Saúde promove sétima e última etapa de capacitação em tuberculose para agentes comunitários

13/12/2005

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) e do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), promoveu nesta terça-feira, 12 de dezembro, a sétima e última etapa da capacitação dos agentes comunitários de saúde (ACS) em tuberculose.

O objetivo foi fortalecer a rede de diagnóstico, tratamento e vigilância epidemiológica da doença e a integração das informações com o Programa Municipal de HIV/Aids, possibilitando um efetivo controle da doença no município. No total, desde setembro, foram capacitados 560 agentes que atuam na rede pública municipal de saúde. A etapa desta terça-feira aconteceu das 8h às 17h, no Hotel Nacional In.

"Nossa expectativa era de sensibilizar e capacitar estes profissionais, mais uma vez reforçando a integração do controle da doença com a atenção básica, para garantir a efetiva ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento. A avaliação desta iniciativa nós teremos no ano de 2006, quando poderemos verificar o impacto deste treinamento através do monitoramento dos indicadores do programa municipal de controle da tuberculose", diz a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas.

Segundo Carmo Ferreira, a capacitação abordou sinais e sintomas da tuberculose, tratamento, vínculo e outros cuidados com o doente, estratégia do tratamento supervisionado (Dots), importância da integração de todos os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e do papel do agente de saúde no controle da doença, necessidade de rede de ajuda inclusive com ação integrada envolvendo Organizações Não Governamentais (ONGs) e parcerias com organismos de combate à tuberculose, situação no mundo e em Campinas, avanços obtidos e diretrizes dos programas de controle da doença.

A sanitarista informa que o controle da tuberculose é uma das prioridades da Secretaria de Saúde de Campinas, que atua em sintonia com os Programas Nacional e Estadual de Controle da Tuberculose.

Dados. Assim como no restante do Brasil, a tuberculose ainda é motivo de preocupação para as autoridades sanitárias campineiras. Em 2004, foram registrados no município 272 casos novos da doença e 9 pessoas morreram, de acordo com dados preliminares da Secretaria de Saúde. O sucesso do tratamento ficou em torno de 65% e a taxa de abandono foi de 8,8%, isto considerando apenas os casos novos. A maior população atingida é na faixa etária de 20 a 49 anos, com 71% dos casos, e a maior prevalência é no sexo masculino, com 66% das ocorrências. Do total de pacientes em tratamento em 2004 – 348 -, 14% eram co-infectados por tuberculose/HIV.

Doença tem cura. A tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é transmitida pela tosse ou espirro de um doente. Tem como sintomas mais comuns febre, tosse, cansaço e perda de apetite. Mais de 90% dos casos são pulmonares, mas a doença pode atingir outras partes do corpo, como a pele, os rins, as meninges.

Para controlar a doença o diagnóstico precoce é a medida mais recomendada. Todas as pessoas que apresentam tosse com catarro há mais de três semanas devem procurar uma unidade do SUS para realizar o exame do escarro para tuberculose. Os centros de saúde ligados ao SUS oferecem gratuitamente os remédios usados no combate à tuberculose.

Por meio do Dots, os doentes recebem, além da medicação completa, o acompanhamento da equipe de saúde. A dose deve ser usada durante o período indicado pelo serviço de saúde, sem interrupção. Nos primeiros dias, o paciente já observa melhora. O problema é que muitos acham que foram curados e abandonam o uso da medicação.

"Por isso, entre as metas traçadas pela Secretaria Municipal de Saúde para o controle da tuberculose constam fazer busca ativa de casos, ampliar o tratamento supervisionado, diminuir o abandono e melhorar a taxa de cura. A capacitação dos agentes acontece nesta diretriz", diz Carmo Ferreira.

Denize Assis

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