (Serviço
de Atendimento Médico de Urgência) e conseguiu a doação de
uma outra. Com as novas aquisições, pela primeira vez,
Campinas tem o número de ambulâncias preconizado pela Organização
Mundial de Saúde.
Ampliando
cuidados
Com a implantação
das equipes do Paidéia e com as demais mudanças já promovidas
pelo Programa, os trabalhadores da saúde passaram a atender a
população de maneira diferente, o que melhorou a capacidade
dos serviços de solucionar os problemas de saúde dos cidadãos.
Os Centros de
Saúde passaram a desenvolver atividades com grupos de pacientes
de maior risco, levando em conta não só a doença, mas os
riscos sócio-culturais. Além disso, iniciaram o cadastramento
dos pacientes acamados e parte deles já é atendida em casa.
Cada unidade,
com a formação dos Núcleos de Saúde Coletiva, passou a
intervir efetivamente e com maior agilidade, na sua área de
abrangência, nos problemas relacionados às pessoas, grupos,
instituições e ao meio ambiente.
As gestantes
passaram a ser captadas para o pré-natal antes do terceiro mês
de gravidez. Antes de 2001, mais de 50% delas só conseguiam ter
acompanhamento depois do quarto mês. A Secretaria de Saúde
ainda passou a desenvolver o pré-natal humanizado e as
gestantes são sensibilizadas quanto ao parto normal, são
informadas sobre as vantagens do leite materno e vão,
inclusive, conhecer a maternidade onde o bebê vai nascer.
O trabalho das
equipes do Paidéia - que é baseado no vínculo e no
desenvolvimento de projetos terapêuticos individuais - e a
proximidade dos agentes de saúde com as pessoas também
melhorou o tratamento das pessoas com tuberculose. Houve uma
melhora na detecção de novos casos e a probabilidade de cura
aumentou.
As mudanças
promovidas pelo Paidéia ainda possibilitaram uma maior
agilidade dos serviços, inclusive das referências, além de
diminuir as filas em todos os Centros de Saúde e acabar com
elas em alguns deles. A procura pelos Prontos-Socorros diminuiu
e a produção da Secretaria de Saúde aumentou.
O implantação
do Paidéia marcou, ainda, a inclusão social e a participação
da população nas tarefas de coordenar, planejar e fiscalizar
as ações da Secretaria de Saúde em Campinas. Os serviços de
saúde passaram a ter Conselhos Locais de Saúde atuantes. E a
Secretaria ainda sanou as dívidas e aumentou a captação de
recursos.
Valorizando o
trabalhador
Desde o início
de 2001, a Secretaria Municipal de Saúde tem colocado em prática
uma política que valoriza seu trabalhador. Até agosto de 2002,
a Secretaria já contratou 1.215 trabalhadores para os diversos
serviços da rede de saúde, sendo 541 para repor demissões, e
500 agentes comunitários de saúde, por meio do Serviço de Saúde
Cândido Ferreira. Além disso, a carga horária de 122 médicos
e 156 outros profissionais foi ampliada de 20 para 36 horas
semanais.
E todos os
trabalhadores da Saúde estão sendo capacitados para atuar de
maneira mais acolhedora e humanizada e com responsabilidade. O
objetivo é promover um atendimento clínico com qualidade, que
respeite as necessidades do usuário.
Para viabilizar
a capacitação, a Secretaria de Saúde reuniu profissionais do
próprio quadro e estabeleceu parceria com a Unicamp. Também
conta com a participação de professores da PUC-Campinas e de
ONGs como o Instituto de Pesquisas Especiais para a Sociedade (IPES)
e o SOS-Mulher, além de profissionais de outras Secretarias da
Prefeitura.
Até meados de
2002, aproximadamente 2.630 trabalhadores entre médicos,
dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogos,
farmacêuticos, nutricionistas e atendentes de consultório dentário
já passaram por cursos. Também estão em capacitação cerca
500 agentes comunitários de saúde.
Dentre os temas
abordados nas capacitações estão a anemia falciforme e a violência
sexual, que em breve passam a ser de notificação compulsória
no município. Também foram abordados assuntos como a redução
de danos, eliminação de pragas nas escolas e prédios públicos,
abordagem da criança em situação de rua, humanização do
atendimento hospitalar e dos serviços de urgência e doenças
transmitidas por alimentos, entre outros temas.
