Saúde inicia novo levantamento para localizar focos de dengue

06/12/2006

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, iniciou esta semana mais um levantamento – o sexto de 2006 - sobre a infestação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue. Chamado tecnicamente de pesquisa de Índice de Breteau, o levantamento apresenta uma ‘radiografia’ do município que permite a identificação dos locais onde estão concentrados os criadouros do mosquito e o tipo de criadouro predominante.

O resultado, que deve ser divulgado em dez dias, é utilizado como um dos indicadores pelas equipes da Saúde para direcionar medidas de controle da doença para áreas de maior risco. São medidas como mutirão de limpeza, incremento do trabalho de campo, ações de educação em saúde, comunicação e mobilização da comunidade, entre outras medidas.

“A partir do resultado do Breteau, além da ocorrência de casos suspeitos e confirmados, pode-se concentrar os esforços de combate ao mosquito nos locais corretos. Se o criadouro predominante for o lixo, a prefeitura local pode implementar um mutirão de limpeza, por exemplo. Isso mobilizando também a sociedade, uma vez que ações como tampar caixas d'água, eliminar pneus velhos ou colocar areia no prato do vaso de planta contribuem em muito para combater a dengue”, diz o secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.

Segundo Francisco Saraiva, a pesquisa do Índice de Breteau integra o Programa Municipal de Controle da Dengue, que incorpora estratégias desenvolvidas pela própria Secretaria de Saúde e ações intersetoriais e é desenvolvido ininterruptamente, além de estar em constante aperfeiçoamento com o objetivo de minimizar a ocorrência de epidemias.

A enfermeira sanitarista Salma Rodrigues Balista, diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), afirma que esse sexto Breteau é especialmente importante porque, como já começou a época de calor e chuvas, mostra um retrato de como anda a infestação pelo Aedes em todas as regiões de Campinas.

“A partir desse levantamento, podemos concentrar os esforços de combate ao mosquito nos locais de risco antes do período de maior possibilidade de transmissão, que ocorre com a chegada do verão e do período de férias”, diz.

Salma afirma que além da Prefeitura, que pode fazer a limpeza urbana e mobilizar equipes de saúde, a participação da população no combate à dengue é muito importante. Segundo a sanitarista, a responsabilidade é de todo mundo: é da prefeitura, do governo de Estado, do Ministério da Saúde e a colaboração da população é fundamental.

“Por melhor que seja o trabalho realizado pelo poder público, as ações não serão eficazes sem a colaboração da comunidade. E esta colaboração significa facilitar o acesso das equipes às suas casas, acompanhar o trabalho, esclarecer dúvidas, verificar os pontos de risco dentro do seu domicílio e, principalmente, eliminar os criadouros no dia-a-dia”, afirma.

De acordo com técnicos da Covisa, as medidas para evitar os focos de mosquito não são complicadas. Não precisa de tecnologia. O controle mecânico é muito eficaz. É retirar os pratos dos vasos de planta, verificar se a caixa d'água está bem tampada, se a calha está desobstruída, dispor corretamente garrafas, destinar de forma adequada os pneus, enfim eliminar e inviabilizar todo recipiente e local que possa acumular água porque é na água parada que o mosquito da dengue se prolifera.

Saiba mais.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

Campinas notificou este ano 753 casos de dengue. Entre os casos notificados, um refere-se a uma pessoa que morreu por dengue clássica.

Denize Assis

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