A
Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria
Municipal de Saúde, iniciou esta semana mais um
levantamento – o sexto de 2006 - sobre a infestação
do mosquito Aedes aegypti, que transmite o
vírus da dengue. Chamado tecnicamente de pesquisa de
Índice de Breteau, o levantamento apresenta uma
‘radiografia’ do município que permite a
identificação dos locais onde estão concentrados os
criadouros do mosquito e o tipo de criadouro
predominante.
O
resultado, que deve ser divulgado em dez dias, é
utilizado como um dos indicadores pelas equipes da
Saúde para direcionar medidas de controle da doença
para áreas de maior risco. São medidas como mutirão
de limpeza, incremento do trabalho de campo, ações
de educação em saúde, comunicação e mobilização da
comunidade, entre outras medidas.
“A
partir do resultado do Breteau, além da ocorrência
de casos suspeitos e confirmados, pode-se concentrar
os esforços de combate ao mosquito nos locais
corretos. Se o criadouro predominante for o lixo, a
prefeitura local pode implementar um mutirão de
limpeza, por exemplo. Isso mobilizando também a
sociedade, uma vez que ações como tampar caixas
d'água, eliminar pneus velhos ou colocar areia no
prato do vaso de planta contribuem em muito para
combater a dengue”, diz o secretário municipal de
Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.
Segundo Francisco Saraiva, a pesquisa do Índice de
Breteau integra o Programa Municipal de Controle da
Dengue, que incorpora estratégias desenvolvidas pela
própria Secretaria de Saúde e ações intersetoriais e
é desenvolvido ininterruptamente, além de estar em
constante aperfeiçoamento com o objetivo de
minimizar a ocorrência de epidemias.
A enfermeira
sanitarista Salma Rodrigues Balista, diretora da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa),
afirma que esse sexto Breteau é especialmente
importante porque, como já começou a época de calor
e chuvas, mostra um retrato de como anda a
infestação pelo Aedes em todas as regiões de
Campinas.
“A partir desse
levantamento, podemos concentrar os esforços de
combate ao mosquito nos locais de risco antes do
período de maior possibilidade de transmissão, que
ocorre com a chegada do verão e do período de
férias”, diz.
Salma afirma que além
da Prefeitura, que pode fazer a limpeza urbana e
mobilizar equipes de saúde, a participação da
população no combate à dengue é muito importante.
Segundo a sanitarista, a responsabilidade é de todo
mundo: é da prefeitura, do governo de Estado, do
Ministério da Saúde e a colaboração da população é
fundamental.
“Por melhor que seja
o trabalho realizado pelo poder público, as ações
não serão eficazes sem a colaboração da comunidade.
E esta colaboração significa facilitar o acesso das
equipes às suas casas, acompanhar o trabalho,
esclarecer dúvidas, verificar os pontos de risco
dentro do seu domicílio e, principalmente, eliminar
os criadouros no dia-a-dia”, afirma.
De acordo com
técnicos da Covisa, as medidas para evitar os focos
de mosquito não são complicadas. Não precisa de
tecnologia. O controle mecânico é muito eficaz. É
retirar os pratos dos vasos de planta, verificar se
a caixa d'água está bem tampada, se a calha está
desobstruída, dispor corretamente garrafas, destinar
de forma adequada os pneus, enfim eliminar e
inviabilizar todo recipiente e local que possa
acumular água porque é na água parada que o mosquito
da dengue se prolifera.
Saiba mais.
Existem duas
formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A
dengue clássica apresenta-se geralmente com febre,
dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás
dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas
raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais
severa da doença, pois além dos sintomas citados, é
possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque
e conseqüências como a morte.
Campinas notificou
este ano 753 casos de dengue. Entre os casos
notificados, um refere-se a uma pessoa que morreu
por dengue clássica.
Denize Assis