A Secretaria de
Saúde ainda passou a atuar mais efetivamente para formar os
futuros trabalhadores do SUS. Neste sentido, formalizou convênio
com a Unicamp, que agora oferece especialização em Saúde da
Família. Também qualificou a relação com as escolas que
formam profissionais de saúde de nível médio e com as
universidades e, atualmente, os campos de estágios oferecidos
na rede estão normatizados, além de terem sido ampliados.
Somente em 2001, os diversos serviços da Secretaria receberam
2.142 estagiários.
Para valorizar
seus servidores, a Secretaria de Saúde ainda promoveu a extensão
do Incentivo Paidéia a todos os trabalhadores da rede básica,
criou o Fórum de Representantes dos Trabalhadores e lançou, em
parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, o Projeto Saúde,
Educação e Arte.
Conheça a
Secretaria de Saúde de Campinas
A Secretaria
Municipal de Saúde é gestora plena do Sistema Único de Saúde
(SUS) Campinas. O orçamento inicial de 2002 para a Secretaria
era de R$218.588.697, sendo R$ 131.330.697 de recursos do próprio
município e R$ 87.258.000 do Ministério da Saúde.
Possui uma rede
própria composta por:
- Hospital
Municipal dr. Mário Gatti
- 5 Distritos
de Saúde
- 46 Centros de
Saúde
- 12 Módulos
de Saúde da Família
- 3
Pronto-Atendimentos
- 1 Samu (Serviço
de Atendimento Médico de Urgência e Emergência)
- 3 Policlínicas
(Policlínica II, Policlínica III e Ambulatório Ouro Verde)
- 13
Equipamentos de Saúde Mental
- 3 Centros de
Referência: Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CRST),
Centro de Reabilitação Física, Centro de Orientação e Apoio
Sorológico (Coas/CTA)
- 1 Centro de
Controle de Zoonoses
- 1 Centro de
Lactação - Banco de Leite Humano Municipal de Campinas
- 1 Laboratório
de Patologia Clínica
- 1 Ambulatório
no Ceasa
- 1 Ambulatório
Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids
- 5 Visas
(Vigilâncias em Saúde)
Tem convênio
com:
- Hospital
Celso Pierro, da PUC-Campinas
- Maternidade
de Campinas
- Serviço de
Saúde Dr. Cândido Ferreira
- Irmandade de
Misericórdia – Santa Casa de Campinas
- Fundação
Albert Sabin
- Sociedade
Portuguesa de Beneficência de Campinas
- Associação
de Pais e Amigos do Excepcional APAE
- Fundação Síndrome
de Down
- Centro Dr. A.
C. Corsini
- Associação
Esperança e Vida
Assiste a 600
mil cidadãos, que são totalmente dependentes do SUS
A rede própria
e conveniada realiza, por mês, uma média de:
117 mil
consultas médicas, sendo:
73.500 na rede
básica
15.000
consultas especializadas
28.500
consultas de urgência
2.890 visitas
domiciliares
1.200
atendimentos em grupo
6.400
atendimentos em saúde mental
Na área de Saúde
Bucal:
12.700
consultas odontológicas, sendo:
18.900
procedimentos básicos
1.080
procedimentos especializados
1.093 RX de
odontologia
107.950
procedimentos coletivos
480
atendimentos em grupo
E ainda
realiza, em média, por mês:
115.000 exames
no Laboratório de Patologia Clínica
5.891 exames de
radiologia médica
6.713 outros
exames especializados, dentre eles ultrassom e endoscopia,
eletrocardiograma e colposcopia
6.310 exames de
detecção de câncer do colo do útero
1.700
mamografias
Possui um Serviço
de Atendimento Médico de Urgência que realiza:
5 mil resgates
por mês
E faz o
transporte de 1.800 pacientes crônicos
A Coordenadoria
de Vigilância e Saúde Ambiental notificou:
25.988 casos
suspeitos de doenças de notificação compulsória desde o início
de 2001, sendo 12.631 em 2001 e 13.357 somente nos primeiros
sete meses de 2002. No caso da dengue, foram notificados 4.875
suspeitos, em 2001, e 10.001 suspeitos apenas nos primeiros sete
meses de 2002.