Campinas reforça alerta contra o sarampo

27/12/2006

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), divulgou na última sexta-feira, 22 de dezembro, informe técnico onde alerta novamente serviços e profissionais da rede de saúde do município sobre a necessidade de intensificação das ações de vigilância e controle do sarampo, com a notificação imediata de todas as ocorrências suspeitas e a manutenção de alta cobertura vacinal inclusive com busca de crianças com doses em atraso.

O informe, divulgado sob orientação do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde e da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, também atualiza a situação do surto de sarampo em João Dourado, próximo à região da Chapada Diamantina, na Bahia (455 km de Salvador).

Além disso, reforça a necessidade da vacinação de viajantes para a Bahia e dos caminhoneiros nos armazéns alfandegários. A vacina é recomendada para adultos nascidos depois de 1960, sem comprovação de nenhuma dose. Esta vacina não é recomendada para gestantes.

O surto na Bahia foi notificado ao Ministério no dia 16 de novembro. Até o momento, foram confirmados laboratorialmente 14 casos entre os 33 notificados como suspeitos. A fonte de infecção ainda é desconhecida. Todos os casos confirmados não eram vacinados e referem-se a pessoas de ambos os sexos, com idade entre 9 meses e 37 anos. Há seis anos não havia registro de casos autóctones (contraídos aqui mesmo) de sarampo no Brasil.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Campinas, informa que a vacina tríplice viral SCR (contra sarampo, caxumba e rubéola) é a medida de prevenção mais eficaz contra o sarampo. No calendário de vacinação de rotina, a primeira dose deve ser administrada a toda criança de um ano de idade e uma segunda dose àquelas de cinco a seis anos de idade.

A sanitarista afirma que a detecção deste surto reforça que a entrada do vírus do sarampo em nosso país é ameaça constante. "O registro deste surto demonstra que ainda somos vulneráveis à ocorrência desta doença. O município de Campinas, com toda sua rede de saúde de serviços públicos e privados, tem muita condição para evitar uma situação semelhante a que está ocorrendo naquela localidade da Bahia. Sendo assim, é importante que todos os serviços de saúde, sejam eles consultórios, ambulatórios, prontos-socorros, hospitais, centros de saúde, estejam muito atentos para os casos suspeitos e promovam a notificação imediata (para medidas rápidas de controle) e orientem sua clientela ou pacientes para que estejam vacinados, de acordo com as recomendações", diz.

Brigina orienta que o informe técnico seja amplamente divulgado pelas equipes de saúde em reuniões, visitas e em todas as possibilidades de encontro com os profissionais da rede pública e, especialmente, da rede privada de saúde.

Saiba sobre o sarampo.

O sarampo é uma doença viral aguda, que se espalha facilmente e acomete pessoas de qualquer idade. É a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com uma taxa de mortalidade importante – milhares de crianças morrem todos os anos em conseqüência do sarampo.

A Secretaria de Saúde de Campinas informa que o viajante deve ficar atento se apresentar febre, manchas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de tosse, coriza ou conjuntivite, até 30 dias após regresso da região de risco – Bahia – porque estes podem ser sintomas do sarampo. “Se apresentar estes sinais, a pessoa precisa procurar imediatamente um serviço de saúde e evitar circular em locais públicos”, informa Brigina.

Todo caso suspeito de sarampo deve ser notificado imediatamente à Secretaria Municipal de Saúde, 24 horas, no telefone: (19) 8137-8578. Para informações adicionais consulte os sites: www.saude.gov.br/svs ou www.cve.saude.sp.gov.br ou www.campinas.sp.gov.br/saude

Saiba sobre a vacina.

Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo – tríplice viral - está disponível na rede pública de saúde do Brasil. A vacinação é uma das estratégias adotadas pela Organização Mundial de Saúde para a erradicação da doença. Em Campinas, a cobertura vacinal contra o sarampo – tríplice viral - é em torno de 100%. O último caso autóctone da doença na cidade foi notificado em 1.999. Em 1997, o Brasil teve uma epidemia de sarampo com mais de 53 mil casos e 61 mortes. O País não registrava transmissão autóctone da doença desde o ano de 2000.

Denize Assis

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