A
Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância
em Saúde (Visa) e do Programa Municipal de Doenças
Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids),
promoveu nesta terça-feira, 12 de dezembro, a sétima
e última etapa da capacitação dos agentes comunitários
de saúde (ACS) em tuberculose.
O
objetivo foi fortalecer a rede de diagnóstico,
tratamento e vigilância epidemiológica da doença e
a integração das informações com o Programa
Municipal de HIV/Aids, possibilitando um efetivo
controle da doença no município. No total, desde
setembro, foram capacitados 560 agentes que atuam na
rede pública municipal de saúde. A etapa desta terça-feira
aconteceu das 8h às 17h, no Hotel Nacional In.
"Nossa
expectativa era de sensibilizar
e capacitar estes profissionais, mais uma vez reforçando
a integração do controle da doença com a atenção
básica, para garantir a efetiva ampliação do acesso
ao diagnóstico e tratamento. A avaliação desta
iniciativa nós teremos no ano de 2006, quando
poderemos verificar o impacto deste treinamento através
do monitoramento dos indicadores do programa municipal
de controle da tuberculose", diz a enfermeira
sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em
Saúde de Campinas.
Segundo
Carmo Ferreira, a capacitação abordou sinais e
sintomas da tuberculose, tratamento, vínculo e outros
cuidados com o doente, estratégia do tratamento
supervisionado (Dots), importância da integração de
todos os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e
do papel do agente de saúde no controle da doença,
necessidade de rede de ajuda inclusive com ação
integrada envolvendo Organizações Não
Governamentais (ONGs) e parcerias com organismos de
combate à tuberculose, situação no mundo e em
Campinas, avanços obtidos e diretrizes dos programas
de controle da doença.
A
sanitarista informa que o controle da tuberculose é
uma das prioridades da Secretaria de Saúde de
Campinas, que atua em sintonia com os Programas
Nacional e Estadual de Controle da Tuberculose.
Dados.
Assim como no restante do Brasil, a tuberculose ainda
é motivo de preocupação para as autoridades sanitárias
campineiras. Em 2004, foram registrados no município
272 casos novos da doença e 9 pessoas morreram, de
acordo com dados preliminares da Secretaria de Saúde.
O sucesso do tratamento ficou em torno de 65% e a taxa
de abandono foi de 8,8%, isto considerando apenas os
casos novos. A maior população atingida é na faixa
etária de 20 a 49 anos, com 71% dos casos, e a maior
prevalência é no sexo masculino, com 66% das ocorrências.
Do total de pacientes em tratamento em 2004 – 348 -,
14% eram co-infectados por tuberculose/HIV.
Doença
tem cura.
A tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis,
é transmitida pela tosse ou espirro de um doente. Tem
como sintomas mais comuns febre, tosse, cansaço e
perda de apetite. Mais de 90% dos casos são
pulmonares, mas a doença pode atingir outras partes
do corpo, como a pele, os rins, as meninges.
Para
controlar a doença o diagnóstico precoce é a medida
mais recomendada. Todas as pessoas que apresentam
tosse com catarro há mais de três semanas devem
procurar uma unidade do SUS para realizar o exame do
escarro para tuberculose. Os centros de saúde ligados
ao SUS oferecem gratuitamente os remédios usados no
combate à tuberculose.
Por
meio do Dots, os doentes recebem, além da medicação
completa, o acompanhamento da equipe de saúde. A dose
deve ser usada durante o período indicado pelo serviço
de saúde, sem interrupção. Nos primeiros dias, o
paciente já observa melhora. O problema é que muitos
acham que foram curados e abandonam o uso da medicação.
"Por
isso, entre as metas traçadas pela Secretaria
Municipal de Saúde para o controle da tuberculose
constam fazer busca ativa de casos, ampliar o
tratamento supervisionado, diminuir o abandono e
melhorar a taxa de cura. A capacitação dos agentes
acontece nesta diretriz", diz Carmo Ferreira.
Denize
Assis