A
Secretaria de Saúde de Campinas inicia na próxima
segunda-feira, dia 12 de dezembro, mais um
levantamento sobre a infestação do mosquito Aedes
aegypti - que transmite o vírus da dengue - no
município. Chamado tecnicamente de pesquisa de Índice
de Breteau, o levantamento identifica a proporção e
tipo de criadouros com larvas encontrados a cada 100
residências. Entre uma e 3,9 casas com criadouros com
larvas, a situação é de alerta. O ponto crítico se
dá a partir de quatro casas em cada 100. Esta é a
sexta e última pesquisa de 2005.
Os
trabalhos são realizados por técnicos e agentes
comunitários de saúde nas cinco regiões da cidade,
simultaneamente, em quarteirões previamente
sorteados. O resultado, que deve ser divulgado no máximo
em três semanas, permite identificar rapidamente
bairros e áreas de maior risco e é tomado como base
pelos gestores da Saúde para direcionar medidas de
controle da doença como mutirão de limpeza,
incremento do trabalho de campo, educação, comunicação
e mobilização da comunidade, entre outras medidas.
"Esse
sexto inquérito é especialmente importante porque,
como já estamos na época de calor e chuvas, mostra
um retrato de como anda a infestação pelo Aedes
em todas as regiões de Campinas", diz o médico
sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Vigilância
em Saúde da Prefeitura de Campinas.
Segundo
André, a partir da amostragem do Breteau, a
Secretaria de Saúde, com o apoio da população, pode
se mobilizar e combater o mosquito antes do período
de maior possibilidade de transmissão, que ocorre com
a chegada do verão e do período de férias. "O Aedes
exige um trabalho não só do setor de saúde. A
Prefeitura precisa atuar de maneira integrada e a
sociedade tem que ser mobilizada para que tome consciência
do risco e faça sua parte nos trabalhos", afirma
o sanitarista.
André
observa ainda que, para o próximo período –
2006/2007 -, a Vigilância em Saúde da Prefeitura está
alerta para a possibilidade de um aumento de casos da
doença. "O aumento da ocorrência de dengue em
regiões localizadas verificadas em 2005 em Campinas e
em outras cidades do País aponta para o risco de
novos surtos epidêmicos. Por isso, a Secretaria de Saúde
está se organizando para um trabalho mais intenso e
ainda mais organizado, inclusive com um plano de
contingência mais elaborado que contempla também
outras doenças cuja transmissão tem direta relação
com o meio ambiente", afirma.
Dados.
Em 2005, foram notificados 115 casos de dengue em
Campinas, sendo 94 autóctones – quando a pessoa é
infectada onde mora – de acordo com dados da Vigilância
em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde. O município
registra transmissão do vírus da dengue há nove
anos consecutivos, com picos epidêmicos em 1998,
2001, 2002 e 2003, sendo que o maior número de casos
– 1,4 mil casos - foi registrado em 2002. Em 2003,
houve 450 confirmações e, no ano passado, 24.
Os
exames laboratoriais mostram, no município, a circulação
do vírus da dengue dos tipos 1, 2 e 3 nestes anos de
epidemia, sendo que em 2000 houve um óbito de dengue
hemorrágico, na epidemia de 2002 ocorreram 9 casos de
dengue hemorrágico, sem óbitos, e, em 2003, três
casos de dengue hemorrágico, um deles importado.
Os
sintomas principais da dengue são febre, dor de cabeça
e mal-estar geral. A pessoa com a doença também pode
apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na pele.
Ao manifestar algum destes sinais, o cidadão deve
procurar o Centro de Saúde rapidamente.
Denize
Assis