Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas confirmou nesta terça-feira, 9 de
dezembro, que a menina Y.M.S, de dois anos, morreu em conseqüência
da varicela (catapora). O óbito ocorreu em 13 de novembro no
Hospital Municipal Mário Gatti, uma hora e meia após a criança
ter chegado ao pronto-socorro (PS) infantil. A criança morava
em Hortolândia. O último registro de morte por catapora em
morador de Campinas ocorreu em 1.997. Em morador de Hortolândia,
a última ocorrência foi em 2.002.
Os exames que
confirmam a causa da morte de Y. foram concluídos nesta terça-feira
e apontam que a criança desenvolveu infecção generalizada.
"Este é um risco esperado, embora seja muito raro",
disse a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Secretaria de
Saúde de Campinas.
Segundo
Brigina, dentre as complicações esperadas para a doença
constam a encefalite e a pneumonia, além de infecções
secundárias, que foi o que ocorreu com Y. "Para evitar
lesões que propiciam infecção por bactérias, é
fundamental manter cuidados adequados de higiene como as unhas
das mãos das crianças doentes bem aparadas. O banho diário
também não pode faltar", disse.
Segundo a
enfermeira, em Campinas, as ações de controle e vigilância
epidemiológica para a catapora estão sendo realizadas de
forma criteriosa e correta. A orientação dos profissionais
da Secretaria de Saúde, conforme normas do Ministério da Saúde
e da Organização Mundial de Saúde, é que as crianças com
suspeita de varicela sejam levadas aos Centros de Saúde e,
confirmado o diagnóstico, afastadas da creche ou escola até
o sétimo dia após o aparecimento das lesões ou até que
todas as crostas tenham caído. "Também é fundamental
que as equipes de saúde informem os surtos à Vigilância
Epidemiológica", afirmou Brigina.
Incidência.
Neste ano, Campinas notificou 572 casos de catapora, com maior
incidência desde agosto. Os registros referem-se a 67 surtos
ocorridos em escolas da Prefeitura e outras instituições
municipais, sendo que a última notificação foi informada à
Vigilância Epidemiológica Municipal em 19 de novembro.
De janeiro a
outubro, em todo Estado, foram registrados pelo menos 24 mil
casos e 22 óbitos. O número de mortes está bem abaixo da média
de 38 registrada em anos anteriores e muito aquém do pico de
67 mortes ocorrido em 99. Desde outubro, segundo informou
ontem a Secretaria Municipal de Saúde, o número de notificações
vem diminuindo.
De acordo com
a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da
Secretaria de Saúde de Campinas, a redução demonstra um
controle epidemiológico da catapora em Campinas e no Estado.
"O resultado se deve à adoção das medidas de prevenção
recomendadas e, este ano, implementadas com a vacinação de
bloqueio em creches", afirmou a enfermeira sanitarista.
Carmo
Ferreira informou que a catapora é uma doença contagiosa,
causada pelo vírus varicela-zoster, que atinge
principalmente menores de 15 anos. A maior parte dos surtos em
creches e escolas ocorre entre o final do inverno e início da
primavera. A principal forma de manifestação da doença,
segundo explicou a enfermeira, é o surgimento de pequenas
bolhas pelo corpo, que evoluem para crostas e cicatrizam em
aproximadamente cinco dias. A pessoa doente também pode
apresentar febre e indisposição.
"Na
maioria dos casos, a varicela é uma doença considerada
benigna, que se cura sozinha e não apresenta complicações.
No entanto, pacientes com desnutrição ou quadro de baixa
imunidade tendem a apresentar formas mais graves",
explicou a enfermeira sanitarista.
Nos Estado
Unidos, anualmente, a catapora acomete, em média, cerca de
quatro milhões de pessoas, levando aproximadamente 100 à
morte.