A Prefeitura de
Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde,
iniciou nesta segunda-feira, dia 4 de dezembro, a
distribuição de suplementos de ferro para crianças,
gestantes e mulheres até o 3o mês pós-parto. Essa
estratégia faz parte do Programa Nacional de
Suplementação de Ferro do Ministério da Saúde. O
objetivo é prevenir e controlar a anemia ferropriva
- carência de ferro no sangue - que, no Brasil, de
acordo com estudos recentes,
atinge
cerca de 50% das crianças menores de 5 anos e até
40% das gestantes.
Inicialmente, dez
centros de saúde já começam a entregar os
suplementos para a população. As unidades foram
escolhidas com base na vulnerabilidade, a partir da
identificação da população com perfil para o
programa. Trata-se dos centros de saúde Conceição e
Sousas, na região leste; São Marcos, Santa Mônica e
Cássio Raposo do Amaral, na região norte; Florence e
Perseu, na noroeste; Dic I, na sudoeste; São
Domingos e Orosimbo Maia, região sul. O programa
será ampliado para o restante do município no
primeiro semestre de 2007, a partir do aumento do
repasse dos suplementos.
Os suplementos são adquiridos pelo Ministério da
Saúde e repassados a Campinas, que fará a
distribuição de acordo com a sua rotina de
fornecimento. A cada três meses, as crianças de 6 a
18 meses receberão um frasco de xarope de sulfato
ferroso com sabor de laranja, que deverá ser tomado
uma vez por semana. Para as gestantes, serão
fornecidas cartelas de comprimidos de sulfato
ferroso e ácido fólico e para as mulheres até o 3º
mês pós-parto apenas os de sulfato ferroso. Esses
comprimidos, em ambos os casos, devem ser consumidos
diariamente.
Além da
suplementação, Campinas recebeu material informativo
e de divulgação do programa, que foi repassado para
as unidades e também será entregue para as mamães,
gestantes e mulheres no pós-parto.
“Toda criança de 6 a
18 meses que comparecer para as consultas de rotina
vai ser incluída no programa e receber o primeiro
frasco do sulfato ferroso, juntamente com as
orientações e data de retorno para receber novo
frasco. Gestantes, mulheres no pós-parto e mulheres
no pós-aborto também vão ser incluídas no programa,
de acordo com os critérios estabelecidos pelo
Programa Nacional”, informa a médica pediatra Maria
Fernanda Haddad, coordenadora do Programa Municipal
de Saúde da Criança e do Adolescente de Campinas.
Segundo Fernanda, a
adesão ao programa deverá ser incentivada nas
consultas médicas e de enfermagem. Além disso, ações
educativas, oficinas de alimentação e grupos
temáticos sobre o assunto deverão fazer parte das
atividades para os usuários dos centros de saúde.
A coordenadora afirma
que o uso de medicamentos com ferro é uma medida
importante para diminuir a deficiência de ferro, mas
não é suficiente. “A alimentação é fundamental para
os bons resultados. E a melhor alimentação é aquela
que tem um pouco de tudo, ou seja: quanto mais
variada, melhor”, diz.
Com a
implementação do Programa Nacional de Suplementação
de Ferro, juntamente com a fortificação das farinhas
de trigo e de milho com ferro e ácido fólico – já
implementada pelo Ministério da Saúde em todo Brasil
- e as ações de orientação alimentar e nutricional,
Campinas cumpre as três estratégias de prevenção à
anemia ferropriva recomendadas pela Organização
Mundial da Saúde (OMS).
Anemia Ferropriva.
Caracterizada como a falta de ferro no organismo, a
anemia ferropriva é considerada a principal causa de
mortalidade materna e de baixo peso ao nascer entre
os brasileiros. É reconhecida também como fator
responsável por atraso no desenvolvimento mental de
crianças e fadiga em adultos.
Embora a anemia ferropriva esteja associada a
crianças com menor acesso à alimentação equilibrada
e rica em ferro, ela atinge crianças de todas as
classes sociais devido à vulnerabilidade biológica
própria da faixa etária. Durante o período de maior
risco - entre 6 e 15 meses de vida - é fundamental o
consumo de sulfato ferroso.
Denize
Assis