A
Secretaria de Saúde, por intermédio da Coordenadoria da
Saúde da Mulher, realizou na terça-feira, 6 de
dezembro, das 9h às 12h, no Sindicato dos Frentistas de
Campinas, o 1º Seminário de Gravidez na Adolescência.
Além de
apresentar dados atualizados sobre o tema, o evento também
foi palco para discussão de formas de enfrentamento
do problema. O seminário aconteceu dentro da programação
da campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência
contra as mulheres", organizado pela Coordenadoria da
Mulher, órgão ligado à Secretaria Municipal de
Cidadania, Trabalho, Assistência e Inclusão Social da
Prefeitura.
Segundo o
coordenador da Saúde da Mulher, Fernando Brandão,
Campinas registrou progressos no combate à gravidez entre
adolescentes nos últimos anos, "mas ainda é preciso
avançar mais".
Em 1998,
dos 16.075 nascidos vivos,18,52% (3.084 crianças) eram
filhos de adolescentes. No ano passado, o índice caiu
para 14,58%, ou seja, 2.032 dos 13.931 bebês nascidos com
vida no período.
Na opinião
de Brandão, os fatores que contribuíram para a queda são a
melhoria do nível sócio-econômico da população; maior
acesso aos métodos anticoncepcionais na rede de saúde pública
e orientação sexual nas escolas, entre outros.
No
Brasil, a taxa de gravidez na adolescência mantém-se
estabilizada na faixa dos 23%. Nos Estados Unidos, o índice
é parecido ao de Campinas, com 14% de bebês nascidos
filhos de adolescentes.
Segundo
Brandão, as secretarias de Saúde e Educação, além das
coordenadorias da Mulher e da Juventude, estão discutindo
outras formas de atingir o público adolescente para
reduzir ainda mais os índices.
De acordo
com o coordenador, estudos mostram que 20% das meninas que
já engravidaram voltarão a ter outro filho ainda na
adolescência. "Para muitos meninos e meninas das classes sociais mais
desfavorecidas, o único jeito de se emancipar socialmente
é através da gravidez", afirma o
coordenador.
A
Secretaria de Saúde participou do seminário a convite da
Coordenadoria da Mulher, que tem várias atividades
programadas para a campanha "16 dias de ativismo pelo
fim da violência contra as mulheres". O seminário foi
voltado para profissionais das áreas da Saúde e da Educação
e para o público em geral.
Cláudia
Xavier - jornalista do Decom - especial para o Portal da
Saúde