Campinas reforça necessidade da vacinação de viajantes contra o sarampo

07/12/2006

A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nesta sexta-feira, 7 de dezembro, para todos os serviços e profissionais de rede de saúde do município, informe técnico sobre sarampo em que atualiza a situação do surto da doença na Bahia e reforça a necessidade da vacinação para os viajantes que se encaminhem para as regiões do surto.

Outra recomendação é para que as equipes das Vigilâncias em Saúde intensifiquem as ações de vigilância epidemiológica, com a notificação imediata de todas as ocorrências suspeitas e a manutenção de alta cobertura vacinal.

O informe é uma recomendação do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão da Secretaria de Estado da Saúde, e da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, que solicitaram ampla divulgação em todos os municípios brasileiros.

O surto na Bahia foi notificado ao Ministério no dia 16 de novembro. Até o momento, foram confirmados laboratorialmente 10 casos no município de João Dourado, próximo à região da Chapada Diamantina. Há seis anos não havia registro de casos autóctones de sarampo no Brasil.

“Depois de vários anos sem registro de casos autóctones, ou seja adquiridos aqui mesmo no Brasil, temos a notificação de 10 casos de sarampo no interior da Bahia. Como as investigações ainda não concluíram sobre o caso índice – as investigações podem indicar uma circulação restrita naquela região ou que o vírus está circulando de forma mais extensa no país - e pra evitar a reintrodução do vírus aqui recomendamos para todos que se desloquem para a região do surto - adultos e adolescentes nascidos depois de 1960, sem comprovação de nenhuma dose -  que recebam pelo menos uma dose da vacina tríplice viral 15 dias antes de viajar. Esta vacina não é recomendada a gestantes”, afirma a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Campinas.

A vacina tríplice viral (SCR) que protege contra o sarampo, protege também contra a rubéola e a caxumba. A dose está disponível em todos os centros de saúde de Campinas e é gratuita.

A sanitarista afirma que a detecção deste surto reforça que a entrada do vírus do sarampo em nosso país é ameaça constante. Brigina orienta que o informe técnico seja amplamente divulgado pelas equipes de saúde em reuniões, visitas e em todas as possibilidades de encontro com os profissionais da rede pública e, especialmente, da rede privada de saúde.

O sarampo é uma doença viral aguda, que se espalha facilmente e acomete pessoas de qualquer idade. É a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com uma taxa de mortalidade importante – milhares de crianças morrem todos os anos em conseqüência do sarampo.

A Secretaria de Saúde de Campinas informa que o viajante deve ficar atento se apresentar febre, manchas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de tosse, coriza ou conjuntivite, até 30 dias após regresso da região de risco – Bahia – porque estes podem ser sintomas do sarampo. “Se apresentar estes sinais, a pessoa precisa procurar imediatamente um serviço de saúde e evitar circular em locais públicos”, informa Brigina.

Todo caso suspeito de sarampo deve ser notificado imediatamente à Secretaria Municipal de Saúde, 24 horas, no telefone: (19) 8137-8578. Para informações adicionais consulte os sites: www.saude.gov.br/svs ou www.cve.saude.sp.gov.br ou www.campinas.sp.gov.br/saude

Saiba sobre a vacina.

Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo – tríplice viral - está disponível na rede pública de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida e depois entre cinco e seis anos de idade. A vacinação é uma das estratégias adotadas pela Organização Mundial de Saúde para a erradicação da doença. Em Campinas, a cobertura vacinal contra o sarampo – tríplice viral - é em torno de 100%. O último caso autóctone da doença na cidade foi notificado em 1.999. Em 1997, o Brasil teve uma epidemia de sarampo com mais de 53 mil casos e 61 mortes. O País não registrava transmissão autóctone da doença desde o ano de 2000.

Denize Assis

